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Python e a revolução nas linguagens de programação

Esqueça as bíblias massivas para aprender código e as horas despendidas a corrigir bugs. Desenvolver projetos tornou-se mais rápido e simples através da Python, uma linguagem que revolucionou o mundo da programação pela sua agilidade.

Surgida nos anos 90, a linguagem Python traz benefícios a programadores e projetos, conquistando o coração de profissionais pelo mundo. As comparações com outras linguagens são inevitáveis e é fácil encontrar vantagens que colocam a Python na frente.

Vantagens da linguagem Python

  1. Dinâmica – typing e binding são mais ágeis, ideais para desenvolvimento rápido ou para desenvolver linguagem que ligue várias componentes;
  2. Poupa custos – a sintaxe mais simples potencia a legibilidade e poupa na manutenção do programa; o acesso gratuito a diversas bibliotecas oferece soluções para vários problemas encontrados no desenvolvimento; o processo de correção de erros é mais simples e rápido; com apenas uma linha (e não vinte) completa-se uma tarefa, poupando tempo;
  3. Amiga do programador – por todas as razões citadas acima

Exemplos de sucesso

A Python tem surpreendido empresas de todos os setores. Desde projetos para salvar o ambiente a sistemas de administração, a linguagem tem sido aplicada a inúmeras iniciativas.

Mais que qualquer outro campo, é na ciência que a Python tem sido aplicada de forma mais rápida e entusiástica. O design da linguagem complementa o pensamento dos cientistas, não os força a pensar como experts em computadores mas, sim, permite-lhes formular tarefas científicas rápida e eficazmente com os algoritmos Python.

As bibliotecas com cálculos matemáticos e estatísticos complexos, para observador dados em 2D e 3D, e para propósitos técnicos específicos, fornecem ferramentas poderosas para que os cientistas de diversas disciplinas possam alcançar objetivos rapidamente.

A experiência do Big Bang

O Grande Colisor de Hadrões (Large Hadron Collider em inglês), ancorado na Suíça, é a maior máquina alguma vez construída e foca-se na aceleração e estudo de partículas.

Para estudar as partículas detetadas, são usados milhares de parâmetros com diversas funcionalidades que, quando alteram, obrigam a uma pesada manutenção. E só a conjugação de C++ com Python conseguiu responder

Os detetores usados nestas experiências fazem uso de milhares de parâmetros, inicialmente programados numa linguagem que obrigava a grande manutenção quando as funcionalidades mudavam. Só a conjugação de C++ com Python conseguiu tornar o processo mais rápido e leve.

Ao mesmo tempo, a grande quantidade de dados gerados nos detetores é tratada numa infraestrutura própria (LHC Computing Grid) à qual os cientistas espalhados pelo mundo podem aceder e analisar. Para isto, toda a gestão de informação associada aos processos de trabalho foi desenvolvida em Python.

Recolher IVA no Gana

A dificuldade de recolha de IVA no Gana gerava graves prejuízos ao governo. Foi então que a Aya Technologies AG, com um servidor da alemã eGenix.com, conseguiu desenvolver um sistema baseado em PostgreSQL e Python para melhorar o processo.

Através deste serviço, é possível comunicar com os terminais dos comerciantes, gerir as suas vendas na base de dados e permitir a monitorização em direto via web.

Procurar vida em Marte

A Agência Espacial Europeia conta enviar, em 2020, uma sonda para analisar o terreno rochoso de Marte. No entanto, é preciso garantir que as amostras trazidas à Terra serão as melhores e para isso os cientistas desenvolveram máquinas de ressonância que detetam carbono orgânico e fazem reconstrução das imagens  sem intervenção humana.

Assim, aposta-se numa rede neuronal aritifical, desenvolvida no cluster Hybrid Processing Units for Science, construído com GPU (Graphic Processing Units) de computadores tradicionais. A linguagem Pyhton é usada tanto no funcionamento geral do cluster como no código que corre nas GPU através de PyCUDA (um wrapper de Python para bibliotecas NVIDIAs CUDA).

Educar as crianças mais pobres

O projeto One Laptop per Child (OLPC), criado entre Miami e Cambridge em 2005, pretende dar um computador feito à medida para as crianças com pior acesso a educação, a nível mundial. Hoje já utilizado por mais 2.5 milhões de crianças e professores em 42 países, o hardware, software e conteúdo foram desenhados para uma aprendizagem cooperativa, divertida e capacitante.

