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Blockchain vai impactar 75% das atividades até 2027

O mercado global de Blockchain foi avaliado em cerca de 4.9 mil milhões de dólares em 2021, e antecipa-se que chegue aos 68.7 mil milhões até 2027, numa taxa de crescimento anual total de 69.8% de 2022-2027.

De acordo com o relatório IDC FutureScape: Worldwide Future Consumer 2023 Predictions, prevê-se que, até 2027, esta tecnologia vai fazer parte de mais de 75% das atividades comuns dos consumidores: desde os videojogos à criação de conteúdo, e até mesmo na área do comércio eletrónico.

A Blockchain é uma base de dados descentralizada e imutável que facilita o controlo de bens (assets) e o registo de transações numa rede corporate.

Um asset pode ser físico (tal como uma casa, um carro, dinheiro ou terrenos) ou pode ser intangível (propriedade intelectual, patentes, direitos de autor, branding, etc.). A Blockchain almeja empoderar a distribuição e registo de informação digital sem a sua modificação. Assim, a Blockchain serve como base para registos (ledgers) imutáveis, ou registos de transações que não podem ser alterados, removidos ou destruídos.

Fonte: The transparency challenge of blockchain in organizations (Johannes Sedlmeir, Jonathan Lautenschlager, Gilbert Fridgen & Nils Urbach)

Indicadores de Mercado

A expansão deste mercado consegue ser diretamente ligada ao crescimento de investimentos de venture capital em negócios de tecnologia Blockchain. Estes investimentos levaram ao desenvolvimento da própria tecnologia tanto interna como externamente. Haverá provavelmente mais espaço para expansão de mercado, resultante da legalização e regulamentação das criptomoedas em países como El Salvador e Ucrânia.

Muitas empresas estão neste momento a tentar combinar tecnologia de Blockchain e capacidades de Inteligência Artificial (IA) para melhorar os seus serviços e abrir portas a potenciais novas expansões de mercado. Estas expansões serão possíveis devido à crescente procura por identidade digital a nível global.

Outro fator importante que irá contribuir para a expansão de mercado no período de tempo esperado é a crescente aceitação de plataformas de identificação através de tecnologia de Blockchain em diversos países. Para além disso, projeta-se que o mercado se desenvolva nos próximos anos, resultado da capitalização das criptomoedas relacionadas com o mercado.

Restrições do mercado

Um processo de integração complexo aliado à tecnologia de Blockchain poderá limitar a expansão do mercado. Para além disso é provável que uma falta de mão de obra técnica qualificada possa atrasar também a expansão global. Uma das principais barreiras à adopção da Blockchain na maioria das indústrias é a ausência de regulamentações e as incertezas a isso associadas.

Um dos aspectos mais difíceis da alteração de sistema de transações é a aceitação de regulamentações. Agências de regulamentação têm de compreender como todas as aplicações técnicas são impactadas pela atual legislação à luz dos avanços tecnológicos. As organizações financeiras globais estão a tentar estabelecer regras uniformes para o mercado da Blockchain.

A Blockchain e os videojogos

Para lá do mundo dos videojogos, que será um dos primeiros a sentir o impacto, os especialistas da IDC preveem que as áreas da criação de conteúdos e do comércio eletrónico vão ser transformadas pela tecnologia de Blockchain ao longo dos próximos anos.

Videojogos, criação de conteúdo e compras online: Blockchain vai impactar 75% das atividades até 2027

A tecnologia de Blockchain tem vindo gradualmente a alterar a forma como realizamos certas atividades diárias e, de acordo com recentes previsões da IDC, poderá vir a ter um impacto significativo na vida dos consumidores.

Os especialistas da área alegam que as características da tecnologia de Blockchain podem ajudar a garantir a segurança e transparência de transações, e a ajudar a monetizar produtos e conceitos. O mundo dos videojogos será provavelmente onde veremos as primeiras mudanças impactantes desta tecnologia.

A IDC informa ainda que, em 2021, as compras feitas dentro de videojogos (in-game purchases) a nível global tinham já passado os 60 mil milhões de dólares. Para além disso, calcula-se que o desenvolvimento de jogos baseados na Blockchain continuará a crescer e dará aos utilizadores a possibilidade de ganhar dinheiro enquanto jogam.

