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Organização e produtividade: as melhores aplicações


Deixe no passado as pesadas agendas em papel, as atividades sobrepostas por esquecimento e a falta de tempo para respirar entre emails: temos 5 sugestões de ferramentas digitais que multiplicam a organização e a produtividade do seu dia-a-dia.

O planeamento que estas aplicações oferecem vai trazer-lhe dias mais calmos e mais tempo livre para fazer o que gosta. Experimente.

1. Google Calendar

Parece básico e demasiado óbvio falarmos de um calendário, mas acredite que é um dos melhores amigos em organização. Agende reuniões e jantares de amigos, envie convites para saber quem vai, reserve uma sala e faça tudo isso com antecedência.

O calendário da Google é um serviço gratuito e permite criar lembretes e definir alarmes, para que não chegue atrasado na hora H. Embora lhe apetecesse desmarcar o almoço com a sua sogra, vai saber que não pode combinar mais nada nesse momento porque já está ocupado.

Disponível como Google Agenda para aplicação no smartphone ou tablet, consulte este calendário em qualquer lugar e trabalhe nele no computador também.

Bom para: ambiente profissional, ambiente pessoal

2. MeisterTask

É uma excelente ferramenta para organização de metas e tarefas, tanto no plano gratuito como nos planos pagos. Está disponível para desktop e como app para iOS e Android.

Com o Meister Task programe e distribua tarefas, defina prazos, crie projetos e gira tudo dentro de uma só janela. Pode ainda organizar cada tarefa como estando Em Aberto, Em Execução ou Terminada – e assim está sempre a par do que há para tratar.

As tarefas aparecem listadas por ordem cronológica, mantendo-o a par do que está próximo e o que precisa de mais atenção. Se tem uma ideia ou precisa apontar algo que será útil dentro de meses, poderá fazê-lo no Meister Taks, garantindo que tudo é cumprido.

Nos planos mais completos, pagos, pode contar com automação de ações, criação de projetos de grupo, estatísticas e reports e atribuição de cargos e permissões.

Bom para: ambiente profissional, gestores de equipa/projetos

3. One Note

Útil como outras apps para tomar notas ou listas. Não oferece o nível de organização das restantes aplicações, mas é a mais eficaz para quem quer todas as “ideias” num local.

Sem alarmes, lembretes ou grandes pastas, serve para quem se organiza melhor por listas, podendo criar itens e marcá-los quando concluídos, ter a lista de compras sempre à mão ou anotar rapidamente um tema para o próximo brainstorm na empresa.

A melhor parte é que, tendo a ferramenta em todos os dispositivos, terá sempre as listas organizadas e poderá consultar, alterar e gerir como quiser a qualquer momento.

Bom para: ambiente pessoal

4. Boomerang

A melhor invenção desde a roda – para quem precisa de ter emails prontos para ontem e escreve à velocidade da luz porque tem de ser, o Boomerang será o seu melhor amigo em organização.

A extensão gratuita no motor de busca, para o Gmail, permite agendar o envio de emails, potenciando as pausas durante o dia para escrever e calendarizar emails para enviar a longo prazo.

Em cada rascunho que fizer pode saber qual o nível de “resposta” que pode esperar dos destinatários, indicando aspetos como a extensão ideal a usar ou a quantidade de palavras mais adequada. Aspeto negativo? A ferramenta é inglesa, pelo que não fará uma leitura “correta” de alguns indicadores em emails noutra línguas – ignore-os, nesses casos.

Outra característica útil são os lembretes associados aos emails que envia. É possível acionar alertas para que seja recordado caso não tenha resposta ao email enviado ou este não seja aberto dentro de um certo período de tempo. Nada cairá no esquecimento.

Bom para: ambiente profissional, emails

5. Google Assistant e Google Home

Acionado a partir de uma ordem vocal, o Assistente da Google realiza diversas ações e responde a várias ordens.

Se está a conduzir e precisa de enviar uma mensagem, ele fá-lo por si. Se quer procurar uma receita na internet, ele encontra-a por si. Se quer ouvir uma certa música, ele põe-na a tocar para si. Se quer saber quem acabou de lhe enviar uma mensagem, ele diz-lhe.

Espera-se até que ele seja capaz de fazer chamadas de voz por si. Em breve, reservas em restaurantes e marcações de cabeleireiro poderão ser operadas por este assistente.

Em ligação com as colunas da Google e outros aparelhos em casa, o sistema Google Home é acionado pela voz também. Consegue executar tarefas como aumentar a luminosidade da divisão para um despertar mais cómodo, tocar uma música específica em determinada altura do dia para nos animar, passar para o próximo episódio na Netflix ou encontrar o telemóvel perdido entre as almofadas no sofá.

Nunca mais precisará de voltar atrás para garantir se trancou a porta de casa porque, adivinhou, o Google Home fá-lo também.

Bom para: ambiente pessoal

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Inovação

Computação Quântica: Da Teoria ao Futuro

Imaginem um mundo onde todas as leis da física, tal como as conhecemos, são obedecidas mas onde diferentes decisões são tomadas em simultâneo, criando diferentes histórias igualmente consistentes. Aqui pressupõe-se que todas as decisões tomadas nas diferentes realidades paralelas são tão reais quanto aquela que nos lembramos.

Quem ouvir este discurso pela primeira vez, pode soar a algo tirado de um filme de ficção científica. Na verdade, trata-se de uma frase do físico Geordie Rose, co-founder da D-Wave Systems, a descrever o que é a mecânica quântica.

quantum computing

Parece um conceito difícil de interiorizar na vida real mas é exatamente nesta teoria que se baseia a invenção tecnológica que está hoje a ser desenvolvida em segredo em vários laboratórios pelo mundo. Estamos a falar da computação quântica.

Porque precisamos de computadores quânticos?

