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Oito tendências de benefícios para colaboradores em 2023

À medida que as organizações se continuam a adaptar a um mundo em constante evolução, os benefícios para colaboradores, comumente referidos como “employee benefits” ganharam uma visibilidade e importância enormíssimas no que toca à cultura do local de trabalho, atração de talento e fomentação do bem-estar de colaboradores. Em 2023, o panorama de employee benefits continua a ver alterações significativas, trazidas pela mudança de expectativas por parte dos colaboradores, avanços tecnológicos, e um crescente foco no bem-estar geral.

Será possível atrair e fidelizar talento ao mesmo tempo que se promove o bem-estar e a produtividade? Vejamos as maiores tendências de benefícios para colaboradores que têm vindo a revolucionar a experiência profissional, e a empoderar empresas para que criem ambientes prósperos e focados no colaborador.

1. Trabalho mais flexível

Se há algo que os eventos dos anos recentes nos trouxeram, foi uma visão diferente e redefinida de como funciona o work-life balance (ou equilíbrio entre vida profissional e pessoal). Em 2023, o trabalho flexível tornou-se um benefício normal e esperado para quem se encontra na área de IT (e não só). As empresas abraçaram o trabalho remoto e híbrido e horários mais flexíveis para acomodar diversas necessidades e para promover uma maior integração work-life. Esta tendência não só traz, com frequência, um comprovado boost à produtividade, como também aumenta a satisfação de colaboradores e diminui o stress relacionado com as deslocações frequentes ao local de trabalho, especialmente nas grandes cidades.

2. Carro da empresa e plafond de despesas associadas

Em Portugal, cerca de 80% das empresas atribuem automóvel aos seus colaboradores, diz o Car Benefit Policies 2020, um estudo da Mercer sobre este tema. Ainda assim, trata-se de um benefício muito valorizado pelos colaboradores e fortemente enraizado entre as práticas de compensação no tecido empresarial, representando ainda um papel muito importante na atração e na retenção de talento nas empresas.

3. Programas de saúde e bem-estar

A saúde e o bem-estar dos colaboradores sempre estiveram no plano de visão das empresas mas, agora, podemos esperar ver ainda mais ênfase nesses programas. As empresas escolhem oferecer uma variedade de programas de saúde e bem-estar, incluindo acesso ou descontos em ginásios e aulas de fitness, iniciativas de alimentação saudável, bem como atividades de wellness no local de trabalho. Também é comum incluir seguros de saúde abrangentes que ajudam a garantir o acesso dos colaboradores a cuidados médicos de qualidade e que estimulem um estilo de vida saudável.

4. Apoio à saúde mental

Felizmente, a saúde mental cada vez menos se vê como um assunto tabu, e como algo tão necessário de ser cuidado como a saúde física, saúde dentária, etc. As empresas começam agora a comprometer-se cada vez mais com providenciar aos seus colaboradores o acesso à terapia, ao acompanhamento psicológico, recursos de mindfulness, etc.

5. Plafond para Home Office

No segundo trimestre de 2023, cerca de 20% dos trabalhadores portugueses já trabalha, total ou parcialmente, de forma remota. Algumas empresas também já adicionaram às suas opções de employee benefits um plafond – mensal ou anual – para despesas relacionadas com home office, como por exemplo secretárias, cadeiras, iluminação, organização do espaço de trabalho, ou até mesmo despesas de eletricidade, aquecimento, internet, etc.

6. Programas de literacia financeira

Os colaboradores são, hoje em dia, cada vez mais preocupados com seu bem-estar financeiro e com aprender a melhor gerir as suas finanças; e as empresas começam também a responder mais a essas necessidades. Os apoios à literacia financeira podem incluir educação financeira, preparação da reforma, gestão de dívidas e recursos de orçamentação. Em 2023, esperam-se mais empresas a oferecerem estes tipos de programas para ajudar os colaboradores a melhorar a sua saúde e literacia financeira e reduzir o stress associado a esta dimensão da vida, numa altura em que testemunhamos altos níveis de inflação a nível mundial.

7. Upskilling e formação

Investir no crescimento e desenvolvimento dos colaboradores tem um direto impacto na retenção e motivação do talento. Cada vez mais vemos empresas a expandir os benefícios para colaboradores para incluir oportunidades robustas de upskilling e desenvolvimento profissional. Desde o acesso a formações online e presenciais, a certificações e programas de mentoria, estes benefícios permitem aos colaboradores manterem-se relevantes nos seus campos profissionais, e alimentarem o seu crescimento de carreira, mantendo-se com o mesmo empregador.

