Embora as atividades de análise digital forense estejam profundamente associadas à investigação criminal, as empresas estão cada vez mais a identificar a necessidade de integrar esses conhecimentos e competências nos seus departamentos de TI. A recuperação de dados e a análise digital forense podem ajudar as empresas a proteger os seus ativos digitais e informações confidenciais, além de detectar e prevenir ações maliciosas.
A recuperação de dados é essencial para a continuidade dos negócios em caso de perda de dados. Isso pode ocorrer devido a falhas de hardware, erro humano, desastres naturais ou ataques cibernéticos. A recuperação de dados pode envolver a restauração de dados a partir de backups ou a reconstrução de dados perdidos. A análise digital forense, por sua vez, é a investigação e análise de provas digitais para descobrir a causa de um incidente de segurança.
As empresas podem utilizar a análise digital forense para investigar possíveis violações de dados ou de segurança e tomar medidas para prevenir futuros incidentes. A análise forense pode ajudar a identificar a origem de um ataque cibernético e a determinar a extensão dos danos causados. As empresas também podem utilizar a análise forense para identificar a origem de ameaças internas, como roubo de dados ou sabotagem de sistemas.
Além disso, a análise digital forense pode ser útil para fins de conformidade regulatória. Muitas empresas são obrigadas por lei a manter registros e informações precisas sobre suas operações e atividades. A análise digital forense pode ajudar a garantir que as empresas estejam a cumprir essas obrigações e que não estejam a violar nenhuma lei ou regulamentação.
Aplicação em diferentes setores de atividade
A análise digital forense pode trazer inúmeras vantagens para diferentes setores de atividade, incluindo:
Setor financeiro: Pode ser utilizada para investigar crimes financeiros, como fraudes e lavagem de dinheiro, permitindo que as empresas recuperem ativos e evitem perdas financeiras significativas.
Setor de saúde: Pode ser utilizada para investigar crimes de fraude na área da saúde, como faturação fraudulenta e abuso de receitas médicas, ajudando as empresas a recuperarem recursos financeiros e a garantirem a conformidade com as normas regulamentares.
Setor de tecnologia: É fundamental para a investigação de crimes cibernéticos, como hacking e roubo de dados, permitindo que as empresas identifiquem a origem do ataque e tomem medidas para evitar futuros ataques.
Setor jurídico: Pode ser usada para apoiar casos legais, fornecendo provas digitais que podem ser usadas em tribunal.
Em geral, esta é uma ferramenta importante para empresas de todos os setores de atividade, ajudando a proteger seus ativos, identificar vulnerabilidades em sua segurança cibernética e garantir a conformidade com as normas regulamentares.
Aliar a análise digital forense à cibersegurança
A análise digital forense e a cibersegurança são duas áreas interligadas e que se complementam. A utilização da análise forense em conjunto com medidas de segurança pode ajudar a proteger os dados e sistemas de uma organização de ameaças cibernéticas. As duas podem e devem ser utilizadas em conjunto:
Identificação de ameaças: A análise forense pode ajudar a identificar ameaças cibernéticas, como malware e ataques de phishing, e a determinar a extensão do dano.
Prevenção de futuros incidentes: Com base nas descobertas desta análise, é possível tomar medidas para evitar incidentes semelhantes no futuro.
Investigação de incidentes: Em caso de violação de dados, invasão de sistemas ou outros incidentes de segurança, a análise digital forense pode ajudar a investigar o ocorrido e reunir provas para uma possível ação judicial.
Melhoria da segurança: A análise digital forense pode ser usada para identificar vulnerabilidades nos sistemas de uma organização, permitindo que medidas de segurança adicionais sejam implementadas para proteger contra futuras ameaças.
Exemplos de ferramentas de análise digital forense
Existem várias ferramentas que são usadas em análise digital forense e recuperação de dados, e muitas delas são amplamente conhecidas na indústria de TI. Aqui estão alguns exemplos:
EnCase Forensic: é uma ferramenta usada para recolher, preservar e analisar provas digitais. É frequentemente usada em investigações criminais e corporativas.
FTK (Forensic Toolkit): é outra ferramenta popular que ajuda a recolher, processar e analisar dados. Pode ser usado em diferentes tipos de investigações, como investigações de crimes financeiros e cibernéticos.
Sleuth Kit: é uma coleção de ferramentas de código aberto que podem ser usadas para examinar sistemas de arquivos em diferentes plataformas. Inclui uma variedade de ferramentas, como análise de imagem de disco, recuperação de arquivos excluídos e pesquisa de palavras-chave.
Ferramentas de análise de logs: Os arquivos de log são mensagens geradas por computador que registam eventos, processos e outras informações durante a operação. A análise de logs é a disciplina geral que analisa arquivos de log para identificar padrões que possam ajudar na solução de problemas, nas previsões de desempenho, na manutenção e em melhorias. No contexto das operações de TI, os arquivos de log são normalmente usados para compreender os processos e os eventos que ocorreram durante uma falha de hardware, uma violação de segurança ou outro tipo de incidente. As ferramentas de análise de logs podem ser usadas para revelar tendências de todo o sistema que podem ajudar a evitar incidentes futuros.
A recuperação de dados e a análise digital forense são skills cada vez mais importantes no mundo corporate. As empresas que desejam proteger os seus ativos digitais e informações confidenciais devem considerar, mais tarde ou mais cedo, a incorporação dessas ferramentas nos seus departamentos de TI ou a contratação de especialistas externos em recuperação de dados e análise digital forense.
Se esta é uma área de interesse para si, conheça algumas das nossas ofertas formativas, disponíveis no nosso Learning Center:
As plataformas de desenvolvimento low-code estão a tornar-se cada vez mais populares na indústria das Tecnologias da Informação. A tendência, que surgiu como um movimento tecnológico social, facilita o desenvolvimento de aplicações por profissionais que não são da área técnica, e acelera o desenvolvimento de aplicações e software por parte de developers profissionais.
Segundo a Gartner, projeta-se que o mercado global de desenvolvimento de tecnologias low-code alcance os 26.9 mil milhões de dólares em 2023, um crescimento de cerca de 20% desde 2022. Opina-se que os impulsionadores deste mercado sejam principalmente os chamados “business technologists” e o crescimento da hiper-automatização e iniciativas “Composable Business” (composabilidade) nas empresas.
O termo “composable enterprise” foi criado pela Gartner, para descrever um ‘approach’ modular à distribuição de serviços digitais e desenvolvimento de software. Por outras palavras, é uma arquitetura de aplicações “plug-and-play” onde vários componentes podem facilmente ser configurados e re-configurados.
Low-Code Development Technologies Revenue (Millions of U.S. Dollars) – Gartner (2022)
A hiper-automatização e composabilidade na adopção do desenvolvimento low-code
O interesse na hiper-automatização continua a crescer exponencialmente, devido às também crescentes necessidades de optimização operacional, à falta de profissionais habilitados, e a pressões económicas. A Gartner prevê que os gastos em softwares de hiper-automatização chegará aos 720 mil milhões de dólares em 2023. Parte destes gastos será direcionada às tecnologias de desenvolvimento low-code, incluindo LCAP, iPaaS, RPA, CADP e MXDP, que suportam processos de automatização, integração, análise de decisões e IA.
“As tecnologias de desenvolvimento low-code estão a suportar as ‘composable enterprises’ ao permitir a criação de soluções de software mais ágeis e resilientes”. Diz Jason Wong, analista na Gartner. “Estas tecnologias podem ser utilizadas para compôr e recompôr componentes modulares e PBCs (packaged business capabilities) para criar aplicações customizadas e adaptadas, para necessidades específicas.
Velocidade e agilidade no desenvolvimento de aplicações
O reduzido tempo de desenvolvimento e entrega de novas aplicações é provavelmente a vantagem mais fácil de identificar com o desenvolvimento low-code. Interfaces intuitivas para o utilizador, funcionalidades “drag and drop”, integração simples e com ferramentas de suporte, para além de opções de entrega “one-click”; todas estas facetas ajudam a certificar-nos que há um desenvolvimento mais rápido do que com o método tradicional. De facto, soluções low-code podem reduzir o tempo de desenvolvimento em cerca de 90%.
