A linha que separa a tecnologia do mundo dos negócios é cada vez mais ténue. A tecnologia já não é o trabalho de apenas um departamento, está agora enraizada em todas as áreas das organizações. E à medida que o papel da tecnologia dentro das empresas evolui, o papel do CIO segue o mesmo rumo.
Por isso, o papel do CIO de hoje não é fácil: É preciso encontrar um equilíbrio entre as funções de ontem e as exigências da transformação digital de amanhã. Esse é um dos maiores desafios e a razão pela qual os líderes nesta área têm de se adaptar a uma nova realidade.
Então, quem é o CIO do futuro? Que desafios vai enfrentar e como poderá continuar a estimular a inovação no meio de trabalho?
As características do novo CIO
Está na linha da frente das decisões estratégicas. Já lá vai o tempo em que o CIO assumia uma posição “back office” na empresa. Agora, o CEO olha para o CIO como um líder estratégico e não apenas como um líder de departamento. Por isso, é fundamental que esta pessoa tenha fortes capacidades de liderança, persuasão e também de inteligência emocional.
É um agente da mudança. Futurista e inovador: são duas palavras que devem definir o CIO do futuro. Segundo a Accenture, 34% das empresas já vê o departamento de TI como uma das principais fontes de inovação e mudança para empresa no geral, não apenas no seu departamento.
É proativo na procura de soluções, mesmo que não estejam diretamente relacionados com a sua área. No futuro, não vai haver lugar para um departamento de TI “preguiçoso”: a inovação move-se a ritmo cada vez mais acelerado e por isso, já não basta esperar que os problemas surjam. O CIO de amanhã terá de encontrar formas criativas de criar soluções que acompanhem o ritmo da mudança.
É alguém que veste muitos chapéus. O novo CIO estará preocupado em liderar a revolução digital e abraçar projetos e desafios multidisciplinares que “fogem” da sua área de conhecimento. O CIO terá de ser capaz de entender todas as áreas de negócio da empresa e encontrar respostas tecnológicas que se adaptem a cada uma delas.
Tem conhecimento na área das finanças. À medida que o budget na área das TI aumenta, o CIO terá uma maior responsabilidade em questões financeiras. Isto significa que terá de entender os conceitos e as implicações que as suas decisões estratégicas poderão ter para a globalidade da empresa.
Pode não ser um informático. Ter um conhecimento geral na área das tecnologias da informação é fundamental para compreender os desafios com que se irá deparar. Mas o CIO de amanhã já não terá de ser um “expert” ou ter uma formação altamente técnica nesta área, já que terá preocupações mais ligadas à parte estratégica do seu papel. A capacidade de ser perspicaz, crítico e saber influenciar os restantes terá um papel mais relevante que saber todas as especificidades técnicas das TI. Na Europa e nos Estados Unidos, cerca de 50% das pessoas que ocupam esta posição já têm backgrounds menos técnicos e mais direcionados para a área da gestão e a tendência continuará a enveredar por este caminho.
E o que significa tudo isto para o CIO de hoje?
Para alguns poderão ser boas notícias, para outros nem tanto. Embora o CIO tenha cada vez mais “voz” e peso de decisão na empresa, também é verdade que irá desempenhar um papel cada vez mais exigente e desafiante.
Muitos ainda não estão preparados para um cenário tão disruptivo, mas já não basta sentar-se no banco traseiro e fazer o que se fez até agora.
E quanto mais rápido o CIO de hoje se tornar no líder de amanhã, mais rapidamente as empresas poderão estar na vanguarda da inovação e transformação digital.