Investir em resultados, não em ideias

Tempo de Leitura: 2 minutos
Grow Results - José Serra

Em vez de aplicar o dinheiro público no desenvolvimento de ideias que provavelmente nunca darão em nada, propõe-se usar esse dinheiro para financiar empresas dispostas e comprarem produtos desenvolvidos pelas startups tecnológicas. Essa é a melhor forma de tornar as jovens empresas inovadoras atrativas para os investidores, potenciando assim o seu sucesso.

As startups tecnológicas portuguesas têm ganho cada vez mais protagonismo, em Portugal e no estrangeiro. Têm ideias inovadoras, boas equipas e ambição de se tornarem globais. Falta-lhes muitas vezes o acesso ao capital dos investidores e a experiência de vender lá fora.

Por outro lado, com o Portugal 2020, estamos a entrar num novo ciclo de investimentos participados pelos fundos europeus. Já no QREN houve muitos milhões de euros aplicados em inovação e desenvolvimento. A maioria desses projetos financiados pouco ou mesmo nada trouxeram em termos de inovação real. Isto porque para sermos rigorosos, só podemos falar em inovação quando o mercado reconhece o mérito de uma nova ideia e está disposto a pagar por ela.

Os programas europeus não foram concebidos para financiar startups. Estas têm que provar o seu mérito a investidores de capitais de risco, fundos de investimento e business angels. São estes que, quando convencidos, investem nas startups o seu dinheiro, definindo objetivos no tempo que têm que ser cumpridos. Algumas tem sido bem sucedidas, mas a maioria nem por isso.

Há certamente várias razões para isso. Mas provavelmente a mais forte tem a ver com a dificuldade que as startups têm de provar que o mercado reconhece o mérito das suas ideias. Conseguir realizar os primeiros pilotos, angariar os primeiros clientes e apresentar provas dos resultados são uma grande barreira para o sucesso. Quem o consegue, terá certamente muito mais facilidade em conseguir a atenção dos financiadores.

Sendo assim, o que proponho é uma alteração ao modelo atual. Em vez de aplicar o dinheiro público no desenvolvimento de ideias que provavelmente nunca darão em nada, aplicar esse dinheiro, ou parte dele, na realização de pilotos de produtos já desenvolvidos. Ou seja, financiar empresas e outras organizações públicas e privadas que estejam interessadas em testar as ideias desenvolvidas pelas startups tecnológicas. Por outras palavras, os fundos públicos iriam financiar a compra de soluções às startups para a realização de pilotos.

Desta forma, iríamos conseguir atingir vários objetivos.

Teríamos um modelo inovador de apoio a startups, não para desenvolvimento de produtos, mas sim para o teste no mercado dos produtos já desenvolvidos. Essa prova de mercado equivaleria a uma redução do risco, tornando as startups muito mais atrativas para os investidores e aumentando assim a probabilidade do seu sucesso.

Estaríamos também a incentivar diretamente as empresas a adoptarem novas ideias e tecnologias, o que contribuiria para as tornar mais modernas, mais inovadoras, mais produtivas e mais competitivas.

Iríamos incentivar empreendedores de outros países a instalarem-se em Portugal para lançarem startups inovadoras, gerando assim mais emprego e mais riqueza.

Por fim, conseguiríamos atrair muito melhor o interesse dos investidores internacionais para as nossas startups.

Partilha-me!

Subscreve a newsletter semanal com os melhores conteúdos

Read on...

Está na hora de dares um salto na tua carreira?

iT's 29 years accelerating careers and still new in town!

Key reading jobs

Disponível para novos projetos?

Envia-nos a tua candidatura!

Preferes escrever-nos um email? Envia a tua candidatura para: recrutamento@olisipo.pt