Categorias
Cibersegurança Inovação

A importância da análise digital forense no mundo corporativo

Embora as atividades de análise digital forense estejam profundamente associadas à investigação criminal, as empresas estão cada vez mais a identificar a necessidade de integrar esses conhecimentos e competências nos seus departamentos de TI. A recuperação de dados e a análise digital forense podem ajudar as empresas a proteger os seus ativos digitais e informações confidenciais, além de detectar e prevenir ações maliciosas.

A recuperação de dados é essencial para a continuidade dos negócios em caso de perda de dados. Isso pode ocorrer devido a falhas de hardware, erro humano, desastres naturais ou ataques cibernéticos. A recuperação de dados pode envolver a restauração de dados a partir de backups ou a reconstrução de dados perdidos. A análise digital forense, por sua vez, é a investigação e análise de provas digitais para descobrir a causa de um incidente de segurança.

As empresas podem utilizar a análise digital forense para investigar possíveis violações de dados ou de segurança e tomar medidas para prevenir futuros incidentes. A análise forense pode ajudar a identificar a origem de um ataque cibernético e a determinar a extensão dos danos causados. As empresas também podem utilizar a análise forense para identificar a origem de ameaças internas, como roubo de dados ou sabotagem de sistemas.

Além disso, a análise digital forense pode ser útil para fins de conformidade regulatória. Muitas empresas são obrigadas por lei a manter registros e informações precisas sobre suas operações e atividades. A análise digital forense pode ajudar a garantir que as empresas estejam a cumprir essas obrigações e que não estejam a violar nenhuma lei ou regulamentação.

Aplicação em diferentes setores de atividade

A análise digital forense pode trazer inúmeras vantagens para diferentes setores de atividade, incluindo:

  1. Setor financeiro: Pode ser utilizada para investigar crimes financeiros, como fraudes e lavagem de dinheiro, permitindo que as empresas recuperem ativos e evitem perdas financeiras significativas.
  2. Setor de saúde: Pode ser utilizada para investigar crimes de fraude na área da saúde, como faturação fraudulenta e abuso de receitas médicas, ajudando as empresas a recuperarem recursos financeiros e a garantirem a conformidade com as normas regulamentares.
  3. Setor de tecnologia: É fundamental para a investigação de crimes cibernéticos, como hacking e roubo de dados, permitindo que as empresas identifiquem a origem do ataque e tomem medidas para evitar futuros ataques.
  4. Setor jurídico: Pode ser usada para apoiar casos legais, fornecendo provas digitais que podem ser usadas em tribunal.

Em geral, esta é uma ferramenta importante para empresas de todos os setores de atividade, ajudando a proteger seus ativos, identificar vulnerabilidades em sua segurança cibernética e garantir a conformidade com as normas regulamentares.

Aliar a análise digital forense à cibersegurança

A análise digital forense e a cibersegurança são duas áreas interligadas e que se complementam. A utilização da análise forense em conjunto com medidas de segurança pode ajudar a proteger os dados e sistemas de uma organização de ameaças cibernéticas. As duas podem e devem ser utilizadas em conjunto:

  1. Identificação de ameaças: A análise forense pode ajudar a identificar ameaças cibernéticas, como malware e ataques de phishing, e a determinar a extensão do dano.
  2. Prevenção de futuros incidentes: Com base nas descobertas desta análise, é possível tomar medidas para evitar incidentes semelhantes no futuro.
  3. Investigação de incidentes: Em caso de violação de dados, invasão de sistemas ou outros incidentes de segurança, a análise digital forense pode ajudar a investigar o ocorrido e reunir provas para uma possível ação judicial.
  4. Melhoria da segurança: A análise digital forense pode ser usada para identificar vulnerabilidades nos sistemas de uma organização, permitindo que medidas de segurança adicionais sejam implementadas para proteger contra futuras ameaças.

Exemplos de ferramentas de análise digital forense

Existem várias ferramentas que são usadas em análise digital forense e recuperação de dados, e muitas delas são amplamente conhecidas na indústria de TI. Aqui estão alguns exemplos:

  1. EnCase Forensic: é uma ferramenta usada para recolher, preservar e analisar provas digitais. É frequentemente usada em investigações criminais e corporativas.
  2. FTK (Forensic Toolkit): é outra ferramenta popular que ajuda a recolher, processar e analisar dados. Pode ser usado em diferentes tipos de investigações, como investigações de crimes financeiros e cibernéticos.
  3. Sleuth Kit: é uma coleção de ferramentas de código aberto que podem ser usadas para examinar sistemas de arquivos em diferentes plataformas. Inclui uma variedade de ferramentas, como análise de imagem de disco, recuperação de arquivos excluídos e pesquisa de palavras-chave.
  4. Ferramentas de análise de logs: Os arquivos de log são mensagens geradas por computador que registam eventos, processos e outras informações durante a operação. A análise de logs é a disciplina geral que analisa arquivos de log para identificar padrões que possam ajudar na solução de problemas, nas previsões de desempenho, na manutenção e em melhorias. No contexto das operações de TI, os arquivos de log são normalmente usados para compreender os processos e os eventos que ocorreram durante uma falha de hardware, uma violação de segurança ou outro tipo de incidente. As ferramentas de análise de logs podem ser usadas para revelar tendências de todo o sistema que podem ajudar a evitar incidentes futuros.

A recuperação de dados e a análise digital forense são skills cada vez mais importantes no mundo corporate. As empresas que desejam proteger os seus ativos digitais e informações confidenciais devem considerar, mais tarde ou mais cedo, a incorporação dessas ferramentas nos seus departamentos de TI ou a contratação de especialistas externos em recuperação de dados e análise digital forense.

Se esta é uma área de interesse para si, conheça algumas das nossas ofertas formativas, disponíveis no nosso Learning Center:

Categorias
Formação Inovação

3 plataformas low-code que já não podemos ignorar em 2023

As plataformas de desenvolvimento low-code estão a tornar-se cada vez mais populares na indústria das Tecnologias da Informação. A tendência, que surgiu como um movimento tecnológico social, facilita o desenvolvimento de aplicações por profissionais que não são da área técnica, e acelera o desenvolvimento de aplicações e software por parte de developers profissionais.

Segundo a Gartner, projeta-se que o mercado global de desenvolvimento de tecnologias low-code alcance os 26.9 mil milhões de dólares em 2023, um crescimento de cerca de 20% desde 2022. Opina-se que os impulsionadores deste mercado sejam principalmente os chamados “business technologists” e o crescimento da hiper-automatização e iniciativas “Composable Business” (composabilidade) nas empresas.

O termo “composable enterprise” foi criado pela Gartner, para descrever um ‘approach’ modular à distribuição de serviços digitais e desenvolvimento de software. Por outras palavras, é uma arquitetura de aplicações “plug-and-play” onde vários componentes podem facilmente ser configurados e re-configurados.

Low-Code Development Technologies Revenue (Millions of U.S. Dollars) – Gartner (2022)

A hiper-automatização e composabilidade na adopção do desenvolvimento low-code

O interesse na hiper-automatização continua a crescer exponencialmente, devido às também crescentes necessidades de optimização operacional, à falta de profissionais habilitados, e a pressões económicas. A Gartner prevê que os gastos em softwares de hiper-automatização chegará aos 720 mil milhões de dólares em 2023. Parte destes gastos será direcionada às tecnologias de desenvolvimento low-code, incluindo LCAP, iPaaS, RPA, CADP e MXDP, que suportam processos de automatização, integração, análise de decisões e IA.

“As tecnologias de desenvolvimento low-code estão a suportar as ‘composable enterprises’ ao permitir a criação de soluções de software mais ágeis e resilientes”. Diz Jason Wong, analista na Gartner. “Estas tecnologias podem ser utilizadas para compôr e recompôr componentes modulares e PBCs (packaged business capabilities) para criar aplicações customizadas e adaptadas, para necessidades específicas.

Velocidade e agilidade no desenvolvimento de aplicações

O reduzido tempo de desenvolvimento e entrega de novas aplicações é provavelmente a vantagem mais fácil de identificar com o desenvolvimento low-code. Interfaces intuitivas para o utilizador, funcionalidades “drag and drop”, integração simples e com ferramentas de suporte, para além de opções de entrega “one-click”; todas estas facetas ajudam a certificar-nos que há um desenvolvimento mais rápido do que com o método tradicional. De facto, soluções low-code podem reduzir o tempo de desenvolvimento em cerca de 90%.

Redução de custos e recursos no desenvolvimento

A soluções low-code permitem a menos developers alcançar mais resultados, e até mesmo dar a oportunidade a profissionais que não sejam developers, de o fazer. Isto, obviamente que se traduz em custos reduzidos e um maior retorno para a empresa. Isto pode ser particularmente benéfico para empresas mais pequenas com equipas e budgets mais reduzidos.