Redução de custos e recursos no desenvolvimento
A soluções low-code permitem a menos developers alcançar mais resultados, e até mesmo dar a oportunidade a profissionais que não sejam developers, de o fazer. Isto, obviamente que se traduz em custos reduzidos e um maior retorno para a empresa. Isto pode ser particularmente benéfico para empresas mais pequenas com equipas e budgets mais reduzidos.
Uma melhor colaboração entre developers e com clientes
Gerir o desenvolvimento de aplicações a partir de uma única localização promove uma maior e melhor colaboração entre developers. Vários indivíduos e/ou grupos podem ver exatamente que tarefas estão a ser cumpridas e por quem, permitindo-lhes colaborar para trabalhar nos mesmos módulos ao mesmo tempo.
As plataformas low-code muitas vezes trazem interfaces visuais e ferramentas drag-and-drop que permitem aos clientes participar no processo de desenvolvimento. Obviamente que com as suas possíveis complicações, mas este envolvimento pode também ajudar a que o produto final vá ao encontro das necessidades exatas do cliente, e melhorar a comunicação entre os developers e os outros stakeholders.
Criação de aplicações customizadas para necessidades específicas
Tal como já mencionado anteriormente mas merecendo o seu próprio sub-título, as plataformas de desenvolvimento low-code permitem aos developers criar aplicações customizadas para ir ao encontro das necessidades específicas dos cllientes. Isto pode ser particularmente benéfico em indústrias como a saúde ou financeira, onde poderão haver requisitos únicos e particulares, ou regulamentações restritas que tenham de ser seguidas à letra.
O desenvolvimento low-code já é utilizado com sucesso em várias indústrias. Por exemplo, na área da saúde, têm sido utilizadas na criação de aplicações que ajudam a melhorar o cuidado ao doente, e a tornar mais simples e diretas certas tarefas administrativas, dando mais tempo aos profissionais de saúde para se preocuparem com tarefas mais “humanas”. Na área financeira, o low-code tem sido utilizado para criar aplicações customizadas que ajudam empresas a gerir melhor o risco e ir ao encontro de todas as regulamentações. Na área do retalho, o low-code pode ser utilizado para criar aplicações que melhoram a transparência na cadeia de produção (supply chain) e optimizam processos de produção.
Como é que o low-code e Agile funcionam em conjunto?
As soluções low-code são desenhadas para providenciar um caminho mais rápido e mais produtivo ao desenvolvimento de software. Como tal, o low-code joga muito bem com a Metodologia Agile.
A metodologia Agile é um mindset que junta um número de metodologias de desenvolvimento de software. Na sua versão mais básica, a Agile foca-se em entregar valor para o cliente (customer value) muito rapidamente, através da colaboração entre developers e decisores, enquanto também se adapta aos requerimentos em constante mutação durante os ciclos de desenvolvimento. Isto permite às organizações melhor gerir a mudança constante, melhorando ao longo do tempo.
Plataformas eficientes low-code providenciam uma única e central localização para o desenvolvimento de software, promovendo a colaboração, implementando boas-práticas e automatizando processos de testes e feedback. Isto faz do low-code um “match” natural para a filosofia Agile.
Plataformas low-code mais usadas atualmente
1. Appian
A Appian é uma plataforma low-code equipada com ferramentas de deployment nativas e opções de integração com ferramentas de DevOps como a Jenkins.
Desenhada para empresas de todos os tamanhos, a Appian permite aos seus utilizadores construir aplicações de business process management (BPM).
Essencialmente, as aplicações BPM ajudam as organizações a optimizar os seus processos de negócio. Sem dúvida, o Low Code é uma tendência no mundo dos negócios. Uma vez que essas plataformas tornaram o desenvolvimento de software muito mais acessível para todas as empresas.
2. OutSystems
A Outsystems é uma plataforma de low-code “Omnichannel”, ou seja as empresas podem construir aplicações dentro de uma grande variedade de meios.
Dashboards de performance em tempo real e medidas de segurança reforçadas são algumas das características mais valorizadas, para além da capacidade de rápido desenvolvimento.
3. Microsoft PowerApps
As Power Apps são a plataforma low-code da Microsoft. É uma ferramenta particularmente útil para quem já utiliza o ecossistema Microsoft. As Power Apps tiram vantagem do Common Data Service (CDS). O CDS é uma colecção de entidades de informação que inclui relações entre entidades, as lógicas de negócio por detrás dessas entidades, e as formas de visualizar essas entidades.
As Power Apps são tipicamente utilizadas para prolongar processos dentro de aplicações Dynamics 365 e/ou no Office 365 ao fazer a ligação entre diferentes aplicações e organizações que coexistem dentro de um processo contínuo de negócio.
“High-productivity application platform as a service continues to increase its footprint across enterprise IT as businesses juggle the demand for applications, digital business requirements and skill set challenges.”
Gartner, 2018
Quer estejamos prontos a adotá-lo ou não, é inegável que o low code é já uma tendência no mundo dos negócios, uma vez que estas plataformas tornaram o desenvolvimento de software muito mais acessível para todo o tipo de empresas, e abriram outras portas aos profissionais.
Desde o primeiro dia, os colaboradores da Olisipo sabem que podem contar com uma equipa que os ajuda a encontrar o seu caminho, a identificar com a cultura da empresa e a transportar as suas carreiras até ao próximo nível.
Neste artigo agregamos todos os vídeos de apresentação da equipa de gestão da Olisipo. Damos a cara, com orgulho, por uma cultura empresarial que acredita na proximidade; confiança e felicidade das nossas pessoas.
O mercado global de Blockchain foi avaliado em cerca de 4.9 mil milhões de dólares em 2021, e antecipa-se que chegue aos 68.7 mil milhões até 2027, numa taxa de crescimento anual total de 69.8% de 2022-2027.
De acordo com o relatório IDC FutureScape: Worldwide Future Consumer 2023 Predictions, prevê-se que, até 2027, esta tecnologia vai fazer parte de mais de 75% das atividades comuns dos consumidores: desde os videojogos à criação de conteúdo, e até mesmo na área do comércio eletrónico.
A Blockchain é uma base de dados descentralizada e imutável que facilita o controlo de bens (assets) e o registo de transações numa rede corporate.
Um asset pode ser físico (tal como uma casa, um carro, dinheiro ou terrenos) ou pode ser intangível (propriedade intelectual, patentes, direitos de autor, branding, etc.). A Blockchain almeja empoderar a distribuição e registo de informação digital sem a sua modificação. Assim, a Blockchain serve como base para registos (ledgers) imutáveis, ou registos de transações que não podem ser alterados, removidos ou destruídos.
A expansão deste mercado consegue ser diretamente ligada ao crescimento de investimentos de venture capital em negócios de tecnologia Blockchain. Estes investimentos levaram ao desenvolvimento da própria tecnologia tanto interna como externamente. Haverá provavelmente mais espaço para expansão de mercado, resultante da legalização e regulamentação das criptomoedas em países como El Salvador e Ucrânia.
Muitas empresas estão neste momento a tentar combinar tecnologia de Blockchain e capacidades de Inteligência Artificial (IA) para melhorar os seus serviços e abrir portas a potenciais novas expansões de mercado. Estas expansões serão possíveis devido à crescente procura por identidade digital a nível global.
Outro fator importante que irá contribuir para a expansão de mercado no período de tempo esperado é a crescente aceitação de plataformas de identificação através de tecnologia de Blockchain em diversos países. Para além disso, projeta-se que o mercado se desenvolva nos próximos anos, resultado da capitalização das criptomoedas relacionadas com o mercado.
Restrições do mercado
Um processo de integração complexo aliado à tecnologia de Blockchain poderá limitar a expansão do mercado. Para além disso é provável que uma falta de mão de obra técnica qualificada possa atrasar também a expansão global. Uma das principais barreiras à adopção da Blockchain na maioria das indústrias é a ausência de regulamentações e as incertezas a isso associadas.