8. Planos de benefícios personalizados

No passado, os pacotes de benefícios para colaboradores costumavam ser mais ou menos iguais para todos, mas essa solução é cada vez menos procurada. As empresas reconhecem a importância de oferecer pacotes de benefícios feitos à medida e que correspondam às necessidades e preferências únicas de cada colaborador. Opções como vale-infância, ensino, seguros de saúde – upgrades e adesão de familiares, vida, acidentes pessoais, planos de poupança e reforma, entre outros, são alguns desses exemplos.

Fonte: enrich.org

Em 2023, abraçar estas tendências de benefícios para os colaboradores não é apenas uma jogada estratégica, mas também uma prova do compromisso das empresas para com o bem-estar dos seus colaboradores, confiando neles e ajudando-os a crescer e atingir os seus potenciais, em conjunto.

O trabalho flexível, benefícios personalizados e adaptados aos colaboradores, o foco na saúde mental e na literacia financeira, sem esquecer a constante aposta na formação do talento traz um destaque à importância de empoderar os colaboradores, tanto pessoal como profissionalmente.

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3 plataformas low-code que já não podemos ignorar em 2023

As plataformas de desenvolvimento low-code estão a tornar-se cada vez mais populares na indústria das Tecnologias da Informação. A tendência, que surgiu como um movimento tecnológico social, facilita o desenvolvimento de aplicações por profissionais que não são da área técnica, e acelera o desenvolvimento de aplicações e software por parte de developers profissionais.

Segundo a Gartner, projeta-se que o mercado global de desenvolvimento de tecnologias low-code alcance os 26.9 mil milhões de dólares em 2023, um crescimento de cerca de 20% desde 2022. Opina-se que os impulsionadores deste mercado sejam principalmente os chamados “business technologists” e o crescimento da hiper-automatização e iniciativas “Composable Business” (composabilidade) nas empresas.

O termo “composable enterprise” foi criado pela Gartner, para descrever um ‘approach’ modular à distribuição de serviços digitais e desenvolvimento de software. Por outras palavras, é uma arquitetura de aplicações “plug-and-play” onde vários componentes podem facilmente ser configurados e re-configurados.

Low-Code Development Technologies Revenue (Millions of U.S. Dollars) – Gartner (2022)

A hiper-automatização e composabilidade na adopção do desenvolvimento low-code

O interesse na hiper-automatização continua a crescer exponencialmente, devido às também crescentes necessidades de optimização operacional, à falta de profissionais habilitados, e a pressões económicas. A Gartner prevê que os gastos em softwares de hiper-automatização chegará aos 720 mil milhões de dólares em 2023. Parte destes gastos será direcionada às tecnologias de desenvolvimento low-code, incluindo LCAP, iPaaS, RPA, CADP e MXDP, que suportam processos de automatização, integração, análise de decisões e IA.

“As tecnologias de desenvolvimento low-code estão a suportar as ‘composable enterprises’ ao permitir a criação de soluções de software mais ágeis e resilientes”. Diz Jason Wong, analista na Gartner. “Estas tecnologias podem ser utilizadas para compôr e recompôr componentes modulares e PBCs (packaged business capabilities) para criar aplicações customizadas e adaptadas, para necessidades específicas.

Velocidade e agilidade no desenvolvimento de aplicações

O reduzido tempo de desenvolvimento e entrega de novas aplicações é provavelmente a vantagem mais fácil de identificar com o desenvolvimento low-code. Interfaces intuitivas para o utilizador, funcionalidades “drag and drop”, integração simples e com ferramentas de suporte, para além de opções de entrega “one-click”; todas estas facetas ajudam a certificar-nos que há um desenvolvimento mais rápido do que com o método tradicional. De facto, soluções low-code podem reduzir o tempo de desenvolvimento em cerca de 90%.

Redução de custos e recursos no desenvolvimento

A soluções low-code permitem a menos developers alcançar mais resultados, e até mesmo dar a oportunidade a profissionais que não sejam developers, de o fazer. Isto, obviamente que se traduz em custos reduzidos e um maior retorno para a empresa. Isto pode ser particularmente benéfico para empresas mais pequenas com equipas e budgets mais reduzidos.

Uma melhor colaboração entre developers e com clientes

Gerir o desenvolvimento de aplicações a partir de uma única localização promove uma maior e melhor colaboração entre developers. Vários indivíduos e/ou grupos podem ver exatamente que tarefas estão a ser cumpridas e por quem, permitindo-lhes colaborar para trabalhar nos mesmos módulos ao mesmo tempo.

