Categorias
Opinião

Onde é a próxima Silicon Valley?

Não há quem nunca tenha ouvido falar de Silicon Valley – ou Vale do Silício, em português.

Há muito que esta região a sul de São Francisco tem sido sinónimo de inovação e não é por acaso que as grandes empresas tecnológicas aqui se concentram: Apple, Google, Facebook, HP, Microsoft, todas elas nasceram e vivem em Silicon Valley. Porquê?

Atraindo cerca de 40% da totalidade do financiamento de risco nos Estados Unidos, Silicon Valley rapidamente se tornou o paraíso das startups e dos empreendedores que viajam de todas as partes do mundo na esperança de descobrir aqui a receita do sucesso. A concentração de talentos, o apoio educacional, o espírito colaborativo e a cultura ousada e ambiciosa que aqui se vive, fazem de Silicon Valley o maior pólo tecnológico do mundo… por agora.

Adeus, Silicon Valley?

Apesar de continuar a gozar da sua popularidade, Silicon Valley já não é o destino número um para o talento, diz o Global Startup Ecosystem Report and Ranking 2017. A verdade é que os Estados Unidos estão a começar a perder terreno para outras potências tecnológicas na Europa e na Ásia.

Cidades em todo o mundo estão a trabalhar para “tirar a taça” à capital tecnológica nos Estados Unidos. Então onde será que vai nascer a próxima Apple ou o próximo Mark Zuckerberg? Será que as restantes cidades têm capacidade para competir com a superioridade do Vale do Silício?

As potências emergentes da Europa

Podemos pensar que a Europa não tem feito progressos significativos na área das tecnologias, sobretudo por Londres – um dos seus maiores pólos tecnológicos – estar num processo de saída da União Europeia, o que trouxe um grande clima de incerteza em todo o continente.

Mas a realidade não é bem essa. Agora, também a Europa está a conseguir alcançar os Estados Unidos e já apresenta um cenário mais optimista para o financiamento de risco.

Berlim já é o ecossistema de startups que está a crescer mais em todo o mundo e outras cidades como Amesterdão, Dublin, Estocolmo e Helsínquia também estão a seguir os mesmos passos.

E nem a capital portuguesa fica atrás. Ter recebido em 2016 o Web Summit – um dos maiores eventos tecnológicos do mundo – fez com que muitos se tenham questionado se estaríamos perante o próximo “tech hub” da Europa. A qualidade de vida, as rendas baratas (comparando com outros destinos europeus) e o clima fantástico, fazem da cidade uma aposta atrativa para startups e novos talentos. Por outro lado, as ajudas no financiamento e os benefícios fiscais de que as novas empresas beneficiam tornam Lisboa um destino muito atrativo no contexto europeu.

Por outro lado, o facto de estes centros tecnológicos estarem espalhados por vários pontos do continente, também significa que nunca estarão tão intimamente ligados como em Silicon Valley, onde a facilidade de criar networking é um dos seus principais fatores de sucesso. Mas tem havido um esforço em unir esta comunidade dispersa de investidores ao começarem a surgir muitas oportunidades de co-investimento em novas ideias de negócio na Europa.

Ásia, a grande promessa

A Ásia já ultrapassou a Europa no número de centros de inovação, operando agora quase um terço (29%) do total deste tipo de centros no mundo. O domínio de Silicon Valley no mundo da tecnologia começa a ser questionado, com a Ásia agora a crescer mais rapidamente que os Estados Unidos.

Estamos perante um grande aumento do empreendedorismo na região e da mobilização, principalmente entre jovens empreendedores. A China, Índia e Japão são locais de referência que já atraem milhares de novos negócios. No entanto, o continente ainda enfrenta alguns desafios, nomeadamente na existência de algumas barreiras legais para estrangeiros, principalmente na obtenção de vistos e falta de financiamento público.

O Sudeste Asiático tem sido a maior surpresa na indústria das startups tecnológicas, beneficiando da sua grande diversidade de visões políticas e atividades económicas pelo que já se tem tornado a casa de alguns “unicórnios” (empresas avaliadas em mais de 1 bilião de dólares).

A próxima Silicon Valley é… em todo o lado

Todos querem construir a próxima Silicon Valley e identificar qual a cidade que tem os “ingredientes” certos para ser tornar o próximo grande pólo tecnológico. Mas não basta que uma cidade tenha a receita ideal para o sucesso. No final, tem tudo a ver com as pessoas e a mentalidade das mesmas.