Um dos aspectos mais difíceis da alteração de sistema de transações é a aceitação de regulamentações. Agências de regulamentação têm de compreender como todas as aplicações técnicas são impactadas pela atual legislação à luz dos avanços tecnológicos. As organizações financeiras globais estão a tentar estabelecer regras uniformes para o mercado da Blockchain.
A Blockchain e os videojogos
Para lá do mundo dos videojogos, que será um dos primeiros a sentir o impacto, os especialistas da IDC preveem que as áreas da criação de conteúdos e do comércio eletrónico vão ser transformadas pela tecnologia de Blockchain ao longo dos próximos anos.
A tecnologia de Blockchain tem vindo gradualmente a alterar a forma como realizamos certas atividades diárias e, de acordo com recentes previsões da IDC, poderá vir ater um impacto significativo na vida dos consumidores.
Os especialistas da área alegam que as características da tecnologia de Blockchain podem ajudar a garantir a segurança e transparência de transações, e a ajudar a monetizar produtos e conceitos. O mundo dos videojogos será provavelmente onde veremos as primeiras mudanças impactantes desta tecnologia.
A IDC informa ainda que, em 2021, as compras feitas dentro de videojogos (in-game purchases) a nível global tinham já passado os 60 mil milhões de dólares. Para além disso, calcula-se que o desenvolvimento de jogos baseados na Blockchain continuará a crescer e dará aos utilizadores a possibilidade de ganhar dinheiro enquanto jogam.
Para lá dos videojogos, a área da criação de conteúdo é outra que sofrerá fortes alterações. Tendo em conta relatórios recentes, estudos relatam que mais de 80% dos consumidores fazem publicações nas redes sociais pelo menos uma vez por mês e que cerca de 16% indicam fazer dinheiro com o conteúdo que criam e publicam online.
O Ransomware-as-a-service e malware vendidos na Dark Web são o que ainda gera maior crescimento no ciber-crime, de acordo com Roya Gordon, “Security Research Evangelist” na Nozomi Networks Labs.
O ciber-crime já se tornou a terceira maior economia mundial, atrás dos EUA e da China, de acordo com o World Economic Forum (WEF). Baseado em dados da publicação Cybersecurity Ventures, projeta-se que o ciber-crime venha a custar ao mundo perto de 8 biliões (leia-se trillion, em inglês) de dólares em 2023 e 10.5 biliões até 2025.
É bastante fácil para qualquer pessoa comprar acessos a redes e ransomware online, e esse é um dos fatores para este grande crescimento, diz Gordon. Os “cibercriminosos” não precisam de grandes skills técnicas para lançar ataques bastante sofisticados.
“Há mais jogadores em campo porque todas estas ferramentas estão facilmente à disposição, não é preciso um grande esforço por parte deles.” comenta Gordon.
Os ciber-criminosos estão prontos para explorar falhas na segurança, resultando numa rápida adopção da Internet of Things (IoT) – ou de sistemas de dispositivos conectados – nos setores da saúde, educação e negócios.
Para além das razões monetárias que motivam estes criminosos a atacar infraestruturas especialmente vulneráveis, a guerra na Ucrânia criou também “hacktivistas” com motivações políticas, que contribuem ainda mais para o crescimento da economia do cibercrime.
O Boom do Ransomware
Os atos de Ransomware (extorsão) têm disparado, e os cibercriminosos têm ficado cada vez mais gananciosos, especialmente depois do grande ataque de extorsão contra a Colonial Pipeline, que acabou por custar à empresa 4.4 milhões em 2021. Relembramos também a tentativa de extorsão que foi feita à TAP pela Ragnar Locker em 2022, que resultou na publicação de dados roubados com informação privada de clientes.
“Quando identificam organizações que pagam dentro de poucos dias ou imediatamente, faz com que outros criminosos se sintam encorajados a tentar o mesmo,” relembra Gordon.
A média dos pagamentos de resgate subiu para mais de 800.000 dólares, de acordo com os dados da Sophos de 2022. O mais recente relatório da Nozomy Security Labs avisa que este aumento pode ser parcialmente justificado pelos valores dos seguros contra o cibercrime.
“Os cibercriminosos começaram a fazer reconhecimento nas políticas de seguro contra cibercrime, e adequar os seus pedidos de resgate para corresponderem aos limites incluídos nessas políticas”, reportava o relatório da Nozomi.
Em vez de se apoiarem nas seguradoras, o conselho destes especialistas é que as empresas invistam na prevenção, proteção e remediação cibernéticas como a primeira linha de defesa. Para além disso, é reportado que algumas seguradoras já começaram a recusar-se a pagar ciber-resgates.
A Colonial Pipeline acede aos pedidos de ransomware em 2021. Imagem: Shutterstock
Ataques específicos a IoT
De acordo com o relatório State of the Connected World da WEF, cerca de 73% dos experts mundiais dizem que não têm certezas que dispositivos conectados sejam totalmente seguros. Gordon concorda com esta afirmação, acrescentando que “para as organizações, a cibersegurança é frequentemente uma ação reativa, e não um planeamento proativo”.
“As empresas continuam a focar-se muito na eficiência – como diminuir custos e aumentar faturação e lucro; mas esquecem-se da segurança,” relembra Gordon. E isto reflete-se na estatística, que mostra que tanto organizações privadas e governamentais, bem como utilizadores individuais se têm tornado mais vulneráveis a ciberataques devido à rápida adopção da IoT.
De acordo com a WEF, 1.5 mil milhões de ataques específicos de IoT foram registados na primeira metade de 2021, um aumento de 15.1% face ao ano anterior.
“Muito do firmware não é atualizado. É como se a maioria das pessoas o comprasse, instalasse e depois se esquecesse dele até que ocorra um ataque” diz Gordon. “Os atacantes sabem disso, e já carregam botnets com credenciais básicas como admin:1234. É uma grande preocupação”.
No que toca a segurança de IoT, as organizações “devem estar mais em cima do problema” diz a especialista, avisando que os ataques de botnets vão “certamente” aumentar. “Pelo menos, alterem a password e não se esqueçam dos patches,” recomenda Gordon.
Ataques a infraestruturas críticas
Demorar algum tempo a resolver um problema ou a implementar uma atualização pode ser mais desafiante em ambientes de tecnologia operacional baseados em dados em tempo real. Estes encontram-se normalmente em infraestruturas críticas, sensíveis a disrupção.
“Quando lidamos com instalações petroquímicas, ou uma rede energética, ou um gasoduto, não queremos criar disrupção nesse tipo de ambientes,” diz Gordon. Isto significa que organizações envolvidas em upgrades de infraestruturas críticas têm de estar cientes das vulnerabilidades.
“Isto é um catch-22[entenda-se beco sem saída, círculo vicioso, dilema, impasse; etc.]. Queremos estar o mais atualizados possível, mas não podemos fazê-lo de forma frequente ou leviana porque cria uma disrupção no ambiente”, explica Gordon.
A autora diz ainda: “É preciso que seja implementado um programa que diga – sabemos que há 100 patches para instalar, mas estes aqui são os mais importantes, foquemo-nos nestes primeiro”.
As infraestruturas de cuidados de saúde têm-se tornado num dos maiores “alvos” para cibercriminosos devido à natureza sensível da sua informação, de acordo com o relatório da Nozomi, que se reflete num perigo bastante sério e específico. “Na área da saúde, um ataque pode significar perdas de vida”, reflete a autora.
Tem havido também um aumento nos ataques contra o setor dos transportes, sendo o transporte ferroviário um alvo particularmente atrativo para os cibercriminosos e hacktivistas.
Com a recente guerra na Ucrânia, temos visto uma subida considerável de ataques a infraestruturas críticas com motivos políticos, incluindo o uso de wiper malware altamente destrutivo. O seu único objetivo é destruir informação sensível e causar caos e destruição.
“A única salvação neste caso são back-ups frequentes”, recorda Gordon.
A partir do momento que uma pequena empresa cresce e os seus projetos se tornam mais complexos e exigentes, querendo ou não, irá depender da Gestão de Projetos para manter os seus standards de qualidade e continuar a crescer.