Uma melhor colaboração entre developers e com clientes

Gerir o desenvolvimento de aplicações a partir de uma única localização promove uma maior e melhor colaboração entre developers. Vários indivíduos e/ou grupos podem ver exatamente que tarefas estão a ser cumpridas e por quem, permitindo-lhes colaborar para trabalhar nos mesmos módulos ao mesmo tempo.

As plataformas low-code muitas vezes trazem interfaces visuais e ferramentas drag-and-drop que permitem aos clientes participar no processo de desenvolvimento. Obviamente que com as suas possíveis complicações, mas este envolvimento pode também ajudar a que o produto final vá ao encontro das necessidades exatas do cliente, e melhorar a comunicação entre os developers e os outros stakeholders.

Criação de aplicações customizadas para necessidades específicas

Tal como já mencionado anteriormente mas merecendo o seu próprio sub-título, as plataformas de desenvolvimento low-code permitem aos developers criar aplicações customizadas para ir ao encontro das necessidades específicas dos cllientes. Isto pode ser particularmente benéfico em indústrias como a saúde ou financeira, onde poderão haver requisitos únicos e particulares, ou regulamentações restritas que tenham de ser seguidas à letra.

O desenvolvimento low-code já é utilizado com sucesso em várias indústrias. Por exemplo, na área da saúde, têm sido utilizadas na criação de aplicações que ajudam a melhorar o cuidado ao doente, e a tornar mais simples e diretas certas tarefas administrativas, dando mais tempo aos profissionais de saúde para se preocuparem com tarefas mais “humanas”. Na área financeira, o low-code tem sido utilizado para criar aplicações customizadas que ajudam empresas a gerir melhor o risco e ir ao encontro de todas as regulamentações. Na área do retalho, o low-code pode ser utilizado para criar aplicações que melhoram a transparência na cadeia de produção (supply chain) e optimizam processos de produção.

Como é que o low-code e Agile funcionam em conjunto?

As soluções low-code são desenhadas para providenciar um caminho mais rápido e mais produtivo ao desenvolvimento de software. Como tal, o low-code joga muito bem com a Metodologia Agile.

A metodologia Agile é um mindset que junta um número de metodologias de desenvolvimento de software. Na sua versão mais básica, a Agile foca-se em entregar valor para o cliente (customer value) muito rapidamente, através da colaboração entre developers e decisores, enquanto também se adapta aos requerimentos em constante mutação durante os ciclos de desenvolvimento. Isto permite às organizações melhor gerir a mudança constante, melhorando ao longo do tempo.

Plataformas eficientes low-code providenciam uma única e central localização para o desenvolvimento de software, promovendo a colaboração, implementando boas-práticas e automatizando processos de testes e feedback. Isto faz do low-code um “match” natural para a filosofia Agile.

Plataformas low-code mais usadas atualmente

1. Appian 

A Appian é uma plataforma low-code equipada com ferramentas de deployment nativas e opções de integração com ferramentas de DevOps como a Jenkins.

Desenhada para empresas de todos os tamanhos, a Appian permite aos seus utilizadores construir aplicações de business process management (BPM).

Essencialmente, as aplicações BPM ajudam as organizações a optimizar os seus processos de negócio. Sem dúvida, o Low Code é uma tendência no mundo dos negócios. Uma vez que essas plataformas tornaram o desenvolvimento de software muito mais acessível para todas as empresas.

2. OutSystems 

A Outsystems é uma plataforma de low-code “Omnichannel”, ou seja as empresas podem construir aplicações dentro de uma grande variedade de meios.

Dashboards de performance em tempo real e medidas de segurança reforçadas são algumas das características mais valorizadas, para além da capacidade de rápido desenvolvimento.

3. Microsoft PowerApps

As Power Apps são a plataforma low-code da Microsoft. É uma ferramenta particularmente útil para quem já utiliza o ecossistema Microsoft. As Power Apps tiram vantagem do Common Data Service (CDS). O CDS é uma colecção de entidades de informação que inclui relações entre entidades, as lógicas de negócio por detrás dessas entidades, e as formas de visualizar essas entidades.

As Power Apps são tipicamente utilizadas para prolongar processos dentro de aplicações Dynamics 365 e/ou no Office 365 ao fazer a ligação entre diferentes aplicações e organizações que coexistem dentro de um processo contínuo de negócio.

“High-productivity application platform as a service continues to increase its footprint across enterprise IT as businesses juggle the demand for applications, digital business requirements and skill set challenges.”

Gartner, 2018

Quer estejamos prontos a adotá-lo ou não, é inegável que o low code é já uma tendência no mundo dos negócios, uma vez que estas plataformas tornaram o desenvolvimento de software muito mais acessível para todo o tipo de empresas, e abriram outras portas aos profissionais.

Categorias
Inovação Opinião

Blockchain vai impactar 75% das atividades até 2027

O mercado global de Blockchain foi avaliado em cerca de 4.9 mil milhões de dólares em 2021, e antecipa-se que chegue aos 68.7 mil milhões até 2027, numa taxa de crescimento anual total de 69.8% de 2022-2027.

De acordo com o relatório IDC FutureScape: Worldwide Future Consumer 2023 Predictions, prevê-se que, até 2027, esta tecnologia vai fazer parte de mais de 75% das atividades comuns dos consumidores: desde os videojogos à criação de conteúdo, e até mesmo na área do comércio eletrónico.

A Blockchain é uma base de dados descentralizada e imutável que facilita o controlo de bens (assets) e o registo de transações numa rede corporate.

Um asset pode ser físico (tal como uma casa, um carro, dinheiro ou terrenos) ou pode ser intangível (propriedade intelectual, patentes, direitos de autor, branding, etc.). A Blockchain almeja empoderar a distribuição e registo de informação digital sem a sua modificação. Assim, a Blockchain serve como base para registos (ledgers) imutáveis, ou registos de transações que não podem ser alterados, removidos ou destruídos.

Fonte: The transparency challenge of blockchain in organizations (Johannes Sedlmeir, Jonathan Lautenschlager, Gilbert Fridgen & Nils Urbach)

Indicadores de Mercado

A expansão deste mercado consegue ser diretamente ligada ao crescimento de investimentos de venture capital em negócios de tecnologia Blockchain. Estes investimentos levaram ao desenvolvimento da própria tecnologia tanto interna como externamente. Haverá provavelmente mais espaço para expansão de mercado, resultante da legalização e regulamentação das criptomoedas em países como El Salvador e Ucrânia.

Muitas empresas estão neste momento a tentar combinar tecnologia de Blockchain e capacidades de Inteligência Artificial (IA) para melhorar os seus serviços e abrir portas a potenciais novas expansões de mercado. Estas expansões serão possíveis devido à crescente procura por identidade digital a nível global.

Outro fator importante que irá contribuir para a expansão de mercado no período de tempo esperado é a crescente aceitação de plataformas de identificação através de tecnologia de Blockchain em diversos países. Para além disso, projeta-se que o mercado se desenvolva nos próximos anos, resultado da capitalização das criptomoedas relacionadas com o mercado.

Restrições do mercado

Um processo de integração complexo aliado à tecnologia de Blockchain poderá limitar a expansão do mercado. Para além disso é provável que uma falta de mão de obra técnica qualificada possa atrasar também a expansão global. Uma das principais barreiras à adopção da Blockchain na maioria das indústrias é a ausência de regulamentações e as incertezas a isso associadas.

Um dos aspectos mais difíceis da alteração de sistema de transações é a aceitação de regulamentações. Agências de regulamentação têm de compreender como todas as aplicações técnicas são impactadas pela atual legislação à luz dos avanços tecnológicos. As organizações financeiras globais estão a tentar estabelecer regras uniformes para o mercado da Blockchain.

A Blockchain e os videojogos

Para lá do mundo dos videojogos, que será um dos primeiros a sentir o impacto, os especialistas da IDC preveem que as áreas da criação de conteúdos e do comércio eletrónico vão ser transformadas pela tecnologia de Blockchain ao longo dos próximos anos.

Videojogos, criação de conteúdo e compras online: Blockchain vai impactar 75% das atividades até 2027

A tecnologia de Blockchain tem vindo gradualmente a alterar a forma como realizamos certas atividades diárias e, de acordo com recentes previsões da IDC, poderá vir a ter um impacto significativo na vida dos consumidores.

Os especialistas da área alegam que as características da tecnologia de Blockchain podem ajudar a garantir a segurança e transparência de transações, e a ajudar a monetizar produtos e conceitos. O mundo dos videojogos será provavelmente onde veremos as primeiras mudanças impactantes desta tecnologia.