Quando olhamos para o passado, é inegável o quanto a tecnologia avançou. Basta olhar para o smartphone que utilizamos diariamente: esse mini super-computador é mais potente que o sistema da NASA que levou o homem à lua pela primeira vez.

Mas, neste momento, existem cerca de três biliões de utilizadores ativos na internet. Isto significa que existem três biliões de pessoas a alimentar o sistema com dados, todos os dias. E enquanto esta quantidade de dados continua a crescer, cresce também a necessidade de processadores mais potentes e com maior capacidade de armazenamento. Ao mesmo tempo, as peças e componentes dos computadores querem-se cada vez mais pequenas e leves. Este processo está prestes a atingir o seu limite e estamos a aproximar-nos de uma barreira física para o nosso progresso tecnológico.

Os computadores de hoje podem parecer perfeitamente adequados a nível da velocidade e armazenamento para o uso do dia-a-dia. Mas, quando falamos em resolver um problema onde o número de variáveis e condicionantes é extraordinariamente grande, precisamos de uma máquina extraordinariamente sofisticada que possa obter a solução muito mais rapidamente.

Quantum Computing

O que é afinal um computador quântico e porque é diferente?

Os computadores tradicionais funcionam utilizando dígitos binários (ou bits) que podem assumir o valor 1 ou 0. A grande diferença para um computador quântico é que este utiliza qubits, onde um bit pode ser um 0, um 1 ou os dois ao mesmo tempo.

Isto é possível devido a algo chamado superposição que, de uma forma muito simples, acontece quando uma partícula de energia está em vários sítios em simultâneo. Este comportamento aparentemente mágico é possível devido a uma combinação de ciência, física e um pouco de matemática.

Para perceber melhor o que distingue estes computadores, Satya Nadella, CEO da Microsoft, deu um exemplo: se um computador tradicional tivesse que encontrar a solução de um labirinto, este iria optar por um caminho, encontrar um beco sem saída, dar meia-volta e tentar um caminho alternativo, até esgotar todas as opções. Claro que este método é possível, mas encontrar a solução demora muito tempo. É esse o problema dos computadores de hoje: só conseguem fazer uma coisa de cada vez e por isso, quanto mais complexa a tarefa, mais tempo irá demorar até ser terminada. Já um computador quântico, seria capaz de analisar todas as alternativas em simultâneo, quase como se estivesse a percorrer todos os caminhos do labirinto ao mesmo tempo, em realidades paralelas.

Quantum Computing Maze

Como vamos poder utilizá-los?

Por enquanto, os computadores quânticos não irão substituir os nossos computadores pessoais mas, em certas áreas, a sua potência é um verdadeiro game-changer.

Uma delas é a pesquisa em bases de dados. Um computador quântico consegue encontrar o que procuramos numa fração do tempo, o que para bases de dados gigantes e complexas significa uma diferença incrível.

Outra utilização são as simulações virtuais de vários cenários, com múltiplas variáveis em jogo. As simulações quânticas poderão ser capazes de criar novas percepções que revolucionem a formação de diagnósticos e outras descobertas na medicina.

Outras áreas que podem beneficiar vão desde a ciência forense e finanças à previsão da meteorologia e o controlo de tráfego aéreo.

Se pensarmos no quanto o computador de hoje revolucionou as nossas vidas, é difícil conceber o que uma nova revolução nesta área poderá trazer. Podemos prever alguns avanços e melhorias em certas áreas mas a verdade é que a computação quântica não irá só trazer soluções a tarefas até hoje impossíveis, como irá trazer resposta a problemas que ainda nem conseguimos imaginar.   

Quantum Computing

Existem riscos?

As utilizações mais comuns dos computadores quânticos estão a “arruinar” a segurança informática. Neste momento, os nossos dados bancários e de navegação estão em segurança devido a um sistema de encriptação no qual oferecemos a todos uma chave pública encriptada que apenas nós conseguimos desencriptar. O problema é que esta chave pública pode ser utilizada para encontrar a nossa chave privada secreta. Felizmente, fazer estes cálculos matemáticos num computador tradicional iria literalmente levar anos a fio até encontrar a solução. Mas um computador quântico, com o seu processador poderoso, poderia fazê-lo num abrir e fechar de olhos. Isto significa que a utilização de computação quântica implica criar soluções de segurança ao nível da mecânica quântica que mantenham os nossos dados a salvo.

Quantum Computing

Estamos próximos de ter um computador quântico em casa?

Nem por isso. É provável que cheguemos a usar um durante a nossa vida mas ainda estamos longe de os encontrar por aí à venda nas lojas. A investigação nesta área está a acontecer muito rapidamente e até foi o motivo do Prémio Nobel da Física em 2012 mas ainda existe um longo caminho a percorrer. Os desafios surgem com a dificuldade em controlar e manipular um estado quântico, algo que torna a encriptação de informação quântica muito difícil, tal como a vulnerabilidade desta mesma informação aos distúrbios do ambiente à sua volta. Para poder funcionar, um computador quântico tem de estar num ambiente completamente isolado à temperatura de -273ºC, algo difícil de recriar no conforto da nossa casa.

Quantum Computing

No entanto, empresas como a Google, IBM, Microsoft (e até vários governos) estão bem cientes das potencialidades desta tecnologia e todos querem participar na corrida para conseguir construir o melhor e mais poderoso computador quântico do mundo.

Muitas coisas que antes considerámos parte do mundo da ficção científica estão gradualmente a ganhar forma e a tornar-se realidade. Neste momento, não sabemos se a computação quântica será utilizada apenas como uma ferramenta muito especializada ou se será uma grande revolução para a humanidade. Não fazemos ideia dos limites da tecnologia e a única forma de descobrir é ficar para ver.