Antes de enveredar pelo mundo da Gestão de Projetos, é necessário começar com um plano sólido, entender o que é, como funciona, e algumas das melhores práticas a aplicar. É aqui que nós entramos em ação. Temos 8 dicas essenciais para qualquer profissional (mesmo para quem não trabalha em Gestão de Projetos), que não são nenhum segredo de estado, mas que não devem ser postas de parte.
1. Começa com um plano
A Gestão de Projetos anda sempre à volta de planos e da sua implementação da forma mais fluida possível. Se enveredas pela Gestão de Projetos sem antes teres um plano definido, não interessa qual a ferramenta que utilizas – ou quão bem a utilizes. Sem um bom plano para começar, vai ser tudo muito, muito mais difícil.
Mesmo antes de começar a construir o projeto dentro de uma plataforma de gestão de projetos, já deves estar munid@ com um plano bastante completo que inclua de que se trata o projeto, qual o propósito que cumpre, quanto tempo vai demorar (e se há espaço de manobra para ir para além da data limite inicialmente estabelecida), quais os objetivos e como é que este projeto irá beneficiar a empresa e os clientes da mesma. Sem um plano que funcione, todo o processo pode e provavelmente vai ser desnecessariamente fatigante.
2. Comunica frequentemente com os principais stakeholders
Nada é mais eficiente num projeto (e na vida, já agora) do que uma boa comunicação. Certifica-te que implementas as ferramentas necessárias para que as equipas comuniquem sem problemas. Independentemente do software, é crucial que todos os membros sejam encorajados a manter todas as linhas de comunicação abertas para com o resto da equipa, dos managers e stakeholders.
A comunicação pode passar por um chat de servidor, e-mail, fórum ou qualquer tipo de plataforma (se bem que, mesmo com o passar dos tempos e a modernização das aplicações de reuniões virtuais, nada substitui verdadeiramente uma reunião e discussão presenciais), o mais importante é que os canais de comunicação se mantenham sempre abertos. Os Gestores de Projeto devem também estar sempre disponíveis e em contacto com os stakeholders, sem no entanto fazer demasiada pressão ou micromanagement.
3. Documenta os teus recursos
Recursos pode significar tudo desde membros da equipa, servidores, salas de reunião, etc. Uma coisa a ter em consideração é que normalmente não temos recursos ilimitados, e uma boa gestão daquilo que temos à disposição pode ser a chave para o sucesso de um projeto.
Quando tens uma documentação sólida de todos os recursos, tens sempre uma ideia bastante realista do que está a ser usado, como é que está a ser usado, e da forma mais eficiente de usar esses recursos. Deves também criar um “plano de recursos” para saber exatamente como usar cada recurso durante o ciclo de vida do projeto.
4. Monitoriza o volume de trabalho
A última coisa que queres fazer é sobrecarregar certos membros da equipa ou a equipa por inteiro. Tu e os teus Gestores de Projeto devem sempre ter o volume de trabalho do projeto sob controlo. Quando encontras um ou mais membros da equipa que têm mais trabalho do que deveriam, está na altura de redistribuir funções para evitar situações de burnout. Quando alguém chega ao ponto de burnout, já é demasiado tarde e o próprio projeto pode ser fortemente afetado. Ao te precaveres contra estas situações, poupas a equipa e o projeto ao mesmo tempo.
5. Implementa Gestão do Risco
O risco está em todas as partes, e é preciso algum esforço para o gerir. Implementar gestão do risco significa que estás sempre preparad@ para o pior, mesmo que nunca suceda. Para fazer esta gestão de forma eficiente, deves criar uma equipa de resposta ao risco, identificar todos os possíveis riscos envolvidos com o projeto, uma completa análise de risco, atribuir uma pessoa responsável para cada risco, e estar preparad@ para dar os passos necessários para lidar com cada risco, caso aconteça.
6. Evita ir mais longe do que o planeado
Por vezes, é tentador em alguma fase do ciclo de vida do projeto ir além das fronteiras do mesmo. Podes ter encontrado entretanto um novo atributo ou função que poderia ser necessária. Apesar disso, não planeaste a inclusão desse atributo, e tentar adicioná-lo a meio do projeto pode colocar em risco o sucesso de todo o projeto.
Ao invés de adicionar algo a meio do processo, considera essa adição para uma edição futura deste mesmo projeto, ou mesmo como um add-on a ser adicionado depois da conclusão do projeto. O mais seguro é manteres-te com o teu plano original, e certificares-te do seu sucesso em vez de aplicar riscos desnecessários.
7. Reúne com frequência (mas com brevidade)
Considera organizar pequenas reuniões “stand-up” semanais ou diárias com toda a equipa, para te certificares que estão todos na mesma página. Estas reuniões devem ser breves e assertivas. Não te desvies do tópico em questão e não mantenhas as pessoas mais tempo que o necessário, senão vai tornar-se fastidioso para toda a gente envolvida. O ideal é chegar, dizer aquilo que precisa ser dito, ouvir os outros, e terminar. É só isso.
8. Documenta tudo
Algo que algumas pessoas descartam mas que faz toda a diferença, é documentar. Não só deves manter documentação detalhada sobre o que quer que seja que construas/cries, mas deves também documentar tudo sobre o projeto em si e o desenvolvimento de todas as suas fases. Regista quem fez o quê, como e quando, basicamente anota todos os aspetos do projeto que te lembres. Quanto mais documentação existir, mais eficiente será o projeto, e mais facilmente serás capaz de repetir um projeto com sucesso no futuro.
Those who plan do better than those who do not plan, even though they rarely stick to their plan.”
Winston Churchill
PS: Sabias que a Olisipo tem uma categoria de formações focadas em Gestão de Projetos? Se estas oito dicas te abriram o apetite para este mundo, não te deixes ficar por aqui, e dá já o primeiro passo na tua carreira de (provável) sucesso connosco.
A indústria da tecnologia tem sido algo polémica nos últimos meses, mas mesmo assim não há como negar o seu crescimento abismal e importância, e que todos os dias surgem novas necessidades, novas funções e oportunidades. É importante saber as diferenças entre as várias funções quando consideramos uma mudança (ou início) de carreira, para melhorar as hipóteses de conseguir aquela vaga de sonho. Neste artigo, ajudamos-te a identificar e clarificar 7 das vagas mais procuradas em IT.
1. Data Scientist
Os data scientists são uma nova geração de peritos em dados analíticos que têm competências técnicas para resolver problemas complexos – e a curiosidade para explorar que problemas precisam de ser resolvidos.
São parte matemáticos, parte informáticos e parte observadores de tendências (e parte feiticeiros, achamos nós). E, porque se encontram tanto no mundo dos negócios como no das TI, são muito procurados e bem pagos.
São também um sinal dos tempos. Os data scientists não estavam em muitos radares há uma década atrás, mas a sua súbita popularidade reflete a forma como as empresas agora pensam sobre big data. Essa enorme quantidade de informação não estruturada já não pode ser ignorada. É uma mina de ouro virtual que ajuda a aumentar as receitas – desde que haja alguém que investigue e encontre ideias comerciais que ninguém pensou em procurar anteriormente. É aqui que entra o Data Scientist.
Principais responsabilidades
Recolher grandes quantidades de dados desordenados e transformá-los num formato mais utilizável;
Comunicar e colaborar tanto com as TI como com os clientes;
Procura de ordem e padrões nos dados, bem como detectar tendências que possam ajudar ao resultado final de um negócio;
Trabalhar com uma variedade de linguagens de programação, incluindo SAS, R e Python;
Ter uma compreensão sólida de estatísticas, incluindo testes estatísticos e distribuições;
Manter-se a par das técnicas de análises tais como machine learning, aprendizagem profunda e análises (dados analíticos) de texto;
Resolver problemas relacionados com o negócio usando técnicas orientadas por dados.
Neste mundo digital a que todos pertencemos de uma maneira ou outra, a capacidade de interagir com computadores é essencial. Por isso, é normal que muitas novas vagas que surgem vão depender de programação, à medida que os produtos e serviços se tornam eles mesmos digitais. Os engenheiros de software são peritos no que diz respeito a linguagens de programação e respetivos sistemas. Como resultado, produzem produtos personalizados para diferentes clientes. O objetivo é gerar a base sólida de um programa com os seus conhecimentos de engenharia antes de o projeto avançar.