A IDC informa ainda que, em 2021, as compras feitas dentro de videojogos (in-game purchases) a nível global tinham já passado os 60 mil milhões de dólares. Para além disso, calcula-se que o desenvolvimento de jogos baseados na Blockchain continuará a crescer e dará aos utilizadores a possibilidade de ganhar dinheiro enquanto jogam.

Para lá dos videojogos, a área da criação de conteúdo é outra que sofrerá fortes alterações. Tendo em conta relatórios recentes, estudos relatam que mais de 80% dos consumidores fazem publicações nas redes sociais pelo menos uma vez por mês e que cerca de 16% indicam fazer dinheiro com o conteúdo que criam e publicam online.

Categorias
Cursos Formação Inovação

8 segredos (não tão secretos) para a melhor Gestão de Projetos

A partir do momento que uma pequena empresa cresce e os seus projetos se tornam mais complexos e exigentes, querendo ou não, irá depender da Gestão de Projetos para manter os seus standards de qualidade e continuar a crescer.

Antes de enveredar pelo mundo da Gestão de Projetos, é necessário começar com um plano sólido, entender o que é, como funciona, e algumas das melhores práticas a aplicar. É aqui que nós entramos em ação. Temos 8 dicas essenciais para qualquer profissional (mesmo para quem não trabalha em Gestão de Projetos), que não são nenhum segredo de estado, mas que não devem ser postas de parte.

1. Começa com um plano

A Gestão de Projetos anda sempre à volta de planos e da sua implementação da forma mais fluida possível. Se enveredas pela Gestão de Projetos sem antes teres um plano definido, não interessa qual a ferramenta que utilizas – ou quão bem a utilizes. Sem um bom plano para começar, vai ser tudo muito, muito mais difícil.

Mesmo antes de começar a construir o projeto dentro de uma plataforma de gestão de projetos, já deves estar munid@ com um plano bastante completo que inclua de que se trata o projeto, qual o propósito que cumpre, quanto tempo vai demorar (e se há espaço de manobra para ir para além da data limite inicialmente estabelecida), quais os objetivos e como é que este projeto irá beneficiar a empresa e os clientes da mesma. Sem um plano que funcione, todo o processo pode e provavelmente vai ser desnecessariamente fatigante.

2. Comunica frequentemente com os principais stakeholders

Nada é mais eficiente num projeto (e na vida, já agora) do que uma boa comunicação. Certifica-te que implementas as ferramentas necessárias para que as equipas comuniquem sem problemas. Independentemente do software, é crucial que todos os membros sejam encorajados a manter todas as linhas de comunicação abertas para com o resto da equipa, dos managers e stakeholders.

A comunicação pode passar por um chat de servidor, e-mail, fórum ou qualquer tipo de plataforma (se bem que, mesmo com o passar dos tempos e a modernização das aplicações de reuniões virtuais, nada substitui verdadeiramente uma reunião e discussão presenciais), o mais importante é que os canais de comunicação se mantenham sempre abertos. Os Gestores de Projeto devem também estar sempre disponíveis e em contacto com os stakeholders, sem no entanto fazer demasiada pressão ou micromanagement.

3. Documenta os teus recursos

Recursos pode significar tudo desde membros da equipa, servidores, salas de reunião, etc. Uma coisa a ter em consideração é que normalmente não temos recursos ilimitados, e uma boa gestão daquilo que temos à disposição pode ser a chave para o sucesso de um projeto.

Quando tens uma documentação sólida de todos os recursos, tens sempre uma ideia bastante realista do que está a ser usado, como é que está a ser usado, e da forma mais eficiente de usar esses recursos. Deves também criar um “plano de recursos” para saber exatamente como usar cada recurso durante o ciclo de vida do projeto.

4. Monitoriza o volume de trabalho

A última coisa que queres fazer é sobrecarregar certos membros da equipa ou a equipa por inteiro. Tu e os teus Gestores de Projeto devem sempre ter o volume de trabalho do projeto sob controlo. Quando encontras um ou mais membros da equipa que têm mais trabalho do que deveriam, está na altura de redistribuir funções para evitar situações de burnout. Quando alguém chega ao ponto de burnout, já é demasiado tarde e o próprio projeto pode ser fortemente afetado. Ao te precaveres contra estas situações, poupas a equipa e o projeto ao mesmo tempo.

5. Implementa Gestão do Risco

O risco está em todas as partes, e é preciso algum esforço para o gerir. Implementar gestão do risco significa que estás sempre preparad@ para o pior, mesmo que nunca suceda. Para fazer esta gestão de forma eficiente, deves criar uma equipa de resposta ao risco, identificar todos os possíveis riscos envolvidos com o projeto, uma completa análise de risco, atribuir uma pessoa responsável para cada risco, e estar preparad@ para dar os passos necessários para lidar com cada risco, caso aconteça.

6. Evita ir mais longe do que o planeado

Por vezes, é tentador em alguma fase do ciclo de vida do projeto ir além das fronteiras do mesmo. Podes ter encontrado entretanto um novo atributo ou função que poderia ser necessária. Apesar disso, não planeaste a inclusão desse atributo, e tentar adicioná-lo a meio do projeto pode colocar em risco o sucesso de todo o projeto.

Ao invés de adicionar algo a meio do processo, considera essa adição para uma edição futura deste mesmo projeto, ou mesmo como um add-on a ser adicionado depois da conclusão do projeto. O mais seguro é manteres-te com o teu plano original, e certificares-te do seu sucesso em vez de aplicar riscos desnecessários.

7. Reúne com frequência (mas com brevidade)

Considera organizar pequenas reuniões “stand-up” semanais ou diárias com toda a equipa, para te certificares que estão todos na mesma página. Estas reuniões devem ser breves e assertivas. Não te desvies do tópico em questão e não mantenhas as pessoas mais tempo que o necessário, senão vai tornar-se fastidioso para toda a gente envolvida. O ideal é chegar, dizer aquilo que precisa ser dito, ouvir os outros, e terminar. É só isso.

8. Documenta tudo

Algo que algumas pessoas descartam mas que faz toda a diferença, é documentar. Não só deves manter documentação detalhada sobre o que quer que seja que construas/cries, mas deves também documentar tudo sobre o projeto em si e o desenvolvimento de todas as suas fases. Regista quem fez o quê, como e quando, basicamente anota todos os aspetos do projeto que te lembres. Quanto mais documentação existir, mais eficiente será o projeto, e mais facilmente serás capaz de repetir um projeto com sucesso no futuro.

Those who plan do better than those who do not plan, even though they rarely stick to their plan.”

Winston Churchill

PS: Sabias que a Olisipo tem uma categoria de formações focadas em Gestão de Projetos? Se estas oito dicas te abriram o apetite para este mundo, não te deixes ficar por aqui, e dá já o primeiro passo na tua carreira de (provável) sucesso connosco.

Categorias
Cursos Formação Inovação

As 7 funções em TI mais procuradas para 2023

A indústria da tecnologia tem sido algo polémica nos últimos meses, mas mesmo assim não há como negar o seu crescimento abismal e importância, e que todos os dias surgem novas necessidades, novas funções e oportunidades. É importante saber as diferenças entre as várias funções quando consideramos uma mudança (ou início) de carreira, para melhorar as hipóteses de conseguir aquela vaga de sonho. Neste artigo, ajudamos-te a identificar e clarificar 7 das vagas mais procuradas em IT.

1. Data Scientist

Os data scientists são uma nova geração de peritos em dados analíticos que têm competências técnicas para resolver problemas complexos – e a curiosidade para explorar que problemas precisam de ser resolvidos.

São parte matemáticos, parte informáticos e parte observadores de tendências (e parte feiticeiros, achamos nós). E, porque se encontram tanto no mundo dos negócios como no das TI, são muito procurados e bem pagos.

São também um sinal dos tempos. Os data scientists não estavam em muitos radares há uma década atrás, mas a sua súbita popularidade reflete a forma como as empresas agora pensam sobre big data. Essa enorme quantidade de informação não estruturada já não pode ser ignorada. É uma mina de ouro virtual que ajuda a aumentar as receitas – desde que haja alguém que investigue e encontre ideias comerciais que ninguém pensou em procurar anteriormente. É aqui que entra o Data Scientist.

Principais responsabilidades

  • Recolher grandes quantidades de dados desordenados e transformá-los num formato mais utilizável;
  • Comunicar e colaborar tanto com as TI como com os clientes;
  • Procura de ordem e padrões nos dados, bem como detectar tendências que possam ajudar ao resultado final de um negócio;
  • Trabalhar com uma variedade de linguagens de programação, incluindo SAS, R e Python;
  • Ter uma compreensão sólida de estatísticas, incluindo testes estatísticos e distribuições;
  • Manter-se a par das técnicas de análises tais como machine learning, aprendizagem profunda e análises (dados analíticos) de texto;
  • Resolver problemas relacionados com o negócio usando técnicas orientadas por dados.