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As 6 coisas que mais assustam um geek

Há quem diga que os geeks são apenas nerds com amigos e vida social. Outros afirmam que é toda e qualquer pessoa que é apaixonada por tecnologia, jogos e ficção científica. Não sabemos ao certo a sua definição mas de uma coisa temos a certeza: há coisas de que todos eles têm medo…

1- Ser o suporte TI de todos os teus familiares e amigos. Todo o geek sabe o que é ter alguém constantemente a perguntar-lhe coisas como se fosse a sua enciclopédia pessoal. Sempre que um tablet, telemóvel ou rede wi-fi não funciona, já sabes que és o primeiro contacto na lista telefónica. 90% das vezes respondes com um “Já experimentaste desligar e ligar outra vez?”, mas às vezes tens de ficar ao telemóvel com a mãe durante duas horas, simplesmente porque não sabe seguir as tuas instruções.

2- As pessoas descobrirem que resolves 80% dos seus problemas com uma pesquisa rápida no Google. O mais provável é toda a gente pensar que, só por gostares de tecnologia, sabes encontrar solução para todos os seus equipamentos electrónicos. Mas, na maioria das vezes, o segredo da tua sabedoria não é assim tão secreto pois está literalmente ao alcance de uns cliques. Este medo só se torna ainda mais assustador quando os teus pais te descrevem como um génio da tecnologia que sabe tudo sobre computadores a todos os seus amigos.

3- O sinal de bateria fraca. Um geek passa grande parte do seu dia agarrado à tecnologia, por isso quando imagina ter de ficar sem os seus equipamentos, pode experienciar altos níveis de ansiedade e pânico. Quando pensamos em fobias, imaginamos aranhas e alturas. Mas o angústia que resulta da incapacidade de aceder ao telemóvel ou computador também tem um nome: chama-se nomofobia.

4- O blue screen do Windows. Quem usou um computador Windows entre os anos 90 e 2000, o mais certo é ter-se deparado com esta imagem no ecrã. Conhecida como o Blue Screen of Death, a imagem avisava que tinha ocorrido um erro crítico no sistema e o computador teria de ser reiniciado imediatamente. Normalmente surgia sempre no pior momento possível (quando estavas a meio de uma tarefa importante ou no meio de um jogo), o que significava que todos os conteúdos não guardados seriam perdidos.

5- O Internet Explorer. “É como conduzir com um pneu furado.”. É desta forma que qualquer geek descreveria o Internet Explorer. Na verdade, a única razão para este abrir o Internet Explorer será para descarregar outro browser. Em tempos um pioneiro de muitas inovações, aos poucos tornou-se lento, ultrapassado e uma lista sem fim de bugs e crashes que fazia a vida negra a quem era obrigado a usá-lo. Dentro de pouco tempo, o IE será uma coisa do passado. Mas temos a certeza que qualquer geek ainda sente um arrepio quando vê o pequeno “E” azul no ecrã.

6- Impressoras. Os geeks já deixaram de imprimir coisas há séculos, mas o mundo à sua volta ainda continua a imprimir e-mails e documentos intermináveis. Por isso, quando são obrigados a dirigir-se a uma impressora, as suas mãos começam imediatamente a tremer. Seja porque não há papel, um tinteiro amarelo – ou simplesmente porque a impressora te odeia –  a verdade é que nunca consegues imprimir algo quando precisas. Lembra-te: nunca deixes a impressora saber que estás com pressa. Elas conseguem cheirar o medo.

Feliz Halloween!

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Inovação

Blockchain: O que é e como vai revolucionar o mundo

Muitos já ouviram falar do BitCoin, a criptomoeda que serve para fazer pagamentos através da internet.  Mas poucos estão familiarizados com o blockchain, a tecnologia que está por trás do bitcoin. E mesmo que já tenhas ouvido falar, é provável que ainda precises de perceber melhor como funciona.

O que é, afinal, o Blockchain?

Quando enviamos um ficheiro a outra pessoa, como uma imagem ou um documento, não estamos a enviar o original, mas sim, uma cópia desse ficheiro. Quando falamos de dinheiro, ações, obrigações, contratos e até votos é crucial que a informação enviada seja a original e única (ou poderíamos fazer compras infinitas com “cópias” do nosso dinheiro).

Por outro lado, problemas com a segurança e privacidade existem desde que a internet foi inventada. E por isso, este tipo de transações e negócios online requerem sempre um pouco de “fé” na legitimidade da operação e no destinatário.

É por isso que, hoje, dependemos totalmente de grandes intermediários, como bancos, governos e empresas de crédito, para construírem uma base de confiança nestas operações. São estes intermediários que garantem que os intervenientes não são uma fraude e as trocas de informação são autênticas.

Mas todo este sistema tem apresentado algumas falhas:

  • É centralizado nestes intermediários, o que significa que é um sistema mais fácil de corromper para hackers.
  • É demorado, pois tem de atravessar todo o sistema e os seus intervenientes até a informação chegar ao seu destino.
  • Não é acessível a todos, ou seja, não consegue abranger pessoas que não estejam dentro do sistema (por exemplo, alguém que não tenha uma conta bancária).

É aqui que surge o blockchain (em português significa algo como “cadeia de blocos”): uma espécie de registo contabilístico global, onde todo o tipo de informação pode ser armazenado, movido e gerido sem qualquer tipo de intermediário. Em vez de existir um administrador central – como acontece nos bancos e governos – todos os registos são distribuídos numa rede global de computadores, sincronizados através da internet e visíveis para qualquer pessoa dentro da rede.

E como é que isto funciona?

  1. Assim que ocorre uma transacção digital, esta é publicada globalmente em milhões de computadores.
  2. Depois, é agrupada num “bloco” encriptado, juntamente com todas as transações que ocorreram nos últimos 10 minutos.
  3. É neste momento os “miners” entram em cena. Os miners são membros da rede que validam as transacções que estão dentro dentro destes blocos através da resolução de problemas de programação complexos.
  4. O primeiro miner a completar a tarefa e validar o bloco, recebe uma recompensa (por exemplo, bitcoins).
  5. O bloco que acabou de ser validado leva então uma espécie de carimbo digital e é ligado ao bloco anterior, criando uma cadeia de blocos ordenados cronologicamente.
  6. Toda essa cadeia é atualizada constantemente para garantir que todos os membros estão a aceder ao mesmo registo.