De acordo com tendências recentes, espera-se que o crescimento em oportunidades para engenheiros de software se mantenha acima dos 20%.
Principais responsabilidades
Há dois papéis principais na engenharia de software:
engenheiro de software de aplicação: cria novo software ou adapta produtos existentes para negócios e outras empresas. Faz isto através da análise das necessidades dos seus clientes. Por vezes, como engenheiro de aplicação, é responsável pela instalação e manutenção de uma aplicação ao longo da sua vida útil.
engenheiro de software de sistemas: desenvolve programas para os sistemas informáticos de uma empresa. Por outras palavras, cria operações lógicas para ajudar os dispositivos a trabalhar conjuntamente. Por exemplo, constrói interfaces de programação de aplicações (APIs) que ligam duas máquinas ou programas diferentes. Em geral, os engenheiros de sistemas desenvolvem itens que mantêm a velocidade, a produtividade e a segurança.
Nos últimos anos, não temos parado de ouvir que grandes empresas em todos os ramos de atividade têm sido alvo de agressivos ataques informáticos. Daí que não seja surpresa para ninguém a crescente procura por profissionais nesta área.
O Cyber Security Analyst, ou Analista de Segurança Cibernética, protege o sistema e as redes de uma organização contra ameaças de hackers. Este profissional também é responsável por desenvolver protocolos que são usados para responder a ataques e fazer com que estes sejam travados antes de serem causados danos. Assim sendo, este analista é um dos profissionais da área da segurança da informação que protege a infraestrutura organizacional, incluindo-se, aqui, redes de computador e dispositivos de hardware.
Falamos, portanto, de um especialista em segurança de rede e infraestrutura de Tecnologias da Informação. É um verdadeiro conhecedor de ataques cibernéticos, assim como é um especialista em malware e no comportamento de hackers. Este conhecimento permite-lhe antecipar e prevenir ataques cibernéticos, o que é essencial para que uma organização permaneça segura.
Principais responsabilidades
O Cyber Security Analyst tem como principal função proteger o hardware, software, as redes e principalmente a informação da organização. Assim, tem de conhecer a fundo a infraestrutura de TI da empresa para poder mantê-la sempre sob monitorização e prever possíveis ataques que possam trazer danos para a organização. Perceber os pontos fracos é indispensável para aumentar a segurança do sistema digital da organização. Assim, uma das suas tarefas é melhorar a segurança da rede organizacional para que as informações confidenciais da empresa estejam sempre seguras.
Principais skills
Conhecimentos de segurança em várias plataformas
Experiência relevante em computação forense (computer forensics)
Experiência a trabalhar com dados em operações diárias
Forte compreensão de skills de hacking, incluindo conhecimentos de matemática
Conhecimento de implementação de computação em nuvem.
4. Web Developer
Nos últimos anos, a carreira de Web Developer (Programador Web) tornou-se uma escolha muito atraente, no entanto, há muito que se desconhece sobre esta profissão. O Web Developer trabalha com código. O seu objetivo é desenvolver e manter produtos digitais como websites e aplicações que respondam às necessidades do utilizador de forma eficaz e de forma a criar a melhor experiência. O Web Developer combina os aspetos técnicos dos produtos digitais, com os aspetos estéticos.
Principais responsabilidades
De forma geral, o web developer trabalha em equipa com outros developers e por norma decide especializar-se em projetos de front ou back-end.
O front-end developer trabalha a parte visível dos projetos. Quando abrimos um website estamos a ver o seu trabalho. É o front-end developer que decide a estética de cada página, onde é que cada elemento vai encaixar e como é que estes elementos interagem entre si. Trabalha com linguagens de marcação – HTML e CSS; e linguagens de programação como Javascript. O front-end developer tem de ter conhecimentos digitais e tem de saber combiná-los com conhecimentos de Design.
O back-end developer trabalha os aspetos não visíveis dos projetos. É ele que se assegura que um website funciona como é suposto, que somos direcionados para o local correto quando clicamos nos diferentes elementos das páginas, etc. O back-end developer certifica-se que existe a melhor experiência possível para o utilizador.
User experience – ou experiência do utilizador – foi um termo usado pela primeira vez na década de 90, por Don Dorman. É recorrentemente usado para falar dos meios digitais e tecnologia, mas até nas situações mais simples do nosso dia-a-dia estamos perante user experience. A experiência do utilizador abrange todos os aspetos de interação entre o utilizador e uma empresa, os seus serviços e os seus produtos.
O crescimento da internet e das redes sociais pendeu a balança do poder para o lado dos consumidores. As empresas responderam a esta mudança no paradigma ao criar cada vez mais experiências positivas para os consumidores ao longo do processo de compra. Assim que não é surpresa para ninguém que esteja previsto um crescimento anual de pelo menos 3% na procura de UX designers.
Principais responsabilidades
Realizar pesquisas qualitativas e quantitativas para identificar e compreender o público-alvo, os seus problemas e os aspetos que valorizam
Projetar protótipos, wireframes e fluxogramas, relatórios de avaliação e outros produtos
Estudar as características do produto para entender o seu impacto na experiência do utilizador
Definir perfis de proto-personas ou buyer personas
Criar documentação para planear o projeto de forma eficiente
Trabalhar com a equipa de desenvolvimento para comunicar, co-criar e testar ideias e conceitos de design
Realizar testes de usabilidade e auditoria
Coordenar provas de conceito, interação, funcionalidade e usabilidade
Monitorizar as tendências da indústria e analisar a concorrência
Trabalhar com designers de IU para ver como implementar os designs
De acordo com este estudo acerca do crescimento de tipos de funções, a procura de project management com sucesso (e consequentemente project managers com experiência) vai continuar a crescer, estimando-se aproximadamente 22 milhões de vagas para funções de project management em 2027 e além.
Não é uma coincidência, considerando que as empresas estão à procura de apresentar produtos e serviços cada vez mais radicais e “fora da caixa”, e por isso mesmo compreendam que para isso precisam de project managers capazes de executar os seus planos. Para além disso, o project management tem-se tornado tão essencial devido à necessidade de alinhamento e visibilidade cada vez maior por parte das empresas.
Principais responsabilidades
Tipicamente, os project managers têm o papel principal de planear, executar, monitorizar e fechar projetos. Por outras palavras, estão à frente do projeto de uma ponta à outra, e responsáveis pelo seu sucesso ou falhanço. Este papel requer um mindset estratégico, bem como capacidades de gestão de conflitos e resolução de problemas.
Entrando na era digital, a influência do software é cada vez mais significativa, e por isso é cada vez mais importante para as empresas que os seus softwares não falhem. Assim sendo, a procura de testers tem aumentado bastante, esperando-se que até 2029 surjam (e sejam preenchidas) mais de 308,390 vagas para testers.
Principais responsabilidades
Quality assurance testers são engenheiros ou técnicos responsáveis por detectar problemas com um website, software, hardware, produto ou qualquer tipo de erro com a experiência do utilizador. Dessa forma, um tester é alguém crucial para poder ser entregue um produto de alta qualidade aos utilizadores. É muito comum em sistemas de gaming, aplicações mobile e outras formas de tecnologia que precisam de testes extensivos.
As responsabilidades de um QA tester incluem a prestação de suporte contínuo à equipa de desenvolvimento durante as várias fases do ciclo de desenvolvimento de um software. Por exemplo, um tester na indústria dos videojogos irá provavelmente focar-se em encontrar e reproduzir erros nesses jogos.
Principais skills
Dev tools
Front-end skills
Linguagens de programação
Compreender diferentes Sistemas Operativos e operações
“Technology is best when it brings people together.”
– Matt Mullenweg
Estas 7 funções vão continuar a estar na lista das mais procuradas em 2023 e adiante. Na era digital em que vivemos, existem bastantes opções por onde escolher dentro do mundo tecnológico que oferecem bons salários e oportunidades de crescimento.
