Longe vão os tempos dos telemóveis analógicos e das transferências por infra-vermelhos. A rede 5G, nova geração de tecnologia sem fios, promete mais vantagens, potenciando a ligação entre dispositivos e a navegação rápida na rede.
Segundo o site PCMag, a transmissão 5G vem trazer três novos aspetos aos utilizadores: “maior velocidade (para mover mais dados), menor latência (ser mais responsivo) e a capacidade de conectar muitos mais aparelhos ao mesmo tempo (para sensores e dispositivos smart)”.
Com benefícios para a vida quotidiana, ambientes profissionais, economia ou indústria, a rede 5G manifestou os primeiros sinais de vida em 2017 e já há empresas, como as norte-americanas AT&T e Verizon Wireless, a preparem o lançamento da rede móvel e doméstica para este ano.
Pela Europa, a Comissão Europeia designou, em fevereiro de 2018, um Observatório Europeu 5G para “monitorizar atentamente o progresso dos objetivos da conectividade europeia para um Mercado Único Digital em 2025”, segundo o site oficial. Este ano ainda, a Comissão planeia investir 200 milhões de euros no lançamento de grandes projetos-teste pré-comerciais, no contexto da Parceria Público-Privada em Insfrastruturas de 5G.
As novidades
Enquanto as potencialidades da rede 5G crescem, nomeadamente a nível da Internet das Coisas (Internet of Things), os modems e dispositivos emissores de rede diminuem de tamanho e a conectividade entre aparelhos multiplica-se. Para a história ficam as anteriores gerações de internet à medida que o 5G nos traz o futuro em vídeos ultra HD, sistemas de casa inteligente e melhor acesso à Internet.
Todas as redes poderão ser reunidas numa só plataforma. Os módulos do 5G serão mais acessíveis, de baixo consumo e pequena dimensão, multiplicando a sua presença pelas casas, escritórios, escolas e mãos de cada um – poderá ser o fim das gigantes torres de antenas emissoras, segundo o PCMag.
A baixa latência, isto é, a resposta imedita a um pedido feito na rede, alia-se à rapidez no 5G potenciando o streaming de vídeos, mesmo em alta qualidade, e até o desenvolvimento da realidade aumentada para a vida quotidiana. A conectividade a nível global e sem falhas é um dos grandes objetivos a alcançar.
Presente em praticamente todos os dispositivos eletrónicos, tanto domésticos como profissionais, grandes ou pequenos, o 5G quer uni-los e potenciar o seu uso. A internet pode tornar as casas inteligentes uma realidade comum, assim como aumenta a segurança nos carros e facilita a sua condução, com o objetivo máximo de desenvolver viaturas que não precisam de condutor e que comunicam com estradas inteligentes.
A robótica e a economia podem beneficiar da rede 5G em larga medida: desde robôs operados à distância, a linhas de produção capazes de tomar decisões, a produção aumenta e os custos diminuem.
Em Portugal
A Anacom anunciou, em março, a preparação do lançamento da rede 5G. Após um estudo sobre qual a melhor faixa de frequência a usar para a nova internet, no início de julho a Autoridade Nacional de Comunicações anunciou que seria libertada a faixa dos 700 MHz, “necessária ao desenvolvimento da 5ª geração móvel no quadro dos acordos internacionais e das determinações do Parlamento Europeu e do Conselho”.
Devido à libertação da faixa, até aqui usada para transmissão de Televisão Digital Terrestre (TDT), haverá uma migração da TDT para uma nova faixa de frequências. No entanto, “não será necessário adquirir novos aparelhos nem reorientar antenas”, como noticia o Pplware.
A Vodafone tem vindo a preparar o 5G desde o final de 2017. Em junho deste ano, presidente executivo, Mário Vaz, afirmou que “o 5G já é possível” do “ponto de vista técnico”. Dentro da empresa, o Vodafone Hub 5G, em colaboração com a Ericson, é o espaço responsável por testar e desenvolver a nova tecnologia, que Mário Vaz defende que será implementada à medida das necessidades do mercado.
Em parceria com a Huawei, a Altice mostrou em julho um terminal pré-comercial 5G que funciona com a sua rede. Espera-se que estes aparelhos comerciais estejam disponíveis em 2020, sendo que os de utilização comum só surgem num prazo de 4 anos.
Prevê-se que as mudanças a nível nacional e a transição de rede comecem no último trimestre de 2019 e decorram até 30 de junho de 2020, de acordo com a Anacom. A comunicação via 5G apenas ficará disponível ao público a partir desse ano.