Para lá dos videojogos, a área da criação de conteúdo é outra que sofrerá fortes alterações. Tendo em conta relatórios recentes, estudos relatam que mais de 80% dos consumidores fazem publicações nas redes sociais pelo menos uma vez por mês e que cerca de 16% indicam fazer dinheiro com o conteúdo que criam e publicam online.

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Opinião

Cibercrime torna-se a terceira maior economia mundial

O Ransomware-as-a-service e malware vendidos na Dark Web são o que ainda gera maior crescimento no ciber-crime, de acordo com Roya Gordon, “Security Research Evangelist” na Nozomi Networks Labs.

O ciber-crime já se tornou a terceira maior economia mundial, atrás dos EUA e da China, de acordo com o World Economic Forum (WEF). Baseado em dados da publicação Cybersecurity Ventures, projeta-se que o ciber-crime venha a custar ao mundo perto de 8 biliões (leia-se trillion, em inglês) de dólares em 2023 e 10.5 biliões até 2025.

É bastante fácil para qualquer pessoa comprar acessos a redes e ransomware online, e esse é um dos fatores para este grande crescimento, diz Gordon. Os “cibercriminosos” não precisam de grandes skills técnicas para lançar ataques bastante sofisticados.

“Há mais jogadores em campo porque todas estas ferramentas estão facilmente à disposição, não é preciso um grande esforço por parte deles.” comenta Gordon.

Os ciber-criminosos estão prontos para explorar falhas na segurança, resultando numa rápida adopção da Internet of Things (IoT) – ou de sistemas de dispositivos conectados – nos setores da saúde, educação e negócios.

Para além das razões monetárias que motivam estes criminosos a atacar infraestruturas especialmente vulneráveis, a guerra na Ucrânia criou também “hacktivistas” com motivações políticas, que contribuem ainda mais para o crescimento da economia do cibercrime.

O Boom do Ransomware

Os atos de Ransomware (extorsão) têm disparado, e os cibercriminosos têm ficado cada vez mais gananciosos, especialmente depois do grande ataque de extorsão contra a Colonial Pipeline, que acabou por custar à empresa 4.4 milhões em 2021. Relembramos também a tentativa de extorsão que foi feita à TAP pela Ragnar Locker em 2022, que resultou na  publicação de dados roubados com informação privada de clientes.

“Quando identificam organizações que pagam dentro de poucos dias ou imediatamente, faz com que outros criminosos se sintam encorajados a tentar o mesmo,” relembra Gordon.

A média dos pagamentos de resgate subiu para mais de 800.000 dólares, de acordo com os dados da Sophos de 2022. O mais recente relatório da Nozomy Security Labs avisa que este aumento pode ser parcialmente justificado pelos valores dos seguros contra o cibercrime.

“Os cibercriminosos começaram a fazer reconhecimento nas políticas de seguro contra cibercrime, e adequar os seus pedidos de resgate para corresponderem aos limites incluídos nessas políticas”, reportava o relatório da Nozomi.

Em vez de se apoiarem nas seguradoras, o conselho destes especialistas é que as empresas invistam na prevenção, proteção e remediação cibernéticas como a primeira linha de defesa. Para além disso, é reportado que algumas seguradoras já começaram a recusar-se a pagar ciber-resgates.

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A Colonial Pipeline acede aos pedidos de ransomware em 2021. Imagem: Shutterstock

Ataques específicos a IoT

De acordo com o relatório State of the Connected World da WEF, cerca de 73% dos experts mundiais dizem que não têm certezas que dispositivos conectados sejam totalmente seguros. Gordon concorda com esta afirmação, acrescentando que “para as organizações, a cibersegurança é frequentemente uma ação reativa, e não um planeamento proativo”.

“As empresas continuam a focar-se muito na eficiência – como diminuir custos e aumentar faturação e lucro; mas esquecem-se da segurança,” relembra Gordon. E isto reflete-se na estatística, que mostra que tanto organizações privadas e governamentais, bem como utilizadores individuais se têm tornado mais vulneráveis a ciberataques devido à rápida adopção da IoT.

De acordo com a WEF, 1.5 mil milhões de ataques específicos de IoT foram registados na primeira metade de 2021, um aumento de 15.1% face ao ano anterior.