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O mundo tecnológico tem dado muitos e bons passos em frente nos últimos anos, mas a verdade é que o desenvolvimento nunca vem sem percalços. Pensemos nas anti-inovações, nos acidentes, contratempos, e simples más ideias que levaram aos muitos falhanços tecnológicos este ano. Desde farmacêutica mortífera, à queda de mercados de criptomoeda, à quantidade monstruosa de hacks a instituições, ao metaverso, temos muito por explorar.
O progresso cruel da Neuralink
A empresa de desenvolvimento de aparelhos médicos Neuralink de Elon Musk está aparentemente sob investigação federal por potenciais violações aos direitos dos animais, depois de terem sido feitas queixas por empregados da mesma. O relatório menciona que documentos internos e outras fontes indicam que os testes feitos em animais são feitos demasiado rápido, o que causa que os mesmos sofram e morram desnecessariamente.
A empresa, fundada em 2016 tem trabalhado para desenvolver um implante cerebral para restaurar movimento a doentes paralisados, e tratar outras doenças neurológicas.
Baseado em dezenas de documentos da Neuralink e entrevistas com mais de 20 empregados atuais e passados da empresa, o relatório concluiu que a investigação coincide com crescentes queixas de empregados relativamente aos testes em animais da Neuralink, incluindo queixas que a pressão por parte do CEO para acelerar o desenvolvimento dos projetos resultou em experiências falhadas. Os empregados alegam que devido à necessidade de refazer os variados testes que falharam inicialmente (falhas estas que dizem ser evitáveis, não fosse a pressão de resultados rápidos), mais e mais animais têm sido sujeitos a experiências, a maioria fatais.
Documentos indicam que desde 2018, a empresa já matou mais de 1500 animais, incluindo ovelhas, porcos e macacos. Como não são feitos registos do número exato de animais testados e mortos, fontes creem que o número real possa ser ainda maior.
A App portuguesa para identificar contactos de COVID-19 que nunca funcionou
Chegou ao fim a aplicação para smartphone StayAway Covid, lançada em setembro de 2020 para rastreamento dos contactos no âmbito da pandemia. Numa nota disponível no site da aplicação, é visível o aviso sobre a “interrupção da operação do sistema” da aplicação. “Apesar de ainda não ter sido declarado o fim da pandemia de Covid-19, a positiva evolução do padrão epidemiológico da doença em Portugal justifica a interrupção da operação do sistema STAYAWAY COVID”, é possível ler no site.
A aplicação foi desenvolvida pelo INESC TEC. A StayAway Covid recorria à tecnologia Bluetooth para registar os contactos entre pessoas com a aplicação instalada. Na descrição nas lojas de apps era explicado que “uma vez instalada a aplicação, o telemóvel anuncia a sua presença a todos os dispositivos próximos usando identificadores aleatórios que não revelam identidades pessoais.” Era, através desses identificadores, que seria possível saber se os smartphones estiveram próximos, a que distância e durante quanto tempo. No entanto, era preciso que, os casos positivos, tivessem acesso a um código para inserir na app, que comunicaria assim com os outros smartphones que tinham estado por perto.
Enquanto os responsáveis pela app defendiam numa fase inicial que o projeto precisava de ser apoiado, vozes como a Associação D3, dedicada aos direitos digitais, teceu críticas ao projeto, mencionando reservas na área da privacidade. Em comunicado em 2020, a D3 recordou que os pareceres da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) e de outras entidades teriam sido “ignorados” no processo de desenvolvimento da app.
As críticas subiram de tom quando António Costa defendeu, em 2020, que a aplicação deveria ser obrigatória. A obrigatoriedade de instalação tinha coimas associadas, que podiam ascender aos 500 euros. A medida dividiu os constitucionalistas e até gerou algum desconforto entre as entidades que participaram no desenvolvimento da aplicação. Com o passar do tempo, a aplicação perdeu fôlego – tanto no propósito como nos números de instalações.
Rui Oliveira, administrador do INESC TEC, indicou que no total, o valor gasto com o desenvolvimento e promoção da aplicação foi de “cerca de 550 mil euros“.
O Hack desastroso à TAP
Como é do conhecimento público, a companhia aérea TAP foi alvo de um ciberataque em 26 de agosto de 2022. O grupo de hackers Ragnar Locker publicou no dia 12 de Setembro dados relativos a 115 mil clientes da TAP, mas dizia ter perto de 1,5 milhões. Depois de várias ameaças, o Grupo de hacker publicou mesmo os 1,5 milhões de dados clientes que dizia ter em sua posse.
A TAP alertou de seguida os clientes afetados pelo ataque informático à companhia, de que esta divulgação “pode aumentar o risco do seu uso ilegítimo”, pedindo atenção a comunicações suspeitas.
A companhia revelou que “foram tomadas de imediato medidas de contenção e remediação para proteger os dados dos clientes”, informando que “os ‘hackers’ publicaram as seguintes categorias de dados em relação a um número limitado de clientes, entre os quais se inclui: nome, nacionalidade, género, morada, e-mail, contacto telefónico, data de registo de cliente e número de passageiro frequente”.
O grupo referiu ainda que, “a coisa mais interessante, é que eles [a TAP] ainda não resolveram as vulnerabilidades na própria rede e este tipo de incidentes pode acontecer outra vez. Por sinal, se alguém precisar de um acesso remoto à TAP Air [sic], avisem-nos”
A publicação dos dados leva a suspeitar/concluir que a TAP não terá pago o resgate pedido pelo grupo de hackers. Além disso, a companhia aérea garante que o plano de contingência foi ativado e a companhia tem estado a trabalhar em articulação com as autoridades com competências nesta matéria.
O METAverso que continua a sangrar dinheiro
Desde o início de 2021, o grupo Meta Platforms Inc. de Mark Zuckerberg já gastou mais de 15 mil milhões de dólares no seu projeto Metaverse. Mas até agora, a empresa ainda não revelou exatamente onde o dinheiro está a ser gasto. Isto continua a suscitar preocupações entre investidores e analistas.
Muitos especialistas do sector receiam que o investimento maciço da Meta possa acabar por ser desperdiçado. “O problema é que gastam o dinheiro e o mantêm em segredo dos investidores, o que pode levar a um desastre”, disse Dan Ives, um analista da Wedbush Securities. “Ives acrescenta: ‘Ainda é uma aposta alta para Zuckerberg e a sua equipa. Por agora, estão a apostar o seu dinheiro no futuro enquanto o seu negócio principal enfrenta enormes desafios”.
Neste momento, a empresa não está a ver quaisquer sinais de acabar com as suas perdas. A empresa relatou um prejuízo de mais de 5 mil milhões de dólares nos primeiros seis meses de 2022. Muitos analistas prevêem que as perdas totais deste ano irão exceder as do ano passado. As ações da Meta também desceram cerca de 65% este ano.
Analista de referência, Mark Zgutowicz estima que pelo menos 60% das perdas dos Reality Labs provêm dos enormes custos de investigação e desenvolvimento necessários para construir um novo mundo virtual. “Até todos usarmos óculos que não nos façam parecer e sentir estranhos, pelo menos de uma perspectiva escalável, não há um verdadeiro metaverso”, disse Zgutowicz. O Quest Pro pode reconhecer expressões faciais e transmiti-las a dispositivos VR para uma experiência imersiva.
Em Dezembro, a Meta anunciou que cerca de 20% dos custos do grupo Meta em 2023 serão focados no Metaverso e no projeto Reality Labs.
A epopeia do Twitter, escrita por Elon Musk
Quando o homem mais rico do mundo (na altura) comprou o Twitter, prometeu acima de tudo restaurar a “liberdade de expressão” na plataforma.
Assim que chegou ao Twitter, com uma dad joke de estremecer (let that sink in, a sério?) Elon Musk despediu a grande maioria do staff da empresa e partilhou os “Twitter files” – mensagens de Slack trocados entre antigos executivos sobre se deveriam banir a conta de Donald Trump, ou bloquear noticias sobre o computador de Hunter Biden. Musk insinuou que o anterior chefe de confiança e segurança do Twitter era secretamente um pedófilo. Restituiu figuras controversas na equipa e anunciou várias novas medidas conforme se ia lembrando delas: paródias são agora proibidas. Nada de links do Instagram. Publicar informação sobre as localizações dos jatos privados de bilionários: nada disso.