As plataformas low-code muitas vezes trazem interfaces visuais e ferramentas drag-and-drop que permitem aos clientes participar no processo de desenvolvimento. Obviamente que com as suas possíveis complicações, mas este envolvimento pode também ajudar a que o produto final vá ao encontro das necessidades exatas do cliente, e melhorar a comunicação entre os developers e os outros stakeholders.

Criação de aplicações customizadas para necessidades específicas

Tal como já mencionado anteriormente mas merecendo o seu próprio sub-título, as plataformas de desenvolvimento low-code permitem aos developers criar aplicações customizadas para ir ao encontro das necessidades específicas dos cllientes. Isto pode ser particularmente benéfico em indústrias como a saúde ou financeira, onde poderão haver requisitos únicos e particulares, ou regulamentações restritas que tenham de ser seguidas à letra.

O desenvolvimento low-code já é utilizado com sucesso em várias indústrias. Por exemplo, na área da saúde, têm sido utilizadas na criação de aplicações que ajudam a melhorar o cuidado ao doente, e a tornar mais simples e diretas certas tarefas administrativas, dando mais tempo aos profissionais de saúde para se preocuparem com tarefas mais “humanas”. Na área financeira, o low-code tem sido utilizado para criar aplicações customizadas que ajudam empresas a gerir melhor o risco e ir ao encontro de todas as regulamentações. Na área do retalho, o low-code pode ser utilizado para criar aplicações que melhoram a transparência na cadeia de produção (supply chain) e optimizam processos de produção.

Como é que o low-code e Agile funcionam em conjunto?

As soluções low-code são desenhadas para providenciar um caminho mais rápido e mais produtivo ao desenvolvimento de software. Como tal, o low-code joga muito bem com a Metodologia Agile.

A metodologia Agile é um mindset que junta um número de metodologias de desenvolvimento de software. Na sua versão mais básica, a Agile foca-se em entregar valor para o cliente (customer value) muito rapidamente, através da colaboração entre developers e decisores, enquanto também se adapta aos requerimentos em constante mutação durante os ciclos de desenvolvimento. Isto permite às organizações melhor gerir a mudança constante, melhorando ao longo do tempo.

Plataformas eficientes low-code providenciam uma única e central localização para o desenvolvimento de software, promovendo a colaboração, implementando boas-práticas e automatizando processos de testes e feedback. Isto faz do low-code um “match” natural para a filosofia Agile.

Plataformas low-code mais usadas atualmente

1. Appian 

A Appian é uma plataforma low-code equipada com ferramentas de deployment nativas e opções de integração com ferramentas de DevOps como a Jenkins.

Desenhada para empresas de todos os tamanhos, a Appian permite aos seus utilizadores construir aplicações de business process management (BPM).

Essencialmente, as aplicações BPM ajudam as organizações a optimizar os seus processos de negócio. Sem dúvida, o Low Code é uma tendência no mundo dos negócios. Uma vez que essas plataformas tornaram o desenvolvimento de software muito mais acessível para todas as empresas.

2. OutSystems 

A Outsystems é uma plataforma de low-code “Omnichannel”, ou seja as empresas podem construir aplicações dentro de uma grande variedade de meios.

Dashboards de performance em tempo real e medidas de segurança reforçadas são algumas das características mais valorizadas, para além da capacidade de rápido desenvolvimento.

3. Microsoft PowerApps

As Power Apps são a plataforma low-code da Microsoft. É uma ferramenta particularmente útil para quem já utiliza o ecossistema Microsoft. As Power Apps tiram vantagem do Common Data Service (CDS). O CDS é uma colecção de entidades de informação que inclui relações entre entidades, as lógicas de negócio por detrás dessas entidades, e as formas de visualizar essas entidades.

As Power Apps são tipicamente utilizadas para prolongar processos dentro de aplicações Dynamics 365 e/ou no Office 365 ao fazer a ligação entre diferentes aplicações e organizações que coexistem dentro de um processo contínuo de negócio.

“High-productivity application platform as a service continues to increase its footprint across enterprise IT as businesses juggle the demand for applications, digital business requirements and skill set challenges.”

Gartner, 2018

Quer estejamos prontos a adotá-lo ou não, é inegável que o low code é já uma tendência no mundo dos negócios, uma vez que estas plataformas tornaram o desenvolvimento de software muito mais acessível para todo o tipo de empresas, e abriram outras portas aos profissionais.