Por: Fernando Domingues – Utech, Brasil
A inteligência artificial (IA) está a ocupar o centro das preocupações dos executivos que revelam a necessidade de a perceber na sua potencialidade e também nos seus riscos associados à sua adoção nas empresas.
Segundo a pesquisa Global CEO Survey 2024 da PwC, 97% dos CEOs relataram ter tomado medidas nos últimos 5 anos para mudar a forma como criam, entregam e capturam valor, em grande parte devido à disrupção tecnológica impulsionada pela IA, além das mudanças climáticas e outras megatendências globais. O desconforto com as mudanças é grande e 45% dos participantes duvidam que, na trajetória atual, suas empresas permanecerão viáveis além da próxima década.
De acordo com outra pesquisa, a BCG AI Radar 2024 com 1406 executivos de 50 paises, 71% deles planeiam aumentar os investimentos em tecnologia em 2024, priorizando a IA e a IA generativa. No entanto, apesar do alto interesse, a maioria das organizações ainda não está conseguindo tirar o máximo proveito dessas tecnologias disruptivas.
A pesquisa da BCG revela que 66% dos executivos estão insatisfeitos com o progresso em IA até o momento, sendo as principais razões a insuficiência de talentos qualificados, a falta de clareza do roadmap para a adoção da IA e a ausência de estratégia clara de investimentos. Estes 3 aspetos são a base para o sucesso da adoção de IA, sendo que ganhar conhecimento dessas tecnologias e sua aplicabilidade é o ponto de partida para este processo. De acordo com a pesquisa, os executivos acreditam que 46% da força de trabalho das empresas precisará de treinamento em IA nos próximos três anos. A grande maioria (81%) acredita que a IA irá criar novas funções e exigirá um grande esforço de gerenciamento da mudança (74%).
Os desafios são enormes, mas muitas empresas já estão a atuar para se posicionar neste cenário. Elas estão a usar IA para resolver problemas e aumentar a competitividade. Por exemplo, na pesquisa da PwC, dos que já adotaram a IA generativa, 75% dos CEOs apostam que irá impactar positivamente a confiança dos seus stakeholders e 89% preveem ganhos significativos na qualidade dos produtos e serviços nos próximos 12 meses.
A IA generativa em particular, tem potencial para causar grandes mudanças nos negócios. As empresas que estão a liderar este processo estão alinhando sua estratégia de IA generativa com as estratégias digitais e de IA, investindo no aperfeiçoamento de seus funcionários e incentivando a experimentação em suas organizações, com foco na identificação de casos de uso que possam ser ampliados.
Alguns dos benefícios mais comuns da adoção da IA nas organizações são:
Análise de big data
A IA permite extrair insights valiosos de grandes volumes de dados para melhorar processos, prever demandas e personalizar experiências.
Automação de processos
A IA automatiza tarefas repetitivas, liberando funcionários para atividades mais estratégicas e criativas do seu trabalho e tem potencial de reduzir custos em até 30%, segundo a PwC.
Chatbots e assistentes virtuais
Cerca de 70% das empresas usam esses sistemas, que melhoram a experiência do cliente e reduzem custos com atendimento.
Detecção de fraudes
A IA identifica padrões suspeitos em transações financeiras com até 90% de precisão, segundo a Accenture.
Manufatura inteligente
A IA permite que fábricas se adaptem em tempo real, melhorando a produtividade e a qualidade dos produtos.
Aumento de vendas
A IA pode analisar os dados dos clientes para oferecer recomendações personalizadas de produtos, mensagens de marketing e conteúdos, melhorando a experiência do cliente e aumentando as vendas.
Análises preditivas
A IA pode prever tendências futuras, o comportamento dos clientes e as flutuações do mercado, ajudando as empresas a tomar decisões proativas e a manterem-se à frente da concorrência.
Os executivos percebem a possibilidade de atingir todos esses benefícios e, segundo os dados da pesquisa da BCG, 89% deles colocam a IA e a IA Generativa entre as três principais prioridades tecnológicas para 2024 e desses, 51% colocam-nas no topo da sua lista (a cibersegurança e a computação em nuvem são as outras duas principais prioridades).
O facto é que qualquer empresa hoje, independente de seu porte, não pode ficar alheia a estas tecnologias que estão a provocar grandes mudanças no mundo corporativo. Investir na qualificação de seu pessoal e construir uma estratégia de como incorporar a IA no dia a dia dos seus negócios passou a ser vital para a sobrevivência e o futuro da organização.
Neste sentido, a Olisipo tem vindo a trabalhar para incluir no seu catálogo de formação uma maior oferta na área da Inteligência Artificial, trazendo agora formações especializadas no tema.