Algumas pessoas previram que a tecnologia do Twitter iria eventualmente colapsar devido a todo este stress. Mas o que Musk estava de facto a destruir – violenta e subitamente – eram as regras de interação no website, e dessa maneira, o produto em si. “A verdade essencial de qualquer rede social é que o produto é moderação de conteúdo”, escreveu o jornalista Nilay Patel. “Moderação de conteúdo é o que o Twitter faz – é o que define a experiência de utilizador.”
Os utilizadores da plataforma devem agora decidir se este novo e alterado Twitter é algo que querem. Serão eles a ditar o veredicto final sobre este controlo maníaco de Musk como moderador-chefe. Seis semanas depois de tomar posse da empresa, Musk, numa possível dúvida existencial, pôs o seu reinado sob votação: “deverei afastar-me como chefe do Twitter? Respeitarei os resultados deste inquérito” tweetou a dia 18 de Dezembro.
O resultado? 57.5% responderam que sim, deveria sair, enquanto 42.5% responderam contra a sua saída.
O povo falou. O homem diz que se afastará assim que encontrar um substituto à altura. Que fará na realidade Musk?
A implosão da FTX
Imaginemo-nos num mundo em que se inventam novos tipos de dinheiro, e há quem nos pague, bem, dinheiro verdadeiro, para os obter. Chamemos ao que essas pessoas estão a comprar “Tokens” de criptomoedas. No entanto, visto que há vários tipos de tokens e estes são difíceis de comprar e vender, imaginemos que um empresário cria um mercado de ações privado para poder comercializar estes tokens. Chamemos a isto uma “bolsa de criptomoedas” ou “cryptocurrency exchange”. Como os tokens não têm um valor intrínseco e outras bolsas já foram à falência, teríamos de nos certificar que a nossa era super segura e bem regulamentada.
Este foi o conceito por detrás da FTX Trading, uma bolsa de crypto criada por Sam Bankman-Fried, um jovem de vinte e tal anos que brincava com tecnologia sofisticada, como um “motor de risco automatizado” que verificava de 30 em 30 segundos se quem depositava tinha de facto dinheiro real suficiente para cobrir as suas “apostas” em crypto. Esta tecnologia assegurava uma “transparência completa”.
No entanto, por detrás desta visão perfeita, a FTX parece ser simplesmente um clássico caso de desfalque. De acordo com investigadores americanos, Bankman-Fried pegava no dinheiro dos clientes e usava para comprar casas, fazer donativos para campanhas eleitorais e acumular quantidades gigantescas em tokens de crypto ilíquidos. Em Novembro, tudo desmoronou. John Ray, escolhido para investigar a companhia em falência, disse que a tecnologia da FTX “não era de todo sofisticada”. Nem a suposta fraude: “Trata-se apenas de tirar dinheiro dos clientes e usá-lo para proveito próprio”.
Bankman-Fried, que é graduado do MIT e cujos pais são ambos professores de direito na universidade de Stanford, foi preso nas Bahamas em Dezembro e enfrenta múltiplas acusações de conspiração, fraude e lavagem de dinheiro.
Em 2022, estávamos certos que já haveria uma forma simples, organizada e transparente de vender bilhetes para concertos, mesmo para grandes eventos que geram enorme antecipação, como a tour mundial de Taylor Swift. Mas o maior vendedor de bilhetes a nível mundial não teve um ano particularmente fácil. As vendas desiquilibraram-se quando o sistema da Ticketmaster “crashou”, deixando milhares de “swifties” completamente furiosos. Pouco tempo depois, na cidade do México, mais de um milhar de fãs de Bad Bunny viram os seus bilhetes rejeitados e considerados falsos devido a uma falha nas máquinas de leitura de bilhetes, fazendo com que o artista acabasse por atuar perante um recinto meio cheio.
O departamento Mexicano de proteção ao consumidor diz que há a possibilidade de processarem a Ticketmaster. No entanto, vários fãs de Taylor Swift anteciparam-se e já puseram o caso em tribunal, alegando que o “desastre de vendas” se deveu às práticas “anticompetitivas” da empresa. A Ticketmaster e a sua empresa-mãe Live National controlam mais de 80% do mercado de vendas de bilhetes nos EUA e a empresa há muito tempo que é escrutinizada por reguladores Antitrust.
Não se trata apenas dos preços elevados dos bilhetes (apesar de um bilhete “normal” para um concerto do tour de Taylor Swift custar cerca de 1000$). De acordo com o economista de Yale Florian Elderer, a falta de concorrência aumenta a probabilidade de erros de emissão de bilhetes. “As alegações contra a Ticketmaster são que a mesma abusa da sua posição dominante no mercado ao não investir o suficiente em websites estáveis e apoio ao cliente”, diz Elderer. “Assim, em vez de causar danos aos consumidores por cobrar preços exorbitantes, a Ticketmaster é acusada de causar danos por providenciar serviços de qualidade inferior – que não aconteceria caso tivesse mais concorrência no mercado”.
A aventura Galactica da Meta
No Outono deste ano, dois modelos de Inteligência Artificial que respondem a questões num modelo de texto fluido e quase humano – foram lançados online para a utilização do público em geral. Apesar de ambos serem semelhantes, a recepção dos utilizadores não poderia ter sido mais diferente.
O modelo vindo da Meta (empresa de Mark Zuckerberg) chamado Galactica, sobreviveu apenas 3 dias antes que uma onda avassaladora de críticas causasse a empresa a desligar o mesmo “da ficha”. A Technology Review decidiu perguntar ao modelo sobrevivente, o ChatGPT da OpenAI (que tem tido uma recepção incrivelmente positiva) para que contasse uma história sobre o que aconteceu. Em baixo fica um printscreen da resposta do ChatGPT, que demorou cerca de 25 segundos a ser escrita:
Apostamos que 2023 nos trará mais avanços tecnológicos incríveis, mas preparamo-nos para os inevitáveis “desastres” que virão certamente de arrasto.
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“Muitas pessoas questionam-se como é que uma empresa na área do outsourcing de serviços de IT tem nos seus quadros várias pessoas com mais de 20 anos de casa. Parece pouco provável mas de facto assim acontece na Olisipo (…)”
José Serra – CEO Olisipo
Numa indústria que domina há vários anos os valores mais altos de índice de rotatividade (ou taxa de “turnover”), a tarefa de manter profissionais no mundo das tecnologias da informação é quase hercúlea. E por isso mesmo é tão importante celebrar e reconhecer alguém que confia numa organização durante 20 anos, e que deixa que esta o acompanhe durante a sua carreira.
Ivo Esteves é Gestor de Serviço e Hugo Palma é Administrador de Sistemas e ambos já ultrapassaram 20 anos de casa com a Olisipo. Para celebrar este marco que não é para qualquer um, juntámo-nos à conversa para relembrar como tudo começou.
Ivo lembra-se que Hugo foi das primeiras pessoas que conheceu quando se juntou à Olisipo. Cresceram juntos, evoluindo, aprendendo cada vez mais sobre as tecnologias com que trabalham hoje em dia. Lembram-se dos vários convívios que fizeram ao longo dos anos, e embora a equipa já tenha mudado muito desde então, alguns colegas ainda deixam saudades. Tal como nos diz José Serra, as empresas fazem-se de pessoas, das amizades e equipas que se criam.
Há vinte anos, estes colegas contam-nos que a Olisipo era muito diferente de hoje. Com muito menos pessoas. “depois foi crescendo, o número de empresas apoiadas pela Olisipo também cresceu, as condições evoluindo(…)”.
Hoje em dia, a Olisipo conta com mais de 500 consultores.
“[A olisipo] sempre me deu tudo o que eu precisei, sou muito feliz neste momento, e cada vez mais vejo que corresponde às necessidades dos que cá estão.”
Hugo Palma
Para eternizar este momento e relembrar que por vezes é importante olhar para as coisas de uma perspectiva diferente, a Olisipo convidou o Hugo, o Ivo e as suas famílias a dar um passeio pelos céus de Lisboa, em helicóptero, numa experiência memorável.