Assim, pela primeira vez, as pessoas podem fazer transações diretas entre si (peer to peer) com confiança e a um custo muito menor, onde a segurança é garantida através da colaboração, criptografia e programação inteligente do sistema.

E porque é este método mais seguro que os sistemas informáticos de hoje? Ora, se alguém quisesse piratear um bloco, teria de desencriptar também todos os blocos anteriores a esse, em milhões de computadores, em simultâneo – algo praticamente impossível.

É fácil perceber o impacto que esta tecnologia poderá ter para a área dos serviços financeiros. Mas, apesar de ser sempre frequentemente associada ao Bitcoin, as mudanças que esta tecnologia pode trazer vão muito para além da cripto-moeda:

  1. Contratos inteligentes

Os smart contracts vão tornar os contratos em papel uma coisa do século passado. Aqui falamos de um contrato que se controla sozinho: lida com a aplicação, gestão, desempenho e pagamento que foi acordado entre duas pessoas. A tradicional assinatura a caneta na folha de papel será substituída por uma palavra-passe específica, determinada por cada uma das partes. Tudo isto promete fazer cair todos custos de contratação e processamento de pagamentos no futuro.

  1. Reconhecer o trabalho dos músicos

No mundo da música, não é segredo que os artistas são constantemente explorados por parte das grandes editoras discográficas e serviços de streaming (como o Spotify). Cada um destes intermediários tira uma parte dos lucros, com os músicos a situar-se tipicamente no fundo da cadeia, ficando apenas com as “sobras”. Agora, há empresas (como a Mycelia) que se baseiam no Blockchain para criar músicas inteligentes com smart contracts incorporados que permitem aos artistas vender diretamente aos consumidores. Isto significa que as royalties e os acordos de licenciamento são executados instantaneamente, garantindo que os músicos são pagos em primeiro lugar. Mas as boas notícias para os artistas não acabam aqui:

  1. Proteger a propriedade intelectual

Escritores, músicos, fotógrafos, engenheiros, designers, arquitetos e todo o tipo de autores enfrentam hoje o maior desafio da era da Internet: a pirataria digital. A tecnologia blockchain cria uma plataforma para estes autores receberem o valor daquilo que criam. Por exemplo, a Ascribe, uma startup que funciona com base no blockchain, permite aos artistas fazer upload da sua arte, “carimbá-la” como sendo a versão original e transferi-la de colecção em colecção, sem perder o controlo do seu trabalho.

  1. Mais comunicação, mais privacidade

Hoje em dia, estar constantemente ligado às redes sociais já não é uma opção, mas quase um requisito para sobreviver na sociedade. O problema é que sempre que criamos um perfil nestas plataformas acabamos por ter de “vender” os nossos dados a estas grandes empresas. O blockchain pode eliminar por completo estes intermediários, permitindo a cada utilizador ter o seu próprio perfil, criado e controlado por si.

  1. Adeus pobreza?

É verdade, o blockchain está a abrir a porta a novos modelos de negócio, mas, para os países mais pobres, pode fazer muito mais que isso. Abrir uma conta bancária, fazer transferências para familiares no estrangeiro, pagar seguros de vida e de saúde… Tudo isto poderá ser feito de forma mais segura, mais barata e livre de fraudes.

Mas podemos ir mais além. Hoje, 1,5 mil milhões de pessoas no mundo não têm um documento que comprove a sua identidade. Sem documentos, não têm acesso a cuidados de saúde, educação e emprego estável. Felizmente, organizações como a ID2020 e a BitNation já estão a criar sistemas de identificação baseados no blockchain que podem ajudar a travar este ciclo.

Vai mesmo revolucionar o mundo?

Já vimos que o bitcoin é a apenas a ponta do iceberg: há cerca de 700 outras aplicações para o blockchain no futuro.

Muitos acreditam que terá o potencial para revolucionar, não só a forma como usamos a internet, mas também a economia, os governos e a sociedade em que vivemos.

O blockchain, como inovação altamente disruptiva, promete mudar o mundo como hoje o conhecemos.

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Opinião

Ransomware: O que fazer se for vítima

A poeira levantada pelo WannaCry – o vírus que encriptou os dados de mais de 200,000 computadores em todo o mundo – já assentou. Isso não significa que foi um game over para a “guerra” com os hackers, especialmente quando basta um simples clique num link, o download de um ficheiro corrompido ou navegar numa rede insegura, para desencadear um ciberataque em grande escala.

Brad Smith, Presidente da Microsoft, já disse que este ataque deveria servir para abrir os olhos aos governos no futuro. Será que estamos preparados para enfrentar a próxima grande ameaça?

Os meus dados foram encriptados. E agora?

Antes de mais, nem todos os ataques de ransomware são iguais. Podem ir de alertas pop-up constantes a um bloqueio total do acesso ao computador que (teoricamente) apenas poderá ser desbloqueado através do pagamento de um resgate.