O sucesso do projeto depende do sistema de aprendizagem oferecido. Para facilitar o desenvolvimento do software de ensino por parte dos professores e educadores, tudo foi projetado em Python, desde o interface para o utilizador aos programas de aplicações.

Reforçando o crescimento que a linguagem Python está a registar, em julho deste ano o jornal The Economist declarou que “nos últimos 12 meses os americanos pesquisaram mais vezes no Google por Python do que por Kim Kardashian, uma estrela de reality shows. O número de consultas triplicou desde 2010, enquanto as outras linguagens de programação têm estado estáveis ou em declínio”.

Se este artigo te aguçou a curiosidade, a Olisipo tem vindo a promover várias ações de formação em Python. Aproveita os descontos Early Bird e aposta nesta tecnologia de futuro.

A versatilidade e simplicidade fazem desta linguagem uma ferramenta acessível e poderosa para diversos profissionais, potenciando os seus conhecimentos e o sucesso dos seus projetos.

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Inovação

ETER9 e a vida eterna… virtual

A eternidade sempre fascinou o homem. Da fonte da juventude à criopreservação do corpo e cérebro, tanto a realidade como a fantasia se ocupam com o prolongamento da vida humana. Mas e se já for possível ser imortal através de inteligência artificial?

De facto, já pode manter a sua presença viva neste mundo após morrer. Isto é possível com a rede social ETER9 (lida “eternine”), criada pelo português Henrique Jorge, de 50 anos, que faz uso de sistemas (e consequente desenvolvimento) de inteligência artificial (IA). A novidade já circula internacionalmente, colocando publicações estrangeiras a falar do caso.

A ideia e o projeto de Henrique Jorge surgiram em 2009, na tentativa de recriar a presença do pai, já falecido, no mundo. Para isso, fez uso das possibilidades trazidas no virtual e desenvolveu um programa de IA que consegue reproduzir ações como um utilizador na rede social.

Na versão da rede hoje utilizada por 60 mil pessoas, lançada em 2015, a máquina absorve e aprende com cada publicação e interação que o utilizador ali faz. Quanto mais ações a pessoa realizar, mais rigoroso será o desempenho da contraparte (ou segunda metade, segundo o criador) que, quando o utilizador fica offline, continua o “trabalho” por ele na rede.

Ao jornal Observador, Henrique Jorge diz sobre Eter9 que “Eu agora estou aqui, não estou ligado à rede, mas tenho na plataforma a minha segunda metade digital, que está a fazer algo por mim, com alguma influência minha devido ao meu perfil, mas está a fazer algo sozinha. O mais bonito é eu chegar ao final do dia e ir ver o que ela fez por mim e ensiná-la um pouco, porque se eu a corrigir ela aprende. O projeto está muito embrionário, mas a ideia é que seja o meu doppelganger (um sósia)”.

Na prática, isto reflete-se em publicações geradas também pelas contrapartes. O sistema de inteligência artificial terá apreendido, analisado e transformado a informação necessária para conseguir reproduzir fielmente a ação do utilizador. A publicação feita pela IA será tão convincente que ninguém desconfiará que não está ninguém (humano) do outro lado.

Curiosamente, a série Black Mirror da plataforma Netflix dedica um episódio à exploração desta ideia (“Be Right Back“), contando como uma mulher que perdeu o marido decide dar uma hipótese a uma tecnologia que, apreendendo todas as interações da pessoa nas redes sociais, recria com incrível semelhança um avatar seu e que permite manter o contacto. Afinal, parece que “Nós, humanos, pensamos todos de uma forma muito semelhante, é verdade”, diz Henrique Jorge ao Observador.

Parece assustador? Na verdade, deixou-nos bastante surpreendidos com a capacidade que os sistemas de inteligência artificial têm para aprender e reproduzir ações. O projeto continua em desenvolvimento, sendo ainda uma versão beta, e é aperfeiçoado à medida do seu crescimento. Henrique Jorge trabalha agora com mais investidores e planeia, para 2020, ter 10 milhões de utilizadores nesta rede social vinda do futuro.