Principais skills

  • Programação
  • Deep learning
  • Machine learning
  • Comunicação
  • Identificação de oportunidades
  • Processamento de grandes conjuntos de dados

2. Engenheiro de Software

Neste mundo digital a que todos pertencemos de uma maneira ou outra, a capacidade de interagir com computadores é essencial. Por isso, é normal que muitas novas vagas que surgem vão depender de programação, à medida que os produtos e serviços se tornam eles mesmos digitais. Os engenheiros de software são peritos no que diz respeito a linguagens de programação e respetivos sistemas. Como resultado, produzem produtos personalizados para diferentes clientes. O objetivo é gerar a base sólida de um programa com os seus conhecimentos de engenharia antes de o projeto avançar.

De acordo com tendências recentes, espera-se que o crescimento em oportunidades para engenheiros de software se mantenha acima dos 20%.

Principais responsabilidades

Há dois papéis principais na engenharia de software:

  • engenheiro de software de aplicação: cria novo software ou adapta produtos existentes para negócios e outras empresas. Faz isto através da análise das necessidades dos seus clientes. Por vezes, como engenheiro de aplicação, é responsável pela instalação e manutenção de uma aplicação ao longo da sua vida útil.
  • engenheiro de software de sistemas: desenvolve programas para os sistemas informáticos de uma empresa. Por outras palavras, cria operações lógicas para ajudar os dispositivos a trabalhar conjuntamente. Por exemplo, constrói interfaces de programação de aplicações (APIs) que ligam duas máquinas ou programas diferentes. Em geral, os engenheiros de sistemas desenvolvem itens que mantêm a velocidade, a produtividade e a segurança.

Principais skills

  • Atenção ao detalhe
  • Excelente comunicação
  • Desenvolvimento de Software
  • Programação e código  
  • Pensamento lógico e de resolução de problemas
  • Object Oriented Design (OOD) utilizando equipamento de software
  • Compreensão de softwares complexos como Photoshop e outros
  • Capacidade de corrigir erros nos programas
  • Capacidade de trabalhar sob pressão e cumprir deadlines
  • Dentro das ferramentas mais populares, encontram-se: Git, C#, JavaScript, TypeScript, Docker, .Net, React.js, Node.js e SQL.

3. Data Security Analyst

Nos últimos anos, não temos parado de ouvir que grandes empresas em todos os ramos de atividade têm sido alvo de agressivos ataques informáticos. Daí que não seja surpresa para ninguém a crescente procura por profissionais nesta área.

O Cyber Security Analyst, ou Analista de Segurança Cibernética, protege o sistema e as redes de uma organização contra ameaças de hackers. Este profissional também é responsável por desenvolver protocolos que são usados para responder a ataques e fazer com que estes sejam travados antes de serem causados danos. Assim sendo, este analista é um dos profissionais da área da segurança da informação que protege a infraestrutura organizacional, incluindo-se, aqui, redes de computador e dispositivos de hardware.

Falamos, portanto, de um especialista em segurança de rede e infraestrutura de Tecnologias da Informação. É um verdadeiro conhecedor de ataques cibernéticos, assim como é um especialista em malware e no comportamento de hackers. Este conhecimento permite-lhe antecipar e prevenir ataques cibernéticos, o que é essencial para que uma organização permaneça segura. 

Principais responsabilidades

O Cyber Security Analyst tem como principal função proteger o hardware, software, as redes e principalmente a informação da organização. Assim, tem de conhecer a fundo a infraestrutura de TI da empresa para poder mantê-la sempre sob monitorização e prever possíveis ataques que possam trazer danos para a organização. Perceber os pontos fracos é indispensável para aumentar a segurança do sistema digital da organização. Assim, uma das suas tarefas é melhorar a segurança da rede organizacional para que as informações confidenciais da empresa estejam sempre seguras.

Principais skills

  • Conhecimentos de segurança em várias plataformas
  • Experiência relevante em computação forense (computer forensics)
  • Experiência a trabalhar com dados em operações diárias
  • Forte compreensão de skills de hacking, incluindo conhecimentos de matemática
  • Conhecimento de implementação de computação em nuvem.

4. Web Developer

Nos últimos anos, a carreira de Web Developer (Programador Web) tornou-se uma escolha muito atraente, no entanto, há muito que se desconhece sobre esta profissão. O Web Developer trabalha com código. O seu objetivo é desenvolver e manter produtos digitais como websites e aplicações que respondam às necessidades do utilizador de forma eficaz e de forma a criar a melhor experiência. O Web Developer combina os aspetos técnicos dos produtos digitais, com os aspetos estéticos.

Principais responsabilidades

De forma geral, o web developer trabalha em equipa com outros developers e por norma decide especializar-se em projetos de front ou back-end.

  • O front-end developer trabalha a parte visível dos projetos. Quando abrimos um website estamos a ver o seu trabalho. É o front-end developer que decide a estética de cada página, onde é que cada elemento vai encaixar e como é que estes elementos interagem entre si. Trabalha com linguagens de marcação – HTML e CSS; e linguagens de programação como Javascript. O front-end developer tem de ter conhecimentos digitais e tem de saber combiná-los com conhecimentos de Design.
  • O back-end developer trabalha os aspetos não visíveis dos projetos. É ele que se assegura que um website funciona como é suposto, que somos direcionados para o local correto quando clicamos nos diferentes elementos das páginas, etc. O back-end developer certifica-se que existe a melhor experiência possível para o utilizador.

Principais skills

  • Skills analíticas
  • JavaScript
  • Back-end
  • HTML/CSS
  • Skills administrativas
  • Design responsivo
  • Testing e debugging

5. User Experience (UX) Designer

User experience – ou experiência do utilizador – foi um termo usado pela primeira vez na década de 90, por Don Dorman. É recorrentemente usado para falar dos meios digitais e tecnologia, mas até nas situações mais simples do nosso dia-a-dia estamos perante user experience. A experiência do utilizador abrange todos os aspetos de interação entre o utilizador e uma empresa, os seus serviços e os seus produtos.

O crescimento da internet e das redes sociais pendeu a balança do poder para o lado dos consumidores. As empresas responderam a esta mudança no paradigma ao criar cada vez mais experiências positivas para os consumidores ao longo do processo de compra. Assim que não é surpresa para ninguém que esteja previsto um crescimento anual de pelo menos 3% na procura de UX designers.

Principais responsabilidades

  • Realizar pesquisas qualitativas e quantitativas para identificar e compreender o público-alvo, os seus problemas e os aspetos que valorizam
  • Projetar protótipos, wireframes e fluxogramas, relatórios de avaliação e outros produtos
  • Estudar as características do produto para entender o seu impacto na experiência do utilizador
  • Definir perfis de proto-personas ou buyer personas
  • Criar documentação para planear o projeto de forma eficiente
  • Trabalhar com a equipa de desenvolvimento para comunicar, co-criar e testar ideias e conceitos de design
  • Realizar testes de usabilidade e auditoria
  • Coordenar provas de conceito, interação, funcionalidade e usabilidade
  • Monitorizar as tendências da indústria e analisar a concorrência
  • Trabalhar com designers de IU para ver como implementar os designs

Principais skills

6. Project Management

De acordo com este estudo acerca do crescimento de tipos de funções, a procura de project management com sucesso (e consequentemente project managers com experiência) vai continuar a crescer, estimando-se aproximadamente 22 milhões de vagas para funções de  project management em 2027 e além.

Não é uma coincidência, considerando que as empresas estão à procura de apresentar produtos e serviços cada vez mais radicais e “fora da caixa”, e por isso mesmo compreendam que para isso precisam de project managers capazes de executar os seus planos. Para além disso, o project management tem-se tornado tão essencial devido à necessidade de alinhamento e visibilidade cada vez maior por parte das empresas.

Principais responsabilidades

Tipicamente, os project managers têm o papel principal de planear, executar, monitorizar e fechar projetos. Por outras palavras, estão à frente do projeto de uma ponta à outra, e responsáveis pelo seu sucesso ou falhanço. Este papel requer um mindset estratégico, bem como capacidades de gestão de conflitos e resolução de problemas.

Principais skills

7. Quality Assurance Tester

Entrando na era digital, a influência do software é cada vez mais significativa, e por isso é cada vez mais importante para as empresas que os seus softwares não falhem. Assim sendo, a procura de testers tem aumentado bastante, esperando-se que até 2029 surjam (e sejam preenchidas) mais de 308,390 vagas para testers.

Principais responsabilidades

Quality assurance testers são engenheiros ou técnicos responsáveis por detectar problemas com um website, software, hardware, produto ou qualquer tipo de erro com a experiência do utilizador. Dessa forma, um tester é alguém crucial para poder ser entregue um produto de alta qualidade aos utilizadores. É muito comum em sistemas de gaming, aplicações mobile e outras formas de tecnologia que precisam de testes extensivos.

