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Computação Quântica: Da Teoria ao Futuro

Imaginem um mundo onde todas as leis da física, tal como as conhecemos, são obedecidas mas onde diferentes decisões são tomadas em simultâneo, criando diferentes histórias igualmente consistentes. Aqui pressupõe-se que todas as decisões tomadas nas diferentes realidades paralelas são tão reais quanto aquela que nos lembramos.

Quem ouvir este discurso pela primeira vez, pode soar a algo tirado de um filme de ficção científica. Na verdade, trata-se de uma frase do físico Geordie Rose, co-founder da D-Wave Systems, a descrever o que é a mecânica quântica.

quantum computing

Parece um conceito difícil de interiorizar na vida real mas é exatamente nesta teoria que se baseia a invenção tecnológica que está hoje a ser desenvolvida em segredo em vários laboratórios pelo mundo. Estamos a falar da computação quântica.

Porque precisamos de computadores quânticos?

Quando olhamos para o passado, é inegável o quanto a tecnologia avançou. Basta olhar para o smartphone que utilizamos diariamente: esse mini super-computador é mais potente que o sistema da NASA que levou o homem à lua pela primeira vez.

Mas, neste momento, existem cerca de três biliões de utilizadores ativos na internet. Isto significa que existem três biliões de pessoas a alimentar o sistema com dados, todos os dias. E enquanto esta quantidade de dados continua a crescer, cresce também a necessidade de processadores mais potentes e com maior capacidade de armazenamento. Ao mesmo tempo, as peças e componentes dos computadores querem-se cada vez mais pequenas e leves. Este processo está prestes a atingir o seu limite e estamos a aproximar-nos de uma barreira física para o nosso progresso tecnológico.

Os computadores de hoje podem parecer perfeitamente adequados a nível da velocidade e armazenamento para o uso do dia-a-dia. Mas, quando falamos em resolver um problema onde o número de variáveis e condicionantes é extraordinariamente grande, precisamos de uma máquina extraordinariamente sofisticada que possa obter a solução muito mais rapidamente.

Quantum Computing

O que é afinal um computador quântico e porque é diferente?

Os computadores tradicionais funcionam utilizando dígitos binários (ou bits) que podem assumir o valor 1 ou 0. A grande diferença para um computador quântico é que este utiliza qubits, onde um bit pode ser um 0, um 1 ou os dois ao mesmo tempo.

Isto é possível devido a algo chamado superposição que, de uma forma muito simples, acontece quando uma partícula de energia está em vários sítios em simultâneo. Este comportamento aparentemente mágico é possível devido a uma combinação de ciência, física e um pouco de matemática.

Para perceber melhor o que distingue estes computadores, Satya Nadella, CEO da Microsoft, deu um exemplo: se um computador tradicional tivesse que encontrar a solução de um labirinto, este iria optar por um caminho, encontrar um beco sem saída, dar meia-volta e tentar um caminho alternativo, até esgotar todas as opções. Claro que este método é possível, mas encontrar a solução demora muito tempo. É esse o problema dos computadores de hoje: só conseguem fazer uma coisa de cada vez e por isso, quanto mais complexa a tarefa, mais tempo irá demorar até ser terminada. Já um computador quântico, seria capaz de analisar todas as alternativas em simultâneo, quase como se estivesse a percorrer todos os caminhos do labirinto ao mesmo tempo, em realidades paralelas.

Quantum Computing Maze

Como vamos poder utilizá-los?

Por enquanto, os computadores quânticos não irão substituir os nossos computadores pessoais mas, em certas áreas, a sua potência é um verdadeiro game-changer.

Uma delas é a pesquisa em bases de dados. Um computador quântico consegue encontrar o que procuramos numa fração do tempo, o que para bases de dados gigantes e complexas significa uma diferença incrível.

Outra utilização são as simulações virtuais de vários cenários, com múltiplas variáveis em jogo. As simulações quânticas poderão ser capazes de criar novas percepções que revolucionem a formação de diagnósticos e outras descobertas na medicina.

Outras áreas que podem beneficiar vão desde a ciência forense e finanças à previsão da meteorologia e o controlo de tráfego aéreo.

Se pensarmos no quanto o computador de hoje revolucionou as nossas vidas, é difícil conceber o que uma nova revolução nesta área poderá trazer. Podemos prever alguns avanços e melhorias em certas áreas mas a verdade é que a computação quântica não irá só trazer soluções a tarefas até hoje impossíveis, como irá trazer resposta a problemas que ainda nem conseguimos imaginar.   

Quantum Computing

Existem riscos?

As utilizações mais comuns dos computadores quânticos estão a “arruinar” a segurança informática. Neste momento, os nossos dados bancários e de navegação estão em segurança devido a um sistema de encriptação no qual oferecemos a todos uma chave pública encriptada que apenas nós conseguimos desencriptar. O problema é que esta chave pública pode ser utilizada para encontrar a nossa chave privada secreta. Felizmente, fazer estes cálculos matemáticos num computador tradicional iria literalmente levar anos a fio até encontrar a solução. Mas um computador quântico, com o seu processador poderoso, poderia fazê-lo num abrir e fechar de olhos. Isto significa que a utilização de computação quântica implica criar soluções de segurança ao nível da mecânica quântica que mantenham os nossos dados a salvo.