“Muito do firmware não é atualizado. É como se a maioria das pessoas o comprasse, instalasse e depois se esquecesse dele até que ocorra um ataque” diz Gordon. “Os atacantes sabem disso, e já carregam botnets com credenciais básicas como admin:1234. É uma grande preocupação”.

No que toca a segurança de IoT, as organizações “devem estar mais em cima do problema” diz a especialista, avisando que os ataques de botnets vão “certamente” aumentar. “Pelo menos, alterem a password e não se esqueçam dos patches,” recomenda Gordon.

Ataques a infraestruturas críticas

Demorar algum tempo a resolver um problema ou a implementar uma atualização pode ser mais desafiante em ambientes de tecnologia operacional baseados em dados em tempo real. Estes encontram-se normalmente em infraestruturas críticas, sensíveis a disrupção.

“Quando lidamos com instalações petroquímicas, ou uma rede energética, ou um gasoduto, não queremos criar disrupção nesse tipo de ambientes,” diz Gordon. Isto significa que organizações envolvidas em upgrades de infraestruturas críticas têm de estar cientes das vulnerabilidades.

“Isto é um catch-22 [entenda-se beco sem saída, círculo vicioso, dilema, impasse; etc.]. Queremos estar o mais atualizados possível, mas não podemos fazê-lo de forma frequente ou leviana porque cria uma disrupção no ambiente”, explica Gordon.

A autora diz ainda: “É preciso que seja implementado um programa que diga – sabemos que há 100 patches para instalar, mas estes aqui são os mais importantes, foquemo-nos nestes primeiro”.

As infraestruturas de cuidados de saúde têm-se tornado num dos maiores “alvos” para cibercriminosos devido à natureza sensível da sua informação, de acordo com o relatório da Nozomi, que se reflete num perigo bastante sério e específico. “Na área da saúde, um ataque pode significar perdas de vida”, reflete a autora.

Tem havido também um aumento nos ataques contra o setor dos transportes, sendo o transporte ferroviário um alvo particularmente atrativo para os cibercriminosos e hacktivistas.

Com a recente guerra na Ucrânia, temos visto uma subida considerável de ataques a infraestruturas críticas com motivos políticos, incluindo o uso de wiper malware altamente destrutivo. O seu único objetivo é destruir informação sensível e causar caos e destruição.

“A única salvação neste caso são back-ups frequentes”, recorda Gordon.

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8 segredos (não tão secretos) para a melhor Gestão de Projetos

A partir do momento que uma pequena empresa cresce e os seus projetos se tornam mais complexos e exigentes, querendo ou não, irá depender da Gestão de Projetos para manter os seus standards de qualidade e continuar a crescer.

Antes de enveredar pelo mundo da Gestão de Projetos, é necessário começar com um plano sólido, entender o que é, como funciona, e algumas das melhores práticas a aplicar. É aqui que nós entramos em ação. Temos 8 dicas essenciais para qualquer profissional (mesmo para quem não trabalha em Gestão de Projetos), que não são nenhum segredo de estado, mas que não devem ser postas de parte.

1. Começa com um plano

A Gestão de Projetos anda sempre à volta de planos e da sua implementação da forma mais fluida possível. Se enveredas pela Gestão de Projetos sem antes teres um plano definido, não interessa qual a ferramenta que utilizas – ou quão bem a utilizes. Sem um bom plano para começar, vai ser tudo muito, muito mais difícil.

Mesmo antes de começar a construir o projeto dentro de uma plataforma de gestão de projetos, já deves estar munid@ com um plano bastante completo que inclua de que se trata o projeto, qual o propósito que cumpre, quanto tempo vai demorar (e se há espaço de manobra para ir para além da data limite inicialmente estabelecida), quais os objetivos e como é que este projeto irá beneficiar a empresa e os clientes da mesma. Sem um plano que funcione, todo o processo pode e provavelmente vai ser desnecessariamente fatigante.

2. Comunica frequentemente com os principais stakeholders

Nada é mais eficiente num projeto (e na vida, já agora) do que uma boa comunicação. Certifica-te que implementas as ferramentas necessárias para que as equipas comuniquem sem problemas. Independentemente do software, é crucial que todos os membros sejam encorajados a manter todas as linhas de comunicação abertas para com o resto da equipa, dos managers e stakeholders.