As responsabilidades de um QA tester incluem a prestação de suporte contínuo à equipa de desenvolvimento durante as várias fases do ciclo de desenvolvimento de um software. Por exemplo, um tester na indústria dos videojogos irá provavelmente focar-se em encontrar e reproduzir erros nesses jogos.

Principais skills

  • Dev tools
  • Front-end skills
  • Linguagens de programação
  • Compreender diferentes Sistemas Operativos e operações

Technology is best when it brings people together.”

– Matt Mullenweg

Estas 7 funções vão continuar a estar na lista das mais procuradas em 2023 e adiante. Na era digital em que vivemos, existem bastantes opções por onde escolher dentro do mundo tecnológico que oferecem bons salários e oportunidades de crescimento.

Se és alguém apaixonado pela tecnologia e pensas dar o primeiro passo neste mundo mas ainda não tens formação suficiente para te candidatar, porque não apostar numa formação altamente qualificada e certificada? O Learning Center da Olisipo tem cursos em variadas categorias dentro mundo do IT, para além de formações de desenvolvimento pessoal & profissional.

Categorias
Inovação

Como era programar há 30 anos?

Um programador, tal como qualquer outro profissional, pode, a dada altura, dar consigo a imaginar como era desempenhado o seu trabalho há uns quantos anos. Será que a energia era gerada através de burros a puxar carroças? Hamsters em rodinhas? quantas linguagens existiam? quão rápidos eram os computadores? Demos por nós a imaginar como seria programar há 30 anos.

Poderíamos provavelmente dizer que quase tudo sofreu alterações no mundo das tecnologias de informação, mas algumas mudanças são mais importantes que outras.

A utilização da Internet aumentou significativamente.

Desde 0.1% da população em 1992 a 59.9% em 2022, a grande maioria de nós não sabe viver nem trabalhar sem a internet. E de 27.3% em 2005 a 40.1% em 2019, também os computadores pessoais aumentaram consideravelmente.

Friends – “The One With The List” (1995)

O verbo “googlar” ainda não tinha sido inventado.

Não havia Stack Overflow. Não era possível pesquisar online e em segundos ter acesso às respostas de dezenas de outras pessoas que passaram pela mesma situação que nós. Havia manuais. Em papel. Era necessário sentarmo-nos e lermos um manual de uma ponta à outra, por vezes passava-se a primeira semana de um novo emprego nessa tarefa monótona. Depois todo esse papel ficava nas estantes, pronto a ser consultado sempre que necessário. Tínhamos de ser muito mais dependentes da nossa própria desenvoltura e desembaraço.

Open-source é um novo modelo de negócio.

O Open-source descreve um approach de como o software é criado e licenciado. Esta metodologia ajuda empresas e indivíduos a criar código, disponibilizar o software a outros e gerir os seus projetos ao longo do tempo, a uma escala anteriormente impensável. O open-source democratiza a inovação, onde todos podem começar a criar e a inovar software de uma forma mais colaborativa e eficiente. Esta expansão foi acompanhada por desenvolvimentos de mercado tais como empresas procurarem financiamento de capital de risco (venture capital funding) para financiar os seus projetos, ao lançamento de mais serviços de cloud, para que esses trabalhos mencionados anteriormente cheguem até mais developers. Uma autêntica bola de neve da inovação.

Tínhamos mais paciência e esperar pela máquina fazia parte do processo

É difícil imaginar ou relembrar o quão lento era um Intel 80386 de 25Mhz com 8Mb (sim, não são gigas) de RAM.

Computador SYP302 IBM PC AT com chip Intel 80386 25 MHz - 1988
SYP302 IBM PC AT com Intel 80386 25 MHz – 1988

Havia muito menos ferramentas do que temos hoje em dia.

Era possível programar apenas em FORTRAN e C utilizando toolchains relativamente simples, quando hoje em dia há que saber navegar todo um oceano de JavaScript e web frameworks, uma míriade de pequenas ferramentas no campo de front-end, temos Java com todo o seu ambiente complicado de Spring, JSF, Hibernate, etc., ainda mais Docker, Kubernetes, AWS, Azure, linguagens como Clojure, D, Dart, Elixir, Elm, F#, Go, Haskell, Julia, Kotlin, Lua, OCaml, Rust, Scala, TypeScript e muitos mais debaixo da superfície.

Youtube – linguagens de programação (1990)

Basicamente, programar era mais simples. Uma das grandes vantagens de programar há 30 + anos é que até os maiores sistemas da altura não eram tão sofisticados que uma pessoa sozinha não conseguisse compreender minimamente, até ao surgimento do Windows 95 e do início da internet. Tudo isso começou a desmoronar a partir daí, e agora existem tantas camadas abstratas que é necessário escolher um caminho por onde enveredar, não é possível especializarmo-nos em tudo.

Era necessário prestar mais atenção a considerações de performance quando programávamos.

Não tínhamos acesso a processadores GHz multi-core e vários gigas de memória, não tínhamos discos de memória vastos e rápidos, não tínhamos Gigabit Ethernet. Hoje, o nosso hardware é tão rápido e potente, que qualquer software funciona sem problemas. É por isso que  Java, Python, JavaScript, Ruby, Perl, PHP, R, Lisp, Smalltalk, etc. correm todos lindamente, e assim, o C++ deixou de ser a linguagem predominante como era nos anos 90.

Nessa altura, os Sistemas Operativos como o MS-DOS, Windows 95 e Macintosh “crashavam” com frequência. Escrever aplicações estáveis e fiáveis era um grande desafio. Hoje, temos o Windows 11, macOS e Linux, apesar dos SO’s mobile ainda apresentarem algumas falhas.

A produção e distribuição de software eram demoradas

E caras. Não era exequível produzir uma versão semi-acabada de um programa, e depois simplesmente corrigir as falhas com um simples update de software online. Era necessário testar exaustivamente, o que também tornava o processo de explicar à chefia porque é que testar era tão importante: pois caso não fosse bem feito, podia custar milhões à empresa.

O “nerd” – um estereótipo eterno

Nos anos 90, não te tornavas programador para enriquecer, mas sim porque eras brilhante e meio “nerdy”. Não existiam “bootcamps” de programação, todos os teus colegas tinham uma licenciatura de 4 anos, normalmente em ciências de computação. Não que isso fosse necessariamente uma vantagem em comparação, mas era sem dúvida um grupo mais homogéneo de profissionais. Comparativamente, hoje em dia as barreiras de entrada na área de TI são drasticamente menores.

Ao mesmo tempo, havia um status inerente à profissão

Os programadores ainda eram vistos como engenheiros altamente profissionalizados, eram considerados raros e valiosos, ainda mais do que hoje em dia. O mito “10x developer” ainda não havia sido inventado. Já eras uma pessoa “10x” simplesmente por seres um programador. Agora, a função disseminou-se pelo mundo fora e isso também quer dizer que essas pessoas já não são tratadas como sendo tão raras e especiais, apesar de ser uma profissão bastante bem paga.

Um programador com 20 anos de experiência valia muito mais do que um com 2 anos de experiência, quando hoje em dia já não é bem assim, precisamente porque evolui tudo tão depressa, que ser um “dinossauro” programador já não compensa assim tanto.

O fenómeno do desaparecimento das mulheres em TI

Havia muito mais mulheres a trabalhar na área das TI e da programação. É estranho pensar que isso se reverteu quando nas últimas décadas tanto se lutou pelos direitos femininos, mas a realidade é que muitos dos pioneiros na área – as pessoas que programaram os primeiros computadores digitais –  foram mulheres. Durante décadas, o número de mulheres a estudar computação crescia mais rapidamente que o número de homens. Mas, em 1984, algo mudou. Essa percentagem estagnou, e depois caiu a pique, mesmo quando o número de mulheres em outras áreas técnicas e profissionais continuou a aumentar. Não há uma resposta clara e definitiva, mas há um facto muito importante a considerar (entre outros): este declínio começou quando o número de computadores pessoais em residências nos estados unidos aumentou. Estes primeiros computadores eram pouco mais que brinquedos. Permitiam primeiramente jogar e talvez um pouco de processamento de texto. E o público-alvo do marketing destes computadores eram obviamente os homens e rapazes.

A invenção do teletrabalho

Não havia um teletrabalho conforme o conhecemos hoje em dia. Trabalhar a partir de casa significava copiar todo o teu software e trazê-lo contigo para casa, ou literalmente pegar no computador e colocá-lo na mala do carro. Não havia DSL, nem modems, muito menos fibra. Uma linha T1 corria 1.4Mbps e custava cerca de 1.100$USD por mês, o que estava bem acima das possibilidades dos comuns mortais.