Quantum Computing

Estamos próximos de ter um computador quântico em casa?

Nem por isso. É provável que cheguemos a usar um durante a nossa vida mas ainda estamos longe de os encontrar por aí à venda nas lojas. A investigação nesta área está a acontecer muito rapidamente e até foi o motivo do Prémio Nobel da Física em 2012 mas ainda existe um longo caminho a percorrer. Os desafios surgem com a dificuldade em controlar e manipular um estado quântico, algo que torna a encriptação de informação quântica muito difícil, tal como a vulnerabilidade desta mesma informação aos distúrbios do ambiente à sua volta. Para poder funcionar, um computador quântico tem de estar num ambiente completamente isolado à temperatura de -273ºC, algo difícil de recriar no conforto da nossa casa.

Quantum Computing

No entanto, empresas como a Google, IBM, Microsoft (e até vários governos) estão bem cientes das potencialidades desta tecnologia e todos querem participar na corrida para conseguir construir o melhor e mais poderoso computador quântico do mundo.

Muitas coisas que antes considerámos parte do mundo da ficção científica estão gradualmente a ganhar forma e a tornar-se realidade. Neste momento, não sabemos se a computação quântica será utilizada apenas como uma ferramenta muito especializada ou se será uma grande revolução para a humanidade. Não fazemos ideia dos limites da tecnologia e a única forma de descobrir é ficar para ver.

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Olisipo renova reconhecimento de Melhor Empresa de Outsourcing

A Olisipo foi reconhecida, pelo 7º ano consecutivo, como Melhor Fornecedor RH.

Este ano, voltámos a vencer a categoria “Outsourcing”, um prémio que resulta de um estudo baseado na avaliação realizada pelos próprios clientes, abordando diversas áreas como a Qualidade dos Serviços Prestados; a Imagem do Fornecedor; a Qualidade dos Colaboradores; o Preço Apercebido, entre outras questões. A Olisipo concorreu na categoria de Outsourcing, renovando o reconhecimento do mercado.

Esta é uma iniciativa promovida pela APG – Associação Portuguesa de Gestão das Pessoas, em parceria com as empresas Qmetrics e Mínimos Quadrados.

Obrigado a todos pelo reconhecimento e, acima de tudo, obrigado a toda a equipa que dá a cara pela Olisipo e trabalha diariamente em projetos com os nossos clientes.

Ajudamos a Crescer!

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Inovação

Falar de qualidade, o dilema chinês

Quando pensamos em produtos “Made in China”, vêm à cabeça imediatamente produtos que normalmente vemos nas lojas do chinês pelo nosso bairro. Muitas pessoas pensam nos produtos chineses como algo que apenas vai durar por um pequeno período de tempo, que não vai funcionar bem ou a que lhe falta o design de um produto de qualidade.

As startups procuram qualidade, por isso muitas vezes evitam contratar fabricantes chineses. Ainda assim, o domínio da China na indústria é muito grande, e não vai mudar brevemente, mesmo com os custos de trabalho a subir nos últimos anos.

A maioria dos nossos produtos tecnológicos são produzidos lá e empresas como Apple, Xiaomi, Huawei ou DJI produzem a maioria dos seus componentes e produtos finais no país com uma qualidade de topo.

Controlo de qualidade

É verdade que a reputação da China tem sido afetada por alguns escândalos relacionados com produções falhadas ou problemáticas. Contudo, a quantidade de detalhe e de controlo que colocamos na produção irá directamente afetar a qualidade e atenção ao detalhe do nosso produto final.

Uma forma de assegurar que temos alguma garantia de um produto de qualidade é contratar uma empresa de controlo de qualidade (CQ) externa. Como será contratada separadamente, vai garantir que obtemos o que é esperado. Ainda assim, nunca devemos presumir que a empresa compreendeu o que é esperado. Temos de garantir que lhes entregamos uma lista detalhada de CQ com todos os itens que queremos que sejam revistos e inspecionados antes da produção em massa.

Devemos também garantir que testamos o protótipo primeiro e damos atenção aos detalhes. Falemos com os engenheiros. Visitemos até a linha de montagem, se possível. Quanto mais forte é a relação criada com os fornecedores e fábricas, mais fácil será corrigir qualquer erro que eles cometam (porque isso vai acontecer eventualmente).

Low-cost equivale a baixa qualidade

Quando tentamos negociar um acordo com um fornecedor, temos de ter em consideração de que provavelmente eles nunca dirão “não” aos nossos pedidos de baixar o preço. No entanto, podemos ficar desapontados quando o produto final chegar. Há que explorar opções e negociar com respeito, os homens de negócio na China levam o seu trabalho muito a sério, por isso não podemos subestimá-los.

Temos de garantir que conhecemos o tipo de componentes e materiais que eles vão usar e não podemos baixar os preços a um extremo. É preciso recordar: recebemos o equivalente ao que pagamos.

A China ainda é um gigante no que toca a produção tecnológica. Se soubermos onde procurar, poderemos encontrar um fornecedor que é leal e que responde aos nossos pedidos não apenas como mais uma fábrica Chinesa, mas como um parceiro de negócio que pode produzir produtos de alta qualidade e apoiar-nos em toda a cadeia de produção com o seu know-how.

Traduzido do artigo original: Talking about quality, the Chinese dilemma