Porque é que Silicon Valley conseguiu crescer mais que outros sítios na Europa e na Ásia se existem cidades igualmente avançadas e com condições semelhantes ou melhores? Silicon Valley cresceu devido à sua capacidade para atrair os mais ambiciosos e apaixonados talentos. E isso deve-se à sua cultura empreendedora e “risk-taker” que consegue trazer os melhores profissionais dos cantos mais remotos do planeta.

Em muitas partes do mundo, mentes brilhantes são desperdiçadas todos os dias porque em vez de seguirem os seus sonhos, acabam por se conformar com a estrutura e normas que o seu país impõe. Mas esta mentalidade “de empreendedor” continua a crescer um pouco por todo o lado ao ouvirmos constantemente as histórias inspiradoras de Steve Jobs ou Elon Musk que vingaram por correrem riscos.

Muitos governos e organizações já identificaram estes fatores e é por isso que estão agora a criar os seus próprios métodos de atração de talento. E isso significa que não vai apenas existir uma próxima Silicon Valley, mas muitas outras que estão agora a surgir em todo o mundo.

Categorias
Opinião

As 10 melhores partidas do Dia das Mentiras no mundo da tecnologia

Já é habitual: todos os anos, as maiores empresas no mundo da Tecnologia comemoram o Dia das Mentiras com o lançamento de produtos falsos, notícias absurdas e piadas hilariantes.

Quais foram as melhores partidas que as marcas já pregaram à sua rede de fãs no primeiro dia de Abril?

Youtube, 2016

O Youtube lançou o SnoopaVision, em versão beta. O objetivo? Ter a oportunidade de ver todos os vídeos do website numa experiência completamente imersiva a 360 graus… com o Snoop Dogg.

Toshiba, 2013

A fasquia está cada vez mais alta no mundo dos videojogos e foi por isso que a Toshiba lançou o Shibasphere, uma consola de jogos sem fios, sem comandos e sem limites. O aparelho apresentava um “impressionante leque de jogos hiper-realistas” que ia de uma experiência de controlo de segurança no aeroporto à simulação de acariciar um cão.

Skype, 2013

Preocupados com a evolução do turismo espacial, o Skype revelou o Skype in Space, uma ferramenta que permitia fazer videochamadas em toda a galáxia. As novas funcionalidades incluíam uma rotação de vídeo automática (caso a falta de gravidade nos virasse do avesso) e um centro de ajuda para traduções (com um grupo de especialistas que se comprometia a aprender a linguagem dos seres vivos que existem pelo espaço).

Samsung, 2013

A Samsung lançou, a Eco-Tree, um “novo produto” que era capaz de fornecer oxigénio, dar abrigo e funcionava como um purificador de ar movido a energia solar. Ainda oferecia a possibilidade de adquirir diferentes “modelos” com diferentes tamanhos e design.

Sony, 2013

Agora que há mais famílias com animais do que crianças, a Sony recorreu ao Twitter para lançar os Cat Can, uns auscultadores desenhados especialmente para… gatos. #techforpets

Google Maps, 2013

A Google Maps lançou o “Treasure Mode”, uma funcionalidade que permitia visualizar os mapas em modo “Caça ao Tesouro”, onde teoricamente existia uma série de símbolos encriptados que os utilizadores deveriam ajudar a decifrar.

Google Photos, 2016

A Google Photos apresentou neste dia uma nova ferramenta que permitia fazer uma pesquisa por emoji na nossa colecção de fotos (desde que esse emoji fosse um cão).

Tesla, 2015

A Tesla decidiu implementar algo num dos seus modelos de carro que todos gostaríamos de ter na vida real: um modo inteligente que era capaz de evitar multas de estacionamento ao “fugir” dos polícias sempre que aproximavam para passar uma multa.

T-Mobile, 2016

A T-Mobile não quer que percamos um segundo das nossas séries preferidas. Por isso, inventou um dispositivo chamado “Binge On Up” que nos permitia ser produtivos enquanto continuávamos a ver televisão.

Amazon.com, 2016

A Amazon decidiu optar por uma partida mais “retro” e alterou o design da sua homepage para imitar a página que utilizavam por volta de 1999. Apesar da partida apenas durar 30 segundos, foi uma forma engraçada de voltar atrás no tempo e perceber o quanto a tecnologia já evoluiu nos últimos anos.

E em 2017? Quem mentiras já apanharam?