Com tantos tipos diferentes, seria impossível cobrir todas as situações em específico. No entanto, reunimos alguns passos importantes que deves seguir neste momento:

  • Regra número 1: não entrar em pânico e não apontar dedos. Nesta altura, é crucial agir rapidamente e tomar medidas imediatas.
  • Desconectar imediatamente o computador da rede – seja wi-fi ou Ethernet –  e de quaisquer dispositivos a que possa estar ligado: esta é a melhor forma de interromper a transmissão de dados pessoais ao autor do ataque.
  • É recomendável entrar em contacto com as autoridades para reportar o crime. Apesar de nem sempre poderem ajudar, é importante aferir se o vírus é um caso isolado ou um ataque global.
  • Se estiveres em casa, entra em contacto com a tua equipa de suporte de TI para que possam ajudar-te a recuperar o acesso ao teu computador. Se estiveres no trabalho, procura o departamento de TI para que possam impedir a propagação do vírus e minimizar os danos do problema.
  • Agora, será que o vírus que atacou o computador já tem solução? Existem vários websites que disponibilizam chaves de desencriptação para salvar os nossos dados de alguns vírus já conhecidos, como é o caso do nomoreransom.org, um projeto apoiado pelos governos de 22 países. O bleepingcomputer.com também poderá ser útil pois tem um fórum de suporte a vítimas de ransomware que pode ajudar a resolver problemas específicos.
  • Se nada disto funcionou, temos más notícias: em muitos casos, os ataques de ransomware não têm solução e a possibilidade de recuperar os nossos dados sem pagar o resgate é remota.

Pagar ou não pagar o resgate?

O ciber-criminoso irá provavelmente pedir para efetuar o pagamento em Bitcoin ou outra moeda virtual através do Tor – um software livre que mantém o anonimato dos utilizadores.

Pagar o resgate é geralmente a forma mais rápida e fácil de contornar o problema. Mas certamente não é a mais barata ou segura. Um ataque de ransomware é como um resgate na vida real: nem sempre corre como esperado. Pagar não significa que receberemos a chave de acesso para recuperar os dados. Muitas vezes, poderão exigir ainda mais dinheiro ou não devolver de todo a informação encriptada.

Por isso, os especialistas encorajam sempre a “não negociar com terroristas”, até porque isso apenas prova que o sistema funciona e incentiva os hackers a levar a cabo mais ataques deste género.

Claro que isto é mais fácil dizer do que fazer. Em última instância, cabe a cada um de nós avaliar os riscos e tomar a decisão final.

Ransomware Hacker

Um byte de prevenção vale por um terabyte de cura

Por vezes não existem soluções-milagre e, por isso, agir preventivamente pode evitar muitas dores de cabeça e ajudar a diminuir os danos caso sejas infetado. Eis algumas dicas cruciais para manter o computador a salvo:

  • Back up! Faz regularmente cópias de segurança de todos os ficheiros, alojadas num local independente do computador. O melhor é ter duas cópias diferentes: um armazenamento na cloud e um disco rígido que não esteja permanentemente ligado à máquina.
  • Cria uma barreira de protecção. Utilizar software anti-vírus e anti-malware é importante, já que estes ajudam a identificar ameaças que poderiam passar despercebidas e, muitas vezes, eliminá-las por si mesmos.
    • Mantém tudo atualizado. Sempre que o sistema operativo e as componentes relacionadas com o browser (Java, Adobe, etc) disponibilizarem novas versões, instala-as.
  • Controla o “contágio”. Dentro de uma empresa, é preciso assegurar-se que os colaboradores apenas têm acesso aos ficheiros que realmente necessitam para trabalhar. Limitar o acesso a bases de dados e ficheiros importantes fará com que, em caso de infecção, a quantidade de informação comprometida seja a mínima possível.
  • Aprende a identificar comportamentos suspeitos. Nunca abras anexos de e-mails que não conheces – ficheiros com as extensões “.exe”, “.vbs” e “scr” são especialmente perigosos. Mas é preciso estar atento: por vezes os links maliciosos podem ser enviados de e-mails que se fazem passar por entidades e pessoas que conhecemos, como bancos, finanças e até amigos. Por isso, o melhor é não confiar mesmo em ninguém.

Acima de tudo,  é preciso não esquecer que o melhor antivírus é o próprio utilizador. Navegar de forma segura é o primeiro passo para manter um computador e uma empresa seguros.

Mas não há estratégias infalíveis: podemos tomar todas as precauções possíveis e, ainda assim, acabarmos nas mãos de armadilhas como estas. Por isso, mais vale estar preparado.

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Formação

Cibersegurança: não é só para informáticos

Mas… E se a ameaça somos nós?  

Calma, não estamos a acusar ninguém de ser um “hacker”. Mas a verdade é que muitos dos ataques informáticos que temos visto nos últimos tempos não teriam atingido dimensões tão grandes se os utilizadores tivessem sido mais cuidadosos.

Os resultados do estudo da Kaspersky Lab mostram que existem boas razões para estar preocupado: 46% dos problemas de cibersegurança que ocorreram em 2016 foram causados pela própria equipa interna. Os colaboradores cometeram erros que puseram em risco dados e sistemas informáticos, seja porque estavam desatentos e cometeram um “deslize”, ou porque existia uma falta de conhecimento básico em segurança informática.

Na verdade, uma equipa de colaboradores desinformados é a segunda causa mais provável por detrás de uma falha grave de segurança informática, ficando apenas atrás do malware.

No entanto, outro estudo levado a cabo pela Pessoas2020 revelou que apenas 35% dos pessoas considerou o desenvolvimento de competências digitais como um desafio prioritário no futuro da gestão de pessoas em Portugal. Significa isto que ainda não estamos conscientes do impacto que a ciber-segurança tem no nosso dia-a-dia?

Porque devo eu preocupar-me com isto?

  • A informação tem “asas”.

Não basta ter uma palavra-passe no computador, a informação está e vem connosco para todo o lado – no telemóvel, no tablet ou na “nuvem” – o que a torna mais susceptível de ser roubada.

  • Não é só a empresa que está em risco, és tu.

Não são apenas os dados e informações da empresa que ficam expostos. Quando uma conta ou máquina (seja este pessoal ou do trabalho) é pirateada, todos os dados associados a esse dispositivo ficam em risco e podemos acabar sendo vítimas de roubo de identidade ou com uma conta bancária vazia.

  • As empresas querem atrair pessoas versáteis.