A comunicação pode passar por um chat de servidor, e-mail, fórum ou qualquer tipo de plataforma (se bem que, mesmo com o passar dos tempos e a modernização das aplicações de reuniões virtuais, nada substitui verdadeiramente uma reunião e discussão presenciais), o mais importante é que os canais de comunicação se mantenham sempre abertos. Os Gestores de Projeto devem também estar sempre disponíveis e em contacto com os stakeholders, sem no entanto fazer demasiada pressão ou micromanagement.

3. Documenta os teus recursos

Recursos pode significar tudo desde membros da equipa, servidores, salas de reunião, etc. Uma coisa a ter em consideração é que normalmente não temos recursos ilimitados, e uma boa gestão daquilo que temos à disposição pode ser a chave para o sucesso de um projeto.

Quando tens uma documentação sólida de todos os recursos, tens sempre uma ideia bastante realista do que está a ser usado, como é que está a ser usado, e da forma mais eficiente de usar esses recursos. Deves também criar um “plano de recursos” para saber exatamente como usar cada recurso durante o ciclo de vida do projeto.

4. Monitoriza o volume de trabalho

A última coisa que queres fazer é sobrecarregar certos membros da equipa ou a equipa por inteiro. Tu e os teus Gestores de Projeto devem sempre ter o volume de trabalho do projeto sob controlo. Quando encontras um ou mais membros da equipa que têm mais trabalho do que deveriam, está na altura de redistribuir funções para evitar situações de burnout. Quando alguém chega ao ponto de burnout, já é demasiado tarde e o próprio projeto pode ser fortemente afetado. Ao te precaveres contra estas situações, poupas a equipa e o projeto ao mesmo tempo.

5. Implementa Gestão do Risco

O risco está em todas as partes, e é preciso algum esforço para o gerir. Implementar gestão do risco significa que estás sempre preparad@ para o pior, mesmo que nunca suceda. Para fazer esta gestão de forma eficiente, deves criar uma equipa de resposta ao risco, identificar todos os possíveis riscos envolvidos com o projeto, uma completa análise de risco, atribuir uma pessoa responsável para cada risco, e estar preparad@ para dar os passos necessários para lidar com cada risco, caso aconteça.

6. Evita ir mais longe do que o planeado

Por vezes, é tentador em alguma fase do ciclo de vida do projeto ir além das fronteiras do mesmo. Podes ter encontrado entretanto um novo atributo ou função que poderia ser necessária. Apesar disso, não planeaste a inclusão desse atributo, e tentar adicioná-lo a meio do projeto pode colocar em risco o sucesso de todo o projeto.

Ao invés de adicionar algo a meio do processo, considera essa adição para uma edição futura deste mesmo projeto, ou mesmo como um add-on a ser adicionado depois da conclusão do projeto. O mais seguro é manteres-te com o teu plano original, e certificares-te do seu sucesso em vez de aplicar riscos desnecessários.

7. Reúne com frequência (mas com brevidade)

Considera organizar pequenas reuniões “stand-up” semanais ou diárias com toda a equipa, para te certificares que estão todos na mesma página. Estas reuniões devem ser breves e assertivas. Não te desvies do tópico em questão e não mantenhas as pessoas mais tempo que o necessário, senão vai tornar-se fastidioso para toda a gente envolvida. O ideal é chegar, dizer aquilo que precisa ser dito, ouvir os outros, e terminar. É só isso.

8. Documenta tudo

Algo que algumas pessoas descartam mas que faz toda a diferença, é documentar. Não só deves manter documentação detalhada sobre o que quer que seja que construas/cries, mas deves também documentar tudo sobre o projeto em si e o desenvolvimento de todas as suas fases. Regista quem fez o quê, como e quando, basicamente anota todos os aspetos do projeto que te lembres. Quanto mais documentação existir, mais eficiente será o projeto, e mais facilmente serás capaz de repetir um projeto com sucesso no futuro.

Those who plan do better than those who do not plan, even though they rarely stick to their plan.”

Winston Churchill

PS: Sabias que a Olisipo tem uma categoria de formações focadas em Gestão de Projetos? Se estas oito dicas te abriram o apetite para este mundo, não te deixes ficar por aqui, e dá já o primeiro passo na tua carreira de (provável) sucesso connosco.