Onde é a próxima Silicon Valley?

Tempo de Leitura: 4 minutos
silicon valley

Não há quem nunca tenha ouvido falar de Silicon Valley – ou Vale do Silício, em português.

Há muito que esta região a sul de São Francisco tem sido sinónimo de inovação e não é por acaso que as grandes empresas tecnológicas aqui se concentram: Apple, Google, Facebook, HP, Microsoft, todas elas nasceram e vivem em Silicon Valley. Porquê?

Atraindo cerca de 40% da totalidade do financiamento de risco nos Estados Unidos, Silicon Valley rapidamente se tornou o paraíso das startups e dos empreendedores que viajam de todas as partes do mundo na esperança de descobrir aqui a receita do sucesso. A concentração de talentos, o apoio educacional, o espírito colaborativo e a cultura ousada e ambiciosa que aqui se vive, fazem de Silicon Valley o maior pólo tecnológico do mundo… por agora.

Adeus, Silicon Valley?

Apesar de continuar a gozar da sua popularidade, Silicon Valley já não é o destino número um para o talento, diz o Global Startup Ecosystem Report and Ranking 2017. A verdade é que os Estados Unidos estão a começar a perder terreno para outras potências tecnológicas na Europa e na Ásia.

Cidades em todo o mundo estão a trabalhar para “tirar a taça” à capital tecnológica nos Estados Unidos. Então onde será que vai nascer a próxima Apple ou o próximo Mark Zuckerberg? Será que as restantes cidades têm capacidade para competir com a superioridade do Vale do Silício?

As potências emergentes da Europa

Podemos pensar que a Europa não tem feito progressos significativos na área das tecnologias, sobretudo por Londres – um dos seus maiores pólos tecnológicos – estar num processo de saída da União Europeia, o que trouxe um grande clima de incerteza em todo o continente.

Mas a realidade não é bem essa. Agora, também a Europa está a conseguir alcançar os Estados Unidos e já apresenta um cenário mais optimista para o financiamento de risco.

Berlim já é o ecossistema de startups que está a crescer mais em todo o mundo e outras cidades como Amesterdão, Dublin, Estocolmo e Helsínquia também estão a seguir os mesmos passos.

E nem a capital portuguesa fica atrás. Ter recebido em 2016 o Web Summit – um dos maiores eventos tecnológicos do mundo – fez com que muitos se tenham questionado se estaríamos perante o próximo “tech hub” da Europa. A qualidade de vida, as rendas baratas (comparando com outros destinos europeus) e o clima fantástico, fazem da cidade uma aposta atrativa para startups e novos talentos. Por outro lado, as ajudas no financiamento e os benefícios fiscais de que as novas empresas beneficiam tornam Lisboa um destino muito atrativo no contexto europeu.

Por outro lado, o facto de estes centros tecnológicos estarem espalhados por vários pontos do continente, também significa que nunca estarão tão intimamente ligados como em Silicon Valley, onde a facilidade de criar networking é um dos seus principais fatores de sucesso. Mas tem havido um esforço em unir esta comunidade dispersa de investidores ao começarem a surgir muitas oportunidades de co-investimento em novas ideias de negócio na Europa.

Ásia, a grande promessa

A Ásia já ultrapassou a Europa no número de centros de inovação, operando agora quase um terço (29%) do total deste tipo de centros no mundo. O domínio de Silicon Valley no mundo da tecnologia começa a ser questionado, com a Ásia agora a crescer mais rapidamente que os Estados Unidos.

Estamos perante um grande aumento do empreendedorismo na região e da mobilização, principalmente entre jovens empreendedores. A China, Índia e Japão são locais de referência que já atraem milhares de novos negócios. No entanto, o continente ainda enfrenta alguns desafios, nomeadamente na existência de algumas barreiras legais para estrangeiros, principalmente na obtenção de vistos e falta de financiamento público.

O Sudeste Asiático tem sido a maior surpresa na indústria das startups tecnológicas, beneficiando da sua grande diversidade de visões políticas e atividades económicas pelo que já se tem tornado a casa de alguns “unicórnios” (empresas avaliadas em mais de 1 bilião de dólares).

A próxima Silicon Valley é… em todo o lado

Todos querem construir a próxima Silicon Valley e identificar qual a cidade que tem os “ingredientes” certos para ser tornar o próximo grande pólo tecnológico. Mas não basta que uma cidade tenha a receita ideal para o sucesso. No final, tem tudo a ver com as pessoas e a mentalidade das mesmas.

Porque é que Silicon Valley conseguiu crescer mais que outros sítios na Europa e na Ásia se existem cidades igualmente avançadas e com condições semelhantes ou melhores? Silicon Valley cresceu devido à sua capacidade para atrair os mais ambiciosos e apaixonados talentos. E isso deve-se à sua cultura empreendedora e “risk-taker” que consegue trazer os melhores profissionais dos cantos mais remotos do planeta.

Em muitas partes do mundo, mentes brilhantes são desperdiçadas todos os dias porque em vez de seguirem os seus sonhos, acabam por se conformar com a estrutura e normas que o seu país impõe. Mas esta mentalidade “de empreendedor” continua a crescer um pouco por todo o lado ao ouvirmos constantemente as histórias inspiradoras de Steve Jobs ou Elon Musk que vingaram por correrem riscos.

Muitos governos e organizações já identificaram estes fatores e é por isso que estão agora a criar os seus próprios métodos de atração de talento. E isso significa que não vai apenas existir uma próxima Silicon Valley, mas muitas outras que estão agora a surgir em todo o mundo.

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