Vídeo reconhecimento especial – Entrevista Ivo e Hugo & passeio de helicóptero
Para além das mais de 250 vagas que temos em aberto, a Olisipo está sempre interessada em receber a tua candidatura espontânea: quer sejas um profissional com 20 anos de carreira, ou um junior fresquinho. Vem conhecer-nos, descobre projetos interessantes e os motivos pelos quais centenas de profissionais nos confiam as suas carreiras!
Um programador, tal como qualquer outro profissional, pode, a dada altura, dar consigo a imaginar como era desempenhado o seu trabalho há uns quantos anos. Será que a energia era gerada através de burros a puxar carroças? Hamsters em rodinhas? quantas linguagens existiam? quão rápidos eram os computadores? Demos por nós a imaginar como seria programar há 30 anos.
Poderíamos provavelmente dizer que quase tudo sofreu alterações no mundo das tecnologias de informação, mas algumas mudanças são mais importantes que outras.
A utilização da Internet aumentou significativamente.
Desde 0.1% da população em 1992 a 59.9% em 2022, a grande maioria de nós não sabe viver nem trabalhar sem a internet. E de 27.3% em 2005 a 40.1% em 2019, também os computadores pessoais aumentaram consideravelmente.
Friends – “The One With The List” (1995)
O verbo “googlar” ainda não tinha sido inventado.
Não havia Stack Overflow. Não era possível pesquisar online e em segundos ter acesso às respostas de dezenas de outras pessoas que passaram pela mesma situação que nós. Havia manuais. Em papel. Era necessário sentarmo-nos e lermos um manual de uma ponta à outra, por vezes passava-se a primeira semana de um novo emprego nessa tarefa monótona. Depois todo esse papel ficava nas estantes, pronto a ser consultado sempre que necessário. Tínhamos de ser muito mais dependentes da nossa própria desenvoltura e desembaraço.
Open-source é um novo modelo de negócio.
O Open-source descreve um approach de como o software é criado e licenciado. Esta metodologia ajuda empresas e indivíduos a criar código, disponibilizar o software a outros e gerir os seus projetos ao longo do tempo, a uma escala anteriormente impensável. O open-source democratiza a inovação, onde todos podem começar a criar e a inovar software de uma forma mais colaborativa e eficiente. Esta expansão foi acompanhada por desenvolvimentos de mercado tais como empresas procurarem financiamento de capital de risco (venture capital funding) para financiar os seus projetos, ao lançamento de mais serviços de cloud, para que esses trabalhos mencionados anteriormente cheguem até mais developers. Uma autêntica bola de neve da inovação.
Tínhamos mais paciência e esperar pela máquina fazia parte do processo
É difícil imaginar ou relembrar o quão lento era um Intel 80386 de 25Mhz com 8Mb (sim, não são gigas) de RAM.
SYP302 IBM PC AT com Intel 80386 25 MHz – 1988
Havia muito menos ferramentas do que temos hoje em dia.
Era possível programar apenas em FORTRAN e C utilizando toolchains relativamente simples, quando hoje em dia há que saber navegar todo um oceano de JavaScript e web frameworks, uma míriade de pequenas ferramentas no campo de front-end, temos Java com todo o seu ambiente complicado de Spring, JSF, Hibernate, etc., ainda mais Docker, Kubernetes, AWS, Azure, linguagens como Clojure, D, Dart, Elixir, Elm, F#, Go, Haskell, Julia, Kotlin, Lua, OCaml, Rust, Scala, TypeScript e muitos mais debaixo da superfície.
Youtube – linguagens de programação (1990)
Basicamente, programar era mais simples. Uma das grandes vantagens de programar há 30 + anos é que até os maiores sistemas da altura não eram tão sofisticados que uma pessoa sozinha não conseguisse compreender minimamente, até ao surgimento do Windows 95 e do início da internet. Tudo isso começou a desmoronar a partir daí, e agora existem tantas camadas abstratas que é necessário escolher um caminho por onde enveredar, não é possível especializarmo-nos em tudo.
Era necessário prestar mais atenção a considerações de performance quando programávamos.
Não tínhamos acesso a processadores GHz multi-core e vários gigas de memória, não tínhamos discos de memória vastos e rápidos, não tínhamos Gigabit Ethernet. Hoje, o nosso hardware é tão rápido e potente, que qualquer software funciona sem problemas. É por isso que Java, Python, JavaScript, Ruby, Perl, PHP, R, Lisp, Smalltalk, etc. correm todos lindamente, e assim, o C++ deixou de ser a linguagem predominante como era nos anos 90.
Nessa altura, os Sistemas Operativos como o MS-DOS, Windows 95 e Macintosh “crashavam” com frequência. Escrever aplicações estáveis e fiáveis era um grande desafio. Hoje, temos o Windows 11, macOS e Linux, apesar dos SO’s mobile ainda apresentarem algumas falhas.
A produção e distribuição de software eram demoradas
E caras. Não era exequível produzir uma versão semi-acabada de um programa, e depois simplesmente corrigir as falhas com um simples update de software online. Era necessário testar exaustivamente, o que também tornava o processo de explicar à chefia porque é que testar era tão importante: pois caso não fosse bem feito, podia custar milhões à empresa.
O “nerd” – um estereótipo eterno
Nos anos 90, não te tornavas programador para enriquecer, mas sim porque eras brilhante e meio “nerdy”. Não existiam “bootcamps” de programação, todos os teus colegas tinham uma licenciatura de 4 anos, normalmente em ciências de computação. Não que isso fosse necessariamente uma vantagem em comparação, mas era sem dúvida um grupo mais homogéneo de profissionais. Comparativamente, hoje em dia as barreiras de entrada na área de TI são drasticamente menores.
Ao mesmo tempo, havia um status inerente à profissão
Os programadores ainda eram vistos como engenheiros altamente profissionalizados, eram considerados raros e valiosos, ainda mais do que hoje em dia. O mito “10x developer” ainda não havia sido inventado. Já eras uma pessoa “10x” simplesmente por seres um programador. Agora, a função disseminou-se pelo mundo fora e isso também quer dizer que essas pessoas já não são tratadas como sendo tão raras e especiais, apesar de ser uma profissão bastante bem paga.
Um programador com 20 anos de experiência valia muito mais do que um com 2 anos de experiência, quando hoje em dia já não é bem assim, precisamente porque evolui tudo tão depressa, que ser um “dinossauro” programador já não compensa assim tanto.
O fenómeno do desaparecimento das mulheres em TI
Havia muito mais mulheres a trabalhar na área das TI e da programação. É estranho pensar que isso se reverteu quando nas últimas décadas tanto se lutou pelos direitos femininos, mas a realidade é que muitos dos pioneiros na área – as pessoas que programaram os primeiros computadores digitais – foram mulheres. Durante décadas, o número de mulheres a estudar computação crescia mais rapidamente que o número de homens. Mas, em 1984, algo mudou. Essa percentagem estagnou, e depois caiu a pique, mesmo quando o número de mulheres em outras áreas técnicas e profissionais continuou a aumentar. Não há uma resposta clara e definitiva, mas há um facto muito importante a considerar (entre outros): este declínio começou quando o número de computadores pessoais em residências nos estados unidos aumentou. Estes primeiros computadores eram pouco mais que brinquedos. Permitiam primeiramente jogar e talvez um pouco de processamento de texto. E o público-alvo do marketing destes computadores eram obviamente os homens e rapazes.
A invenção do teletrabalho
Não havia um teletrabalho conforme o conhecemos hoje em dia. Trabalhar a partir de casa significava copiar todo o teu software e trazê-lo contigo para casa, ou literalmente pegar no computador e colocá-lo na mala do carro. Não havia DSL, nem modems, muito menos fibra. Uma linha T1 corria 1.4Mbps e custava cerca de 1.100$USD por mês, o que estava bem acima das possibilidades dos comuns mortais.
Apesar de tudo o que mudou nas últimas décadas, há sempre coisas que nunca mudam: os programadores continuam a divergir em opiniões sobre como implementar as suas ideias e soluções, o que mantém a “chama” e o desafio mais vivos do que nunca. A inovação e a concorrência estão mais fortes que nunca. O céu é o limite.