A procura crescente por profissionais que saibam contribuir com inputs valiosos em situações inesperadas tem retirado a vantagem a muitos talentos que poderiam estar a assumir um papel crucial nas empresas. Quanto melhor compreendermos o impacto que as decisões de cibersegurança terão a nível financeiro, logístico, vendas e recursos humanos (e em todas as outras áreas), melhor preparados estaremos para dar sugestões que poderão verdadeiramente contribuir para o sucesso. A possibilidade de ter uma equipa inteligente, capaz de evitar erros que poderão custar milhares de euros, (para não falar da reputação da marca) compensa o investimento que envolve a formação nesta área.

  • É possível aprender, mesmo que não tenhas experiência na área.

A ciber-segurança não se baseia em escrever uma linha de código incrível ou construir uma aplicação do zero. Ciber-segurança é saber gerir riscos e criar planos de contingência quando existem problemas. Vivemos na era digital e, por isso, a capacidade de aprender é acessível – e útil – a qualquer pessoa. Claro que esta aprendizagem não acontece de um dia para o outro, mas existem inúmeros recursos que te podem ajudar a identificar e controlar as ameaças que te poderão prejudicar online.

  • Os ataques vão continuar e serão cada vez piores.

A qualquer momento (se é que já não aconteceu), estes ciber-ataques virão atrás de ti. Aí poderás perguntar-te: Terei feito o suficiente para proteger os meus dados?

De que vale construir um castelo se damos a chave ao inimigo? Os atacantes só precisam de encontrar um ponto fraco – não sejas tu!

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Opinião

Onde é a próxima Silicon Valley?

Não há quem nunca tenha ouvido falar de Silicon Valley – ou Vale do Silício, em português.

Há muito que esta região a sul de São Francisco tem sido sinónimo de inovação e não é por acaso que as grandes empresas tecnológicas aqui se concentram: Apple, Google, Facebook, HP, Microsoft, todas elas nasceram e vivem em Silicon Valley. Porquê?

Atraindo cerca de 40% da totalidade do financiamento de risco nos Estados Unidos, Silicon Valley rapidamente se tornou o paraíso das startups e dos empreendedores que viajam de todas as partes do mundo na esperança de descobrir aqui a receita do sucesso. A concentração de talentos, o apoio educacional, o espírito colaborativo e a cultura ousada e ambiciosa que aqui se vive, fazem de Silicon Valley o maior pólo tecnológico do mundo… por agora.

Adeus, Silicon Valley?

Apesar de continuar a gozar da sua popularidade, Silicon Valley já não é o destino número um para o talento, diz o Global Startup Ecosystem Report and Ranking 2017. A verdade é que os Estados Unidos estão a começar a perder terreno para outras potências tecnológicas na Europa e na Ásia.

Cidades em todo o mundo estão a trabalhar para “tirar a taça” à capital tecnológica nos Estados Unidos. Então onde será que vai nascer a próxima Apple ou o próximo Mark Zuckerberg? Será que as restantes cidades têm capacidade para competir com a superioridade do Vale do Silício?

As potências emergentes da Europa

Podemos pensar que a Europa não tem feito progressos significativos na área das tecnologias, sobretudo por Londres – um dos seus maiores pólos tecnológicos – estar num processo de saída da União Europeia, o que trouxe um grande clima de incerteza em todo o continente.

Mas a realidade não é bem essa. Agora, também a Europa está a conseguir alcançar os Estados Unidos e já apresenta um cenário mais optimista para o financiamento de risco.

Berlim já é o ecossistema de startups que está a crescer mais em todo o mundo e outras cidades como Amesterdão, Dublin, Estocolmo e Helsínquia também estão a seguir os mesmos passos.

E nem a capital portuguesa fica atrás. Ter recebido em 2016 o Web Summit – um dos maiores eventos tecnológicos do mundo – fez com que muitos se tenham questionado se estaríamos perante o próximo “tech hub” da Europa. A qualidade de vida, as rendas baratas (comparando com outros destinos europeus) e o clima fantástico, fazem da cidade uma aposta atrativa para startups e novos talentos. Por outro lado, as ajudas no financiamento e os benefícios fiscais de que as novas empresas beneficiam tornam Lisboa um destino muito atrativo no contexto europeu.

Por outro lado, o facto de estes centros tecnológicos estarem espalhados por vários pontos do continente, também significa que nunca estarão tão intimamente ligados como em Silicon Valley, onde a facilidade de criar networking é um dos seus principais fatores de sucesso. Mas tem havido um esforço em unir esta comunidade dispersa de investidores ao começarem a surgir muitas oportunidades de co-investimento em novas ideias de negócio na Europa.

Ásia, a grande promessa

A Ásia já ultrapassou a Europa no número de centros de inovação, operando agora quase um terço (29%) do total deste tipo de centros no mundo. O domínio de Silicon Valley no mundo da tecnologia começa a ser questionado, com a Ásia agora a crescer mais rapidamente que os Estados Unidos.

Estamos perante um grande aumento do empreendedorismo na região e da mobilização, principalmente entre jovens empreendedores. A China, Índia e Japão são locais de referência que já atraem milhares de novos negócios. No entanto, o continente ainda enfrenta alguns desafios, nomeadamente na existência de algumas barreiras legais para estrangeiros, principalmente na obtenção de vistos e falta de financiamento público.

O Sudeste Asiático tem sido a maior surpresa na indústria das startups tecnológicas, beneficiando da sua grande diversidade de visões políticas e atividades económicas pelo que já se tem tornado a casa de alguns “unicórnios” (empresas avaliadas em mais de 1 bilião de dólares).

A próxima Silicon Valley é… em todo o lado

Todos querem construir a próxima Silicon Valley e identificar qual a cidade que tem os “ingredientes” certos para ser tornar o próximo grande pólo tecnológico. Mas não basta que uma cidade tenha a receita ideal para o sucesso. No final, tem tudo a ver com as pessoas e a mentalidade das mesmas.