Começar um novo desafio profissional em teletrabalho

Apesar de tudo o que mudou nas últimas décadas, há sempre coisas que nunca mudam: os programadores continuam a divergir em opiniões sobre como implementar as suas ideias e soluções, o que mantém a “chama” e o desafio mais vivos do que nunca. A inovação e a concorrência estão mais fortes que nunca. O céu é o limite.

Categorias
Inovação RH

Iniciar um novo desafio profissional em teletrabalho

Aproximando-nos do fim de 2022, será possível ignorar a óbvia tendência que é a procura pelo teletrabalho? Deverão as empresas aceitar que esta realidade veio para ficar e é já considerada um perk tão importante como o valor salarial? Começar um novo emprego total ou parcialmente à distância é um desafio interessante para muitos.

Abraçar um novo desafio profissional, seja em que molde for, já é por si só uma experiência avassaladora para muitos de nós. Uma nova realidade, novos colegas, novas rotinas, é algo que exige uma enorme capacidade de encaixe, e, para que tudo corra bem, uma disposição positiva e aberta.

Tal como abordámos neste artigo, as palavras “remote” ou “regime híbrido” têm-se tornado fiéis companheiros nos últimos dois anos. No início da pandemia, fomos forçados a trocar a empresa pelo escritório lá de casa (ou a mesa de jantar, o sofá, etc.) e abandonar a deslocação diária por obrigação e receio pela nossa saúde. Mas nem todos querem voltar às “old ways”.

O lado positivo

Para além de podermos trabalhar com os nossos cães ou gatos ao colo, esta nova flexibilidade trouxe-nos variados benefícios: permite-nos a capacidade de estar mais focados, de perder menos tempo em deslocações, de poder trabalhar confortavelmente em casa, no restaurante, no jardim, no bar da praia, para além de considerar e serem considerados para empresas ou clientes numa região até então inacessível.

O lado negativo

Mas claro que nem tudo é um mar de rosas. Se por um lado podemos estar no conforto e silêncio do nosso “home office”, por outro lado há interações que nos fazem falta. Seja a pausa do café a meio da manhã para saber o que o colega achou do novo episódio de House of the Dragon, seja um copo à saída do trabalho, ou uma mera piada partilhada enquanto se tiram fotocópias (ainda se tiram fotocópias, certo?), a verdade é que provavelmente vamos ter de fazer um maior esforço inicial para lidar com a falta desta interação pessoal a que estávamos habituados.

Para além disso, muitos de nós tiveram de aprender a ter mais disciplina e autocontrolo. É fácil ceder a distrações que nos rodeiam e que não existem num escritório tradicional.

Outro fator negativo que podemos encontrar é que as nossas casas provavelmente não foram pensadas tendo em conta um local de trabalho full-time. Desde transformar quartos de hóspedes em home offices saídos do pinterest até montar o “estaminé” na mesa de jantar, todos tivemos de adaptar a nossa casa ao novo modo de vida profissional.

O lado pessoal

Para Lucas Souza, que neste momento trabalha em regime full remote, o facto de poder trabalhar a partir de casa poupa-lhe quase 3 horas por dia que sente que pode aplicar de forma muito mais produtiva, do que tivesse de se deslocar até ao escritório.

“No local onde vivo, no Brasil, os transportes não são os melhores, e perderia entre 1h30 e 2h em deslocações para cada lado, até chegar no emprego”.

Lucas Souza

Lucas sente, no entanto, uma maior distância da equipa do que anteriormente.

Paulo Moraes fala-nos também da sua experiência. Desde o início da pandemia COVID-19, quando foi forçado a trabalhar a partir de casa, que Paulo percebeu que este regime lhe traria muitos benefícios.

“Esta flexibilidade do home office permite-me estar com a minha família de manhã antes de iniciar o trabalho. Isto era algo que nunca seria possível com um trabalho tradicional (…)”

Paulo Moraes

Paulo conta-nos sobre a mudança dos arredores de Lisboa para uma pacata freguesia em Viana do Castelo. O próprio diz que foi um dos fatores mais importantes na sua escolha de abraçar um novo projeto profissional.

Cláudia Pereira conta-nos que já passou por vários regimes de teletrabalho. No início da pandemia, todos fomos “forçados” a trabalhar a 100% a partir de casa, e foi assim que conheceu todos os colegas da equipa que tem atualmente. Em Abril de 2022, instaurou-se o regime híbrido e o formato passou a ser um mês em casa e um mês no escritório. Pouco tempo depois, o regime mudou novamente:

“A nível de produtividade, acho que não faço nem mais nem menos, faço o trabalho conforme me compete, mas gosto muito do meu silêncio e de estar focada no trabalho e por isso em teletrabalho isso acaba por fluir de uma maneira melhor.”

Cláudia Pereira

Lucas Landim, que trabalha com a Olisipo desde 2018 e em full-remote desde Janeiro 2022 conta-nos que para ele, um dos pontos mais importantes deste modo de trabalho e vida é mesmo o desgaste que não sente, quando não tem de se deslocar até ao trabalho.

Apesar disso, sente que, ao trabalhar 100% a partir de casa,

“acabo por perder um pouco o entrosamento com os colegas de trabalho, embora tenhamos as ferramentas de comunicação que usamos bastante para trocar ideias e experiências, essas conversas mais informais diminuem em full-remote“.

Lucas Landim

Tiago Sobral, que pertence à equipa Olisipo desde Março, reforça que a experiência tem sido bastante agradável e que planeia continuar a trabalhar neste regime nos próximos anos. O facto de poder trabalhar a partir de casa a maior parte do seu tempo, deslocando-se apenas 1 dia por semana ao cliente, foi sem dúvida um dos maiores perks que o fez querer trabalhar com a Olisipo.

“Eu vivo no interior, para ir para o trabalho tenho de ter viatura própria, é a única opção. Se quisesse aproveitar o tempo da comuta para outras coisas, não poderia fazê-lo. Se tivesse de me deslocar todos os dias até ao cliente, teria de mudar toda a minha vida para outra cidade, teria outros custos que neste momento não sou obrigado a considerar, e até poderia deixar de considerar boas oportunidades por esse motivo”.

Tiago Sobral

“Um atrito inicial nesta situação é a questão de gestão, ou seja, se as pessoas não estão presentes no escritório, não estão a trabalhar. Para mim é um mito, penso que independentemente de onde estejam, é perfeitamente perceptível se as pessoas fazem ou não o seu trabalho. Mas é uma situação que se ultrapassa, pois há reuniões todos os dias, o trabalho é feito, rapidamente se aplicaram metodologias para melhor acompanhar o que cada um faz, e o trabalho aparece feito à mesma, apenas com mais liberdade e agilidade.”

Tiago Sobral

“Não dispenso as vantagens da formação presencial, há ali uma dinâmica diferente e mais pessoal com o formador, mas já existem muitos recursos online, já desde antes da pandemia, que muitas coisas eram online. Há até vezes que há formadores incríveis mas que estão no estrangeiro e não há a possibilidade de virem cá presencialmente, com o online deixa de haver esse problema”.

Tiago Sobral

Sugestões para uma adaptação mais fácil

Para que tenhas (ainda) mais sucesso no teu novo regime de trabalho, seja ele remoto ou híbrido, deixamos-te algumas sugestões para te adaptares mais facilmente a uma vida de “working from home”:

Agenda pequenas conversas e check-ins com a equipa (Olá, SCRUM!)

Uma das coisas mais difíceis ao começar numa nova empresa é que cada organização tem uma cultura própria. E essa cultura é muitas vezes composta de metas e normas “silenciosas” e muitas vezes a equipa tem a sua própria linguagem, e nem sempre se apercebe que quem está fora pode não compreender ou integrar-se facilmente. Essa linguagem normalmente aprende-se por meio de interações quotidianas com colegas, tradicionalmente no escritório.

Em circunstâncias normais, essas interações são uma parte natural de estar no escritório mas em remote, terão de ser criadas de forma diferente. Para além das reuniões iniciais de onboarding, tenta reunir-te com os teus colegas regularmente. Usa essas conversas como uma oportunidade para tirar dúvidas sobre os teus projetos, e para saber um pouco mais sobre o que cada um dos colegas faz.

Marcar pequenas conversas com a equipa com alguma regularidade ajuda a que te mantenhas dentro de tudo o que se passa, não sejas “esquecido” como membro da equipa. Conversas por vídeo também ajudam a que conheças melhor as pessoas, e não tenhas de jogar um jogo de “quem é quem” no futuro.

Aqui, a comunicação interna da empresa ganha nova relevância. Em remote, a comunicação flui com menos naturalidade, por isso as empresas têm de dar uma nova abordagem à comunicação interna, de forma oficializada. Se antes podiam esperar que as coisas fluíssem rapidamente através dos corredores, agora têm a oportunidade e a obrigação de centralizar a comunicação e manter toda a equipa com o mesmo nível de informação.