Porque é que Silicon Valley conseguiu crescer mais que outros sítios na Europa e na Ásia se existem cidades igualmente avançadas e com condições semelhantes ou melhores? Silicon Valley cresceu devido à sua capacidade para atrair os mais ambiciosos e apaixonados talentos. E isso deve-se à sua cultura empreendedora e “risk-taker” que consegue trazer os melhores profissionais dos cantos mais remotos do planeta.

Em muitas partes do mundo, mentes brilhantes são desperdiçadas todos os dias porque em vez de seguirem os seus sonhos, acabam por se conformar com a estrutura e normas que o seu país impõe. Mas esta mentalidade “de empreendedor” continua a crescer um pouco por todo o lado ao ouvirmos constantemente as histórias inspiradoras de Steve Jobs ou Elon Musk que vingaram por correrem riscos.

Muitos governos e organizações já identificaram estes fatores e é por isso que estão agora a criar os seus próprios métodos de atração de talento. E isso significa que não vai apenas existir uma próxima Silicon Valley, mas muitas outras que estão agora a surgir em todo o mundo.

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Opinião

As 10 melhores partidas do Dia das Mentiras no mundo da tecnologia

Já é habitual: todos os anos, as maiores empresas no mundo da Tecnologia comemoram o Dia das Mentiras com o lançamento de produtos falsos, notícias absurdas e piadas hilariantes.

Quais foram as melhores partidas que as marcas já pregaram à sua rede de fãs no primeiro dia de Abril?

Youtube, 2016

O Youtube lançou o SnoopaVision, em versão beta. O objetivo? Ter a oportunidade de ver todos os vídeos do website numa experiência completamente imersiva a 360 graus… com o Snoop Dogg.

Toshiba, 2013

A fasquia está cada vez mais alta no mundo dos videojogos e foi por isso que a Toshiba lançou o Shibasphere, uma consola de jogos sem fios, sem comandos e sem limites. O aparelho apresentava um “impressionante leque de jogos hiper-realistas” que ia de uma experiência de controlo de segurança no aeroporto à simulação de acariciar um cão.

Skype, 2013

Preocupados com a evolução do turismo espacial, o Skype revelou o Skype in Space, uma ferramenta que permitia fazer videochamadas em toda a galáxia. As novas funcionalidades incluíam uma rotação de vídeo automática (caso a falta de gravidade nos virasse do avesso) e um centro de ajuda para traduções (com um grupo de especialistas que se comprometia a aprender a linguagem dos seres vivos que existem pelo espaço).

Samsung, 2013

A Samsung lançou, a Eco-Tree, um “novo produto” que era capaz de fornecer oxigénio, dar abrigo e funcionava como um purificador de ar movido a energia solar. Ainda oferecia a possibilidade de adquirir diferentes “modelos” com diferentes tamanhos e design.

Sony, 2013

Agora que há mais famílias com animais do que crianças, a Sony recorreu ao Twitter para lançar os Cat Can, uns auscultadores desenhados especialmente para… gatos. #techforpets

Google Maps, 2013

A Google Maps lançou o “Treasure Mode”, uma funcionalidade que permitia visualizar os mapas em modo “Caça ao Tesouro”, onde teoricamente existia uma série de símbolos encriptados que os utilizadores deveriam ajudar a decifrar.

Google Photos, 2016

A Google Photos apresentou neste dia uma nova ferramenta que permitia fazer uma pesquisa por emoji na nossa colecção de fotos (desde que esse emoji fosse um cão).

Tesla, 2015

A Tesla decidiu implementar algo num dos seus modelos de carro que todos gostaríamos de ter na vida real: um modo inteligente que era capaz de evitar multas de estacionamento ao “fugir” dos polícias sempre que aproximavam para passar uma multa.

T-Mobile, 2016

A T-Mobile não quer que percamos um segundo das nossas séries preferidas. Por isso, inventou um dispositivo chamado “Binge On Up” que nos permitia ser produtivos enquanto continuávamos a ver televisão.

Amazon.com, 2016

A Amazon decidiu optar por uma partida mais “retro” e alterou o design da sua homepage para imitar a página que utilizavam por volta de 1999. Apesar da partida apenas durar 30 segundos, foi uma forma engraçada de voltar atrás no tempo e perceber o quanto a tecnologia já evoluiu nos últimos anos.

E em 2017? Quem mentiras já apanharam?

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Formação

Abrir portas a desempregados através da formação

A formação é cada vez mais vista como uma forma de abrir portas a novas oportunidades de trabalho. Em Portugal, várias iniciativas têm surgido como forma de combater o desemprego no país.

Durante anos assistimos a uma grande retração do mercado de trabalho em Portugal. Apesar de o desemprego ter vindo a registar uma descida contínua, ainda se situa nos 10,2%.

Mas a situação mais grave está na faixa etária mais nova: um em cada quatro jovens está no desemprego. Ao mesmo tempo, esta é também a geração mais qualificada de sempre.

Então porquê estes números tão alarmantes e porque vivem numa situação de precariedade? Não há licenciados a mais, como muitos querem fazer crer. Há é uma falta de ajustamento das qualificações destes jovens e adaptação à realidade portuguesa.

Se olharmos para um setor como as Tecnologias de Informação, existe de facto emprego – não há é candidatos. Cada vez é mais difícil recrutar perfis qualificados nesta área que, apesar de estar numa onda de progresso, o número de profissionais com formação não tem seguido a mesma tendência.

Há uma necessidade urgente de reformular o nosso mercado de trabalho, que continua a ter dificuldade em capacitar os seus talentos com skills e competências que vão de encontro às necessidades de emprego em Portugal.

É nesse sentido que têm surgido iniciativas valiosas com o intuito de adaptar e preparar os nossos jovens e adultos para o mercado de trabalho.

O Estado lançou este mês o Qualifica – um programa destinado à formação e qualificação de adultos – que deverá abranger 600 mil pessoas até 2020. O programa que dá agora sucessão ao Novas Oportunidades surge com o intuito de dotar as pessoas de competências que lhes permitam abrir mais portas no mundo do trabalho.