Não tenhas medo de pedir ajuda

No escritório, é mais provável que os colegas se apercebam se estás mais tenso ou com um problema difícil. À distância, e até mesmo numa videochamada, é mais difícil de detectar. Em caso de dúvida, pede ajuda. O mais provável é que haja sempre pelo menos uma pessoa disposta a ajudar. Um estudo da Prof. Vanessa Bohns da Universidade de Cornell sugere que as pessoas geralmente estão muito mais dispostas a ajudar do que pensamos.

Participa nos eventos da empresa

Que melhor forma de melhorar a relação com os colegas, fazer networking, e divertir-te ao mesmo tempo? Para além do teambuilding e da diversão, os eventos de empresa permitem-te perceber com quem trabalhas e comunicas mais facilmente, e que outros colegas poderão precisar de um approach diferente. Mas nem é preciso ficares à espera da empresa, organiza os teus próprios encontros presenciais com os teus pares e vê a diferença.

Tens alguma experiência pessoal ou sugestão que queiras partilhar? Envia-nos um e-mail ou mete conversa nas redes sociais, queremos saber de tudo sobre as vossas experiências em teletrabalho.

Categorias
Formação Inovação

O que nos vai trazer, afinal, a rede 5G?

Duzentos dias depois e ao fim de quase 1800 rondas de licitações, o leilão da rede 5G em Portugal terminou dia 27 de Outubro, com uma receita final de 566,802 milhões de euros. Mas o que vai representar a implementação da nova rede para o país?

A transição tecnológica

Quando a rede 5G foi anunciada em Portugal, em 2018, previam-se algumas alterações na forma como se utilizavam diferentes tecnologias, com recurso a banda larga sem fios. Em 2019, as gigantes das telecomunicações entraram na corrida para a compra dos lotes que lhes iriam permitir fazer a distribuição da nova rede.

evolução para o 5G
Fonte: Portal 5G

Entre as empresas que licitaram sobre os 58 lotes disponíveis para transmissão em 5G, a NOS, a Meo e a Vodafone foram as três que mais pagaram para adquirir um maior número de lotes. A elas juntam-se Nowo, Dense Air e DixaRobil, contando com uma concorrência histórica de seis operadoras no mercado da rede móvel.

A quantidade de concorrentes no setor das telecomunicações é um “passo histórico”, destaca João Cadete Matos, Presidente da Anacom (entidade reguladora). Com seis distribuidoras no mercado, o presidente refere que se beneficia consumidores e utilizadores.

No final, concluiu-se o leilão com um valor superior ao dobro do que a entidade reguladora previa. Agora, esse dinheiro será usado para a constituição de um novo Fundo para a Transição Digital.

Embora Portugal seja um dos últimos países da Europa a adotar a rede 5G,  o que releva falhas no processo de leilão e decisão, este é um momento de grande relevância na transição tecnológica do país e que traz a possibilidade de acompanhar tendências digitais do futuro.

As potencialidades da rede 5G

Com a chegada da nova geração de rede móvel, há um grande salto em termos de inovação face ao 4G que utilizamos até ao momento. De acordo com o Portal 5g, há uma série de áreas e inovações que vão beneficiar com a adoção desta nova rede, como Agropecuária, Cidades Inteligentes, e-Saúde, Indústrias, Entretenimento e Energia.

As vantagens e mudanças agrupam-se em quatro grandes grupos:

Maior velocidade e capacidade da rede (enhanced Mobile Broadband)

Atingindo os 20 Gps no download e os 10 Gps no upload (dados UIT), o 5G traz um melhor desempenho e experiência à utilização que já fazemos da rede móvel (como jogar ou trabalhar online) e abre um novo leque de possibilidades (como vídeos em 3D).

Massificação da comunicação entre dispositivos (massive Machine-tType Communications)

A conectividade de aparelhos no que designamos de IoT vai ser melhorada de forma drástica. A rede 5G vai conseguir ligar um maior número de dispositivos e reduzir consequentemente a intervenção humana nessa conectividade.

Desta forma, será possível implementar cidades e casas inteligentes, melhorar a mobilidade automatizada e otimizar recursos energéticos.

Conectividade permanente e mais fiável (ultra Reliable Low-latency Communications)

A redução da latência na comunicação será uma das maiores transformações do 5G, que pretende chegar perto de 1 milissegundo (contra os atuais 35 a 52 milissegundos do 4G).

Com o aumento de velocidade será possível melhorar serviços de segurança e de transportes, beneficiar a área de cirurgia médica por controlo remoto, e até tornar processos industriais wireless.

Redes mais flexíveis e ajustadas aos serviços

Será possível implementar redes virtuais numa infraestrutura única (network slicing), mais flexível e ajustada aos serviços a disponibilizar. Pela eficiência dos investimentos na rede, promove-se inovação e desenvolvimento de novos negócios.

Até 2025 há diferentes metas e objetivos a alcançar na implementação do 5G em Portugal, incluíndo:

  • Todas as Universidades e institutos politécnicos;
  • Concelhos com mais de 50 mil habitantes;
  • Linhas ferroviárias e metropolitanos;
  • Centros de saúde em zonas de baixa densidade populacional;
  • Portos comerciais, aeroportos e instalações militares.

Para todos os especialistas que queiram estar a par com as transformações, a formação assume uma grande importância na atualização e aprofundamento de conhecimentos. O curso de Fundamentos em Redes 5G é dedicado precisamente às novidades trazidas pela nova rede, preparando os profissionais para responder aos novos desafios e exigências.

Esta é uma transformação importante nas telecomunicações, tanto do ponto de vista técnico como tecnológico e social, e que deverá ser acompanhada de perto por parte de utilizadores, profissionais e organizações do setor.

Categorias
Formação Inovação

A presença crescente da tecnologia blockchain no mundo

Cada vez mais a blockchain se estende a diferentes setores e mercados. Embora fortemente associada à Bitcoin, esta tecnologia está a ganhar novos usos no mundo real.

A expansão

Embora haja complexidade nos sistemas de blockchain o conceito central é simples de entender: blockchain é uma espécie de base de dados, que utiliza uma cadeia de blocos capaz de guardar e verificar grandes volumes de transações digitais em cadeias descentralizadas e mais seguras.

Através da blockchain, problemas como falsificação ou duplicação de bens ou transações digitais deixam de acontecer. Na sua origem, nos anos 90, esta tecnologia era desenvolvida sobretudo na área da banca e das criptomoedas.

Mas o nível de desenvolvimento, complexidade e segurança são de tal ordem que a blockchain está a conquistar inúmeros utilizadores e setores de produção. De acordo com o estudo Market Sizing Tool, da CB Insight, estima-se que o investimento anual em soluções baseadas em Blockchain chegue aos 16 mil milhões de dólares até 2023.

Pelo crescente desenvolvimento e utilização das cadeias de blocos no quotidiano, qualquer profissional especializado nesta tecnologia terá um grande destaque no mercado.

A especialização na área serão fatores diferenciadores para os profissionais no mercado, pelo que aposta em formação dedicada a Blockchain será a chave para evoluir.

5 áreas que beneficiam de Blockchain

Embora sobretudo associada a criptomoedas e atividade bancária, a Blockchain está a expandir-se para cada vez mais setores e a ganhar outros usos.

Da já conhecida banca até à educação ou saúde, diferentes áreas a viver uma verdadeira disrupção em função das potencialidades desta tecnologia.

1. Segurança da informação

Numa era de digitalização em todas as formas de consumo e serviços, manter a segurança de dados e informações privadas está sempre na ordem do dia.

Para alcançar ótimos níveis de ciber segurança, muitas indústrias e setores estão a contar com blockchain no seu cerne, por permitir encriptação segura dos dados e descentralização da informação.

Nos EUA, as máquinas utilizadas para votar em qualquer eleição estão sujeitas a ataques e falhas. Assim, a blockchain vem desenvolver um melhor sistema para impedir fraudes eleitorais.

Pensando ao nível dos transportes, a compra de bilhetes envolve uma grande quantidade de informação privada. A pensar nisso, a companhia aérea russa S7 Airlines tem um sistema assente em blockchain para garantir a segurança dos dados e das transações bancárias.

2. Cultura e entretenimento

A blockchain está a transformar a compra de peças de arte e o próprio conceito de arte. Para além de reduzir custos, também permite difundir as peças enquanto Non Fungible Tokens, items digitais que perduram, que representam algo único e que permitem um acesso global às obras.

No mundo de arte digital, os NFT são utilizados para certificar a propriedade das peças, valorizando as criações. Recentemente, uma representação artística do código criador da WWW foi vendida pelo seu criador por 5.4 milhões de dólares, tornando-a um dos NFT mais caros até à data.

Aqui, a blockchain é utilizada como forma de assinar e registar cada peça, garantindo que não é possível falsificá-la e que o artista recebe os devidos direitos por ela.

A indústria de gaming e e-Sports tem crescido exponencialmente. Durante os jogos e transmissões desses online, é possível oferecer donativos e até fazer compras, envolvendo risco nas transações.

Assim, nascem empresas como a Enjin Coin, uma criptomoeda utilizada para compra e trocas de cerca de mil milhões de digital assets. Com uma base descentralizada, possível com blockchain, as plataformas de jogos conseguem assegurar trocas monetrárias mais seguras e transparentes.

3. Telecomunicações

Cada vez mais entidades, indivíduos e organizações recorrem ao armazenamento em cloud, assim como uma série de aparelhos opera recorrendo a ela.

A tecnologia blockchain é útil por várias razões neste campo, destacando-se a descentralização e segurança dos dados armazenados e a otimização de custos de manutenção. Sem intermediários ou necessidade de supervisão extra, o acesso não solicitado à cloud é bloqueado.

Para os aparelhos eletrónicos a funcionar de forma autónoma, no que designamos como Internet of Things (IoT), a blockchain permite que um aparelho se conecte e interaja sem recurso a uma central.

Em 2015, a IBM e a Samsung conseguiram-no com sucesso, lançando o ADEPT com base nessa tecnologia. Assim, a blockchain assume-se como “espinha dorsal” para a vasta rede de aparelhos, que de forma autónoma comunicam e gerem atualizações do sistema, bugs e energia.

4. Serviços financeiros

A área financeira é aquela onde mais serviços estão a ser transformados e melhorados pela blockchain.

A empresa Ripple, cujos serviços se baseiam na tecnologia de blocos, uniu-se a alguns dos seus clientes, entre eles bancos como Santander ou Western Union, com o objetivo de otimizar a eficiência de pagamentos além-fronteiras.

Também outras entidades estão a apostar nesta tecnologia para as suas transferências, reduzindo exponencialmente os custos de tempo e dinheiro antes utilizados na verificação das transações.

Na bolsa, torna-se mais simples e automático investir e gerir ações graças à blockchain, como a plataforma tZero faz. A grande vantagem é conseguir conectar de forma segura e imediata as empresas e os bancos, não colocando em risco as quantias avultadas de investimento.

Ainda, graças à encriptação de informações e à impossibilidade de duplicar quantias ou pagamentos, com blockchain reduz-se de forma significativa o risco de fraudes bancárias e de lavagem de dinheiro.

5. Logística e infrastruturas

Para além de transações digitais, a tecnologia blockchain inclui objetos e itens tangíveis. Tirando partido das vantagens que esta traz para o setor de transportes, criou-se um aliança (BiTA) para perpetuar os standards da indústria entre os seus colaboradores.

Esta é a maior aliança comercial baseada em blockchain que existe, com o propósito de educar os profissionais do setor para as potencialidades desta tecnologia no seu trabalho: melhoria nas transações, acompanhamento de envios, gestão de frota, identificação de falhas de segurança alimentar ou otimização de rotas de entrega são algumas das tarefas possíveis de desenvolver com blockchain.

Num nível quotidiano, a blockchain vem ainda permitir reduzir a burocracia numa série de serviços e setores, incluíndo o imobiliário. Na compra e venda de casas há inúmeros documentos envolvidos, com maior risco de perda de confidencialidade ou fraude.

Empresas como a Propy e Ubitquity desenvolveram ferramentas baseadas em blockchain que permitem guardar, acompanhar e transferir títulos, garantir o rigor dos documentos e reduzir “a papelada”.

Nos últimos anos, assistimos ao desenvolvimento da blockchain. Além da bitcoin, esta tecnologia vem transformar diferentes setores e de formas variadas. As suas potencialidades tornam-na uma das tendências seguidas com maior atenção e qualquer profissional que se especialize na área estará na vanguarda tecnológica.

Categorias
Equipa Inovação Opinião

O impacto do trabalho remoto em IT

O trabalho remoto em TI assumiu-se como regra durante a pandemia e foi responsável por transformar o setor. Seja pelo destaque de certas funções, pela adoção permanente deste modelo ou pelas possibilidades que representa para organizações e profissionais, o teletrabalho trouxe várias mudanças ao mercado.

Adoção do trabalho remoto em TI

Impulsionado pela pandemia de COVID-19 em 2020, o teletrabalho estendeu-se a uma grande parte das organizações. Por força das circunstâncias, este modelo de trabalho assumiu-se como uma forma de continuar a produzir e de manter o mercado em funcionamento, colocando equipas a colaborar à distância e transformando o dia a dia profissional.

A evolução tecnológica permitiu levar a digitalização dos negócios mais longe, uma tendência que se mantém em 2021. Do mesmo modo, as ferramentas de produtividade digitais trouxeram a oportunidade de gerir equipas remotas, promover a comunicação online e alcançar bons resultados, mantendo a organização em pleno funcionamento.

Assim, esta forma de trabalhar à distância estendeu-se a diversas áreas de atuação e o mercado das TI não foi exceção. Sobretudo, há uma grande percentagem de trabalho desenvolvido inteiramente no digital e com pouca necessidade de reunir presencialmente para levar o trabalho a bom porto.

Ao mesmo tempo, como refere Beatriz Matias, Talent Acquisition Team Leader da Olisipo, “as empresas têm mesmo de se adaptar a esta nova realidade, ou ter dificuldade em reter talentos”. A adoção transversal do teletrabalho revelou ter um papel muito importante para o futuro e sucesso das organizações.

O boom em várias áreas

Com a adoção do teletrabalho por parte de muitos mercados e indústrias, assistimos tanto à oferta crescente de oportunidades certas funções como à procura de maior flexibilidade por parte dos profissionais.

Por um lado, a crescente digitalização dos negócios traz uma necessidade de desenvolver as plataformas de trabalho virtual, software e hardware para alcançar todo o seu potencial. Neste âmbito há funções com maior procura no mercado de TI por serem fundamentais para assegurar o pleno funcionamento digital das organizações:

  • Programação e desenvolvimento
  • Gestão de projetos
  • Software Testing e QA
  • Cibersegurança e gestão de dados

Por outro lado, a capacidade de mostrar ótimos resultados mesmo à distância trouxe aos profissionais de TI a vontade se manterem em trabalho remoto (de forma parcial ou total). “Temos de abrir aqui um bocadinho os horizontes, temos tecnologias que permitem realizar teletrabalho”, diz Beatriz. Face a esta oportunidade, um dos benefícios para quem procura mudar de projeto profissional é a flexibilidade oferecida pela empresa.

Os profissionais que procuram esse benefício revelam que, cada vez mais, valorizam um bom equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, que o teletrabalho lhes tem trazido. Como diz Beatriz, o “salário emocional é tão ou mais importante que o financeiro para os candidatos”.

Além disso, outro dos fatores mais relevantes prende-se com o foco e produtividade. Muitas tarefas requerem concentração, então trabalhar num espaço mais confortável e silencioso (como a própria casa) promove precisamente essa dedicação. Como consequência, os resultados dos colaboradores melhoram e a organização beneficia desse crescimento concertado.

Adaptação para reter talento

A escassez de talento nas TI é um desafio constante para as empresas. Há uma procura que supera a oferta e, por essa razão, as organizações devem perceber o impacto que o teletrabalho tem para a atração e retenção de talento.

Como referimos antes, os profissionais procuram cada vez mais empresas que se adaptem a novas exigências e tendências. Nesse sentido é essencial que a organização demonstre essa abertura e evidencie um espírito inovador, promovendo a retenção de talento.

Segundo Beatriz, oferecer condições vantajosas para manter o trabalho remoto em TI é uma estratégia relevante para o funcionamento da organização. Este fator assume-se como elemento diferenciador face à concorrência, que ainda não mostra abertura para essa implementação.

As tecnologias permitem, cada vez mais, adotar o teletrabalho como modelo para uma série de equipas e funções. Há inúmeras aplicações, plataformas e programas que contribuem para a produtividade, gestão e comunicação.

Além disso, através de formação contínua os profissionais adquirem as competências essenciais para colmatar eventuais lacunas. Deste modo, as equipas são preparadas para a nova realidade de trabalho e contribui-se para ótimos resultados e projetos de qualidade na organização.

As mudanças constantes no mercado de trabalho trazem desafios acrescidos à contratação e retenção de talento. O trabalho remoto em TI veio impactar a procura por certas funções, fulcrais à digitalização dos negócios. Ao mesmo tempo, pôs em evidência o que os colaboradores mais valorizam e onde o “salário emocional” ganha peso.

Apostar na oferta de teletrabalho é um fator de diferenciação, que coloca as organizações que adotam em grande vantagem no mercado.