Nem as empresas estão indiferentes e é por isso que a Olisipo também criou condições especiais na sua área de formação para indivíduos que se encontrem em situação de desemprego.

Condições Especiais Olisipo

  • Descontos a partir de 25% em todos os Cursos;
  • Descontos a partir de 10% em todas as Academias;
  • Planos de pagamento personalizados e de acordo com as datas de recebimento das prestações de subsídio de desemprego.

Oferta não acumulável com outras campanhas em vigor.

O nosso objetivo é criar uma ponte entre as altas taxas de desemprego e a falta de recursos na área das tecnologias da informação, oferecendo melhores oportunidades de emprego através de um plano de formação adaptado aos interesses e necessidades de cada formando.

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Opinião

A Inteligência Emocional na era da Inteligência Artificial

A Inteligência Artificial não irá apenas “roubar” o emprego a trabalhadores de fábrica e camionistas. Mesmo as profissões que nunca imaginámos sem a presença de um ser humano – médicos, professores ou consultores – vão sofrer grandes mudanças no futuro.

É fácil perceber o papel que a Inteligência Artificial irá ter em tarefas mais simples, como na recolha e análise de dados. Mas o seu potencial vai muito além disso: as pessoas são inevitavelmente tendenciosas e tomam decisões com base no seu pequeno conjunto de experiências e opiniões. Um computador não: tem acesso a quantidades incríveis de informação que processa e analisa rapidamente.

Quem acredita que nunca iremos confiar nas máquinas para tomar decisões importantes, vive no século passado. Muitos computadores já resolvem casos médicos difíceis de diagnosticar, por exemplo.

À medida que os computadores entram em cena e começam a executar muitas das nossas tarefas, teremos de desenvolver novas capacidades que realmente nos diferenciem dos outros e dos computadores.. Mas quais? E como?

Desenvolver a nossa Inteligência Emocional

Mas o que é ser emocionalmente inteligente? Todos os espaços de trabalho possuem pessoas diferentes, com características e emoções diferentes. Ser emocionalmente inteligente significa saber identificar e gerir, tanto as nossas emoções como as dos outros à nossa volta.

A inteligência emocional é hoje mais importante que nunca e será fundamental para que tenhamos sucesso no futuro das “máquinas”.  Claro que isto são boas notícias para quem já tem um EQ (Emotional Quotient) elevado. Mas será possível desenvolver as nossas skills inter-pessoais?

Desenvolver a nossa inteligência emocional pode levar tempo e exige alguma dedicação, mas é perfeitamente possível. Para isso, damos-te algumas dicas para começares a pôr em prática agora mesmo:

Torna-te mais auto-consciente. Isto significa ser capaz de compreender e interpretar os nossos estados de espírito e como eles afetam as pessoas à nossa volta. “Como é que os outros se vão sentir se eu fizer isto?” é uma pergunta importante. Aqui importa identificar as nossas emoções negativas mais comuns (como a frustração, a raiva, a desmotivação) e perceber que situações as desencadeiam para as podermos evitar.

Desenvolve o teu auto-controlo. Tenta entender como te comportas em situações de stress. A capacidade de controlar comportamentos impulsivos e manter-se calmo é muito valorizado no mundo do trabalho. O melhor é tentar afastar-se de dramas e conflitos que possam desencadear comportamentos negativos. E se isso não for possível, um bom conselho é esperar algumas horas ou dias antes de reagir a uma situação emocionalmente difícil. Também é importante encontrar formas de lidar com este stress fora do trabalho, através do exercício ou com outros hobbies e interesses que funcionem como um “escape”.

Aprende a interpretar as emoções dos outros. É importante que te coloques no lugar dos outros e mostrar-lhes que compreendes a sua perspectiva. Mantêm uma mente aberta e evita estereótipos ou conclusões precipitadas. Quando as pessoas se sentem ouvidas, têm mais tendência para colaborar e fazer cedências.

Melhora as tuas “skills” sociais. Isto significa ter a capacidade de gerir relações e construir uma rede de contactos. Uma das melhores formas de ser um bom comunicador é saber ouvir, colocar questões pertinentes e fornecer informação de forma breve e clara. Torna-te a pessoa a quem todos recorrem para encontrar soluções e resolver conflitos e rapidamente tornar-te-ás num elemento essencial para a equipa.

A humanização da Inteligência Artificial

São as nossas competências mais “humanas” que vão ter lugar de destaque nos próximos tempos. Qualidades como a persuasão, criatividade, empatia e consciência social vão ser o nosso fator de diferenciação em relação às máquinas – pelo menos por enquanto.

Será que os computadores vão parar por aqui?

Plataformas digitais como a Amazon Mechanical Turk dão a oportunidade às empresas de publicar pequenas tarefas/trabalhos no website onde qualquer pessoa pode completá-las em troca de alguns cêntimos ou dólares.

Há mais de 500.000 “Turkers” espalhados por todo o mundo. São estas pessoas que fazem parte da força de trabalho “invisível” que desempenha um papel fundamental em treinar as máquinas inteligentes. Como? Completando tarefas que são fáceis para qualquer ser humano, mas difíceis para um computador – como identificar um rosto feliz ou assustado. Estes sistemas inteligentes estão a ser treinados para fazer coisas que até agora pensámos serem demasiado complexas para qualquer computador, como identificar emoções nos humanos.

Já não estamos longe de ver um “computador emocional”. Já existem cientistas a trabalhar em computadores capazes de pensar e sentir – não através de programação ou aprendizagem repetitiva – mas como um cérebro humano.

A era dos robots e da inteligência artificial é inevitável. A boa notícia é que outra vantagem do ser humano é a capacidade de mudar. Iremos adaptar-nos e tirar o máximo partido desta nova realidade no futuro. Até porque